Flurona:
Quais sintomas quando os vírus da gripe e da
Covid atacam juntos
A combinação dos vírus da Influenza e da Covid é chamada de Flurona.
A pandemia de Covid-19 com um novo surto de H3N2, um subtipo do vírus
influenza A conhecido como Darwin, tem gerado preocupação.
A identificação dos casos é difícil porque são duas doenças
respiratórias com sintomas semelhantes.
No Rio de Janeiro, foi identificado um jovem de 16 anos que testou
positivo para coronavírus SARS-CoV-2 e Influenza A. A combinação dos vírus é
chamada de “Flurona”, uma designação a partir dos termos “flu” (gripe, em
inglês) e “rona” (de coronavírus). As duas doenças afetam o sistema
respiratório.
Em entrevista à TV Globo, a mãe do jovem disse que o filho é atleta e
que ele tomou as vacinas contra a covid-19 e gripe. Segundo a mãe, o filho está
bem e praticamente sem nenhum sintoma.
Os casos de Flurona foram detectados pela primeira vez nos
Estados Unidos, durante o primeiro ano da pandemia de covid-19, de acordo com a
Agência Brasil.
“Esses casos de pacientes com dupla infecção viral não são novidades. Há
pouco tempo pacientes tinham variante Delta e P1”, explicou a infectologista
Ana Helena Germoglio.
Segundo a médica, no exame, são encontrados materiais genéticos dos dois
vírus.
Não significa que os vírus vão causar doenças, eles podem estar apenas
colonizando. “Estar com o material genético presente não significa que a pessoa
está doente”, disse a especialista.
A infectologista explicou que os efeitos das duas doenças são
semelhantes, com casos assintomáticos à insuficiência respiratória. Em alguns
casos, a influenza pode ser tratada com Tamiflu.
“As pessoas devem fazer a testagem ao sentir febre, dor no corpo e
coriza. O tratamento deve ser feito após os testes. Não é possível fazer o
diagnóstico baseado apenas nos sintomas relatados, alerta Germoglio.
A médica orienta que a forma de prevenção é a mesma para as duas doenças,
com vacinas, uso de máscaras e evitar compartilhar copos e talheres.
A infectologista Maura Salaroli, do Hospital Sírio-Libanês, alerta que
os sintomas de influenza/gripe são mais intensos nas primeiras 48/72 horas de
doença, já na Covid, os sintomas ficam mais intensos após o quinto dia de
infecção.
Em Israel, o primeiro caso de contágio simultâneo pela Covid-19 e pelo
vírus Influenza foi detectado em uma mulher grávida não vacinada.
A mulher recebeu alta em 30 de dezembro, após ser tratada
com sintomas leves, informou o jornal Times of Israel. No país,
cerca de 2.000 pessoas estão internadas por gripe e os casos da variante
Ômicron do SARS-CoV-2 estão aumentando.
Para o médico Roberto Debski, os casos de Flurona devem aumentar no Brasil.
“Precisamos estar preparados acompanhando e medicando as pessoas. Os
casos de Covid não têm sido graves, mas ainda há uma grande quantidade de
pessoas com a doença”.
O Instituto Butantan ajuda a diferenciar os sintomas da gripe e da
infecção pelo novo coronavírus:
Sintomas da gripe:
Os sintomas clássicos da gripe sazonal são febre súbita, tosse
(geralmente seca), dor de cabeça, dores musculares e articulares, mal-estar,
dor de garganta e coriza. A tosse pode ser forte e durar duas ou mais semanas,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No caso do H3N2, os sintomas são os mesmos, com o potencial de causar
casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em idosos e
imunocomprometidos.
“O que muda, neste caso, é que o surto é considerado fora de época e é
consequência do relaxamento das medidas de proteção, como o uso de máscaras”,
explica o diretor do Laboratório Multipropósito do Instituto Butantan, Renato
Astray.
“O problema deste ano é que estávamos há dois anos usando máscara e ela
protege tanto contra a influenza quanto contra o SARS-CoV-2, já que ela inibe o
contato com vírus respiratórios”, diz Astray.
Sintomas da Covid-19.
No início da pandemia, a OMS divulgou que os infectados apresentavam
sintomas como febre, tosse seca, cansaço e perda do paladar ou do olfato. Após
o surgimento das variantes, os sintomas clássicos sofreram mudanças.
À medida que a variante delta se espalhava pelo planeta, os sintomas
mais comuns da doença passaram a ser febre, tosse persistente, coriza, espirros
e dor de cabeça e garganta. Características semelhantes à gripe sazonal. A
perda de paladar e de olfato deixou de ser relatada.
Já as infecções pela variante Ômicron, descoberta na África do sul em
novembro, demonstraram outro padrão sintomático, segundo a médica Angelique
Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul.
Segundo a médica, pacientes infectados pela Ômicron apresentavam
sintomas como dores pelo corpo, dor de cabeça, dor de garganta e, sobretudo, um
cansaço extremo que ela não via nos que contraíram a delta.
Imagem:©
Pixabay.
Por: Daniela Quitanilha com Agências.
Conteúdo:
Revista ISTOÉ/DINHEIRO.
Portal
MSN.
LINK:
Nenhum comentário:
Postar um comentário