O que acontece ao corpo
quando come demais.
Por
que ainda sentimos fome depois de verdadeiros banquetes, como na ceia de Natal?
Será
que comer demais expande o estômago, o que significa que o órgão tem mais
espaço para comer no dia seguinte? Só de pensar nisto está a ficar com fome?
Então continue e a ler!
A
resposta é que a maioria das pessoas não sente fome apesar da enorme quantidade
de comida que consumiu recentemente. Mas, sente fome justamente por isso.
Mas, em primeiro
lugar, o que é a sensação de fome?
Contrações, roncos e dilatações
Aquela
pontada que dá vontade de comer é o resultado de uma série de mudanças
fisiológicas dentro do organismo, explica a BBC.
É
verdade que o estômago muda de tamanho quando está cheio ou com fome. O órgão
contrai-se à medida que a refeição é digerida para ajudar a encaminhar os
alimentos em direção ao intestino.
E
ronca conforme o ar e a comida se movimentam, e os alimentos são empurrados
para baixo, num processo chamado borborigmo, que geralmente é o primeiro sinal
de que podemos estar com fome, uma vez que é sonoro e físico.
Depois
de roncar, o estômago expande-se novamente, preparando-se para a comida — e tal
é desencadeado por vários hormônios.
Mas
não é bem verdade que comer 'aumenta' o estômago. Como o estômago é
extremamente elástico, este volta à sua capacidade de repouso (cerca de 1-2
litros) após uma refeição farta. Na verdade, o estômago da maioria das pessoas
tem capacidade semelhante.
O
que talvez não tenhamos consciência é da libertação dos hormônios da fome: o
NPY e AgRP do hipotálamo e a grelina do estômago. A grelina é expelida quando o
estômago está vazio e estimula a produção de NPY e AgRP no cérebro.
Esses
dois hormônios são responsáveis por criar a sensação de fome, anulando os
hormônios que nos dão a sensação de saciedade.
Talvez
contra intuitivamente, os níveis de grelina tendem a ser mais altos em
indivíduos magros, e mais baixos em pessoas obesas.
Poderia
supor que um hormônio que estimula a fome estaria mais presente em pessoas
que comem mais — mas essa contradição provavelmente reflete o quão complicado é
o nosso sistema endócrino.
Saciedade
Embora
apenas três hormônios sejam em grande parte responsáveis por gerar a sensação
de fome, são necessários cerca de uma dúzia para nos fazer sentir saciados.
Alguns
deles, GIP e GLP-1, são responsáveis por estimular a produção de insulina para
regular a metabolização dos hidratos de carbono. Vários outros hormônios estão
envolvidas na desaceleração da movimentação dos alimentos dentro do estômago,
para dar tempo ao corpo de fazer a digestão.
Para
pessoas obesas que têm baixos níveis de grelina, pode ser que altos níveis de
insulina, necessários para metabolizar uma dieta rica em carboidratos, estejam
inibindo a produção de grelina.
Dois são essenciais
para reduzir a sensação de fome: CKK e PYY.
Em
pacientes com banda gástrica ajustável, que reduz o tamanho do estômago, o PYY
é particularmente alto. E contribui para a perda de apetite.
Embora
o estômago tenha um sistema hormonal para informar ao cérebro quando está
vazio, isso geralmente é aumentado pela associação que fazemos entre a fome e
os períodos do dia. Portanto, mesmo que tenha almoçado muito bem, ainda pode
sentir fome no jantar.
"Se
come sempre um pedaço de chocolate ou um petisco depois do jantar, quando se
senta no sofá para ver televisão, o seu corpo pode começar a associar o hábito
de sentar-se no sofá com ver televisão e comer algo agradável, e, como resultado,
quando vai para o sofá, sente desejo", diz Karolien van den Akker,
investigadora do grupo Centerdata.
"Isso
pode acontecer até quando está saciado; quando as suas reservas de energia
estão cheias".
Comer
demais não é mau, explica Van den Akker. Diferentemente do diagnóstico clínico
de compulsão alimentar, em que quantidades muito grandes de comida são
consumidas num curto espaço de tempo, sendo geralmente associada a sentimentos
de repulsa, culpa ou vergonha, comer demais pode ser visto simplesmente como um
hábito que as pessoas não gostariam de ter.
Mais social, mais comida
Em
princípio, qualquer humor, mesmo positivo, pode tornar-se um gatilho de desejo,
desde que seja consistentemente seguido por comida. E tem sido mostrado
reiteradamente que comemos mais quando estamos na companhia de amigos.
Mesmo
quando controla o consumo de álcool, em ocasiões especiais, seja pelo tempo que
passamos à mesa e uma série de outros fatores, comemos mais quando estamos a
ser sociais.
Talvez
porque o prazer da companhia ao nosso redor dificulte a concentração no
controle de porções. Até pessoas sentadas num laboratório com uma tigela de
massa vão comer mais se estiverem conversando com um amigo.
Esse conhecimento
também tem implicações na quebra de maus hábitos alimentares.
"Quando
estamos tentando ajudar as pessoas a comer menos, focamos em 'desaprender' os
desejos de comida adquiridos. Aqui, também tentamos garantir que os indivíduos
aprendam que comer algo bom uma vez não significa que se deve fazer o mesmo nos
próximos dias também ", diz Van den Akker.
Isto
é importante porque outros estudos mostram que quebrar um bom hábito alimentar
uma única vez pode ser suficiente para ter uma recaída no mau hábito.
Talvez
não seja surpresa, portanto, que sintamos fome depois de uma refeição farta com
a família e os amigos. Sentimos fome no dia seguinte — ou até no mesmo dia mais
tarde — não porque nosso estômago 'aumentou', mas porque nos acostumamos a
comer excessivamente em ocasiões especiais.
Se
os nossos cérebros se deparam com todos os sinais - cheiros, sons, ambiente -
associados a uma refeição farta no dia seguinte a um banquete, como no Natal, o
órgão começa a preparar-nos para a segunda rodada.
Portal MSN.
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