7 hábitos para ficar em dia
com a saúde mental.
De acordo com um levantamento realizado pela Universidade
Federal de São Paulo, em parceria com o Ministério da Saúde, a maior
parte dos casos de licença para o tratamento da saúde do Brasil está
relacionado a um diagnóstico psiquiátrico.
”Entre as 10 principais causas de afastamento do
trabalho, cinco estão relacionadas a transtornos mentais, sendo a depressão
a causa número um”, explica o psiquiatra Elie Cheniaux, membro da Sociedade
Psicanalítica do Rio de Janeiro.
No Brasil, a ansiedade, por exemplo, atinge
mais de 260 milhões de pessoas. Vale lembrar que, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), o país tem o maior número de pessoas
ansiosas do mundo.
Um estudo realizado pela Vittude,
plataforma online voltada para saúde mental, mostra que, das 492.790 pessoas
entrevistadas, 86% sofrem com algum transtorno mental.
Além disso, a pesquisa aponta que 37% das pessoas
estão com estresse extremamente severo, enquanto 59% se encontram em estado
de depressão e 63% são severamente ansiosos.
Com isso, é importante que alguns hábitos façam
parte da rotina para manter uma mente saudável.
Além da psicoterapia, que deve ser feita com um
profissional, especialistas também indicam algumas atividades e práticas para
estimular o bom funcionamento do cérebro. Confira
abaixo:
Jogue xadrez
Jogos que desafiam o cérebro e exigem o raciocínio,
como o xadrez, melhoram a comunicação entre os neurônios, o que pode aumentar o
QI de quem está jogando.
Um estudo realizado pelo The New England
Journal of Medicine constatou que pessoas com mais de 75 anos de idade
que praticam atividades mentais têm menos probabilidade de desenvolver demência
do que os idosos que não praticam esse tipo de jogo.
Jogar xadrez
exercita o cérebro e reduz o estresse
Que ler faz bem para o cérebro, já sabíamos. Mas
uma pesquisa da Universidade Emory, dos Estados Unidos, descobriu que
manter o hábito da leitura reduz em 30% a disfunção do cérebro na velhice, além
de proteger contra doenças como o Alzheimer.
A leitura também ajuda a melhorar setores
cognitivos, ou seja, as funções mentais responsáveis pela aquisição,
organização, interpretação e armazenamento de informações do mundo externo.
“Dentre o grande número de funções cognitivas,
destacam-se consciência, atenção, orientação, sensopercepção, memória,
pensamento e inteligência”, reforça Cheniaux.
Manter
o hábito de leitura reduz a disfunção do cérebro e as chances de desenvolver
Alzheimer.
Medite
“Como prática contemplativa e de aquietamento da
mente, a meditação oferece tempo para relaxamento e conscientização de nosso
estado de maneira focada, oferecendo um maior recurso interno para lidar com um
mundo estressante, onde os nossos sentidos são muitas vezes alterados e
influenciados negativamente.
Com a prática, a meditação tem o potencial não
somente de proporcionar um alívio temporário do estresse, mas de transformar
nossa maneira de interagir com o mundo”, explica Vivian Wolff, formada
em Mindfulness pela Georgetown University Institute for
Transformational Leadership, em Washington.
Segundo ela, a prática de focar no presente e no
que estamos fazendo é um grande recurso para o autogerenciamento, para ter
consciência das emoções, reduzir o estresse, desenvolver a empatia e, é claro,
aumentar o foco e a concentração.
Diga o que está sentindo
A falta de comunicação pode aumentar a ansiedade e
a desestabilidade emocional. De acordo com Elaine Di Sarno, psicóloga
com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica pelo Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, muitas pessoas ainda relacionam a
conversa a uma experiência autoritária ou agressiva.
“Isso acaba inibindo futuras interações
interpessoais e ainda aumenta a possibilidade da pessoa se tornar introvertida,
mesmo que ela não queira”, explica. Expor as emoções, de formas diversas,
aciona o campo do cérebro associado aos sentimentos e pode ser eficiente no
combate à depressão.
É por isso que manter um acompanhamento com
psicólogo e fazer sessões de terapia semanalmente é de extrema importância.
Outras vertentes da terapia, como a musicoterapia,
também auxiliam na comunicação e são indicadas para quem sofre de distúrbios
comunicativos, como a gagueira, por exemplo.
Pratique o autodomínio
O nosso cérebro possui um grupo de neurônios que
funciona como uma espécie de detector de ameaças. Ele é responsável pelo nosso
modo de defesa, de lutar ou fugir de determinadas situações e está intimamente
relacionado com as nossas reações e emoções como raiva, medo ou impulso.
Ao detectar uma ameaça, esses neurônios entram em
alerta e dominam o resto do cérebro.
“Quando
entramos nesse modo de interação cerebral dominada, todos os nossos recursos
estão focados em avaliar o que é mais importante para superar essa ameaça.
Para todo o resto, sobra apenas baixa velocidade
cognitiva: perdemos a concentração, nos tornamos reativos, os fatos parecem
distorcidos e ficamos mais limitados em nossas ações.
Fugir de um tubarão em alto mar é uma questão de
sobrevivência.”, explica Vivian Wolff, formada em Mindfulness pela Georgetown
University Institute for Transformational Leadership, em Washington.
Para evitar que isso aconteça, é preciso
identificar o que causa esse alerta na mente para atingir o autocontrole e
dominar a situação.
Conseguir
controlar suas emoções reduz o estresse, a depressão e a ansiedade
Menos é mais
Vivemos, atualmente, em uma sociedade consumista.
Porém, o consumo exagerado pode ser um sinal de alerta. Segundo Wolff, muito do
nosso sofrimento está no apego e no desejo de possuir mais.
“Quantas vezes alguém sentiu um vazio interno, foi
ao shopping, comprou um monte de coisa e voltou para casa com o sentimento de
satisfação?
Essa sensação é falsa e momentânea. Logo, o vazio
volta, pois não são roupas novas que preencherão esta lacuna e tampouco
resolverão suas angústias”, aponta a especialista.
Para reverter a compulsão pela compra, é preciso
ter autoconhecimento, descobrir suas verdadeiras necessidades e o que realmente
é importante para você. Pensando nisso, Wolff aconselha fazer um check list
identificando o que há de errado em sua vida para tentar mudar ou resolver o
problema, além de pensar nas suas metas e descobrir o que te dá prazer em viver
e que não tem relação com consumo.
“Na medida que percebemos nossas prioridades,
começamos a desapegar e construir uma nova forma de viver.
Respiramos com alívio quando, em vez de passar a
tarde no shopping, preferimos ir a um parque. Em vez de comprar mais um livro,
resolvemos começar a ler algum dos 17 que estão empilhados no criado-mudo”,
afirma.
Reduzir
o consumo traz mais satisfação a si próprio.
Organize e defina suas metas
É
importante usar o tempo livre do dia para se dedicar a si mesmo. Para isso, a organização e a definição de metas na
vida pessoal e profissional são imprescindíveis, estabelecendo objetivos e
selecionando atividades que possam ser implementadas de forma realista.
“Quando falamos de equilíbrio entre a vida pessoal
e profissional, é comum o indivíduo fazer planos como sair do trabalho mais
cedo para ficar com a família ou fazer ginástica.
Mas dificilmente é possível implementar um plano
tão perfeito de uma vez e fazê-lo funcionar”, aponta Di Sarno.
“Em um processo de mudança sustentável, é preciso
constituir um plano de ação que será implementado aos poucos.
Definir um número semanal de horas de exercícios
físicos permite uma distribuição flexível e mais realista do que matricular-se
na aula de spinning das 19h30 todos os dias, por exemplo.
O importante é avaliar constantemente o que está
sendo feito versus objetivos e prioridades estabelecidos”, finaliza a
psicóloga.
– (Carol Yepes/Getty Images)
(Pattanaphong Khuankaew / EyeEm/Getty Images).
Conteúdo
Revista CLAUDIA.
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