APRENDA A USAR O CARTÃO DE CRÉDITO NO EXTERIOR

Dinheiro de plástico pode ser bem útil nas viagens internacionais. Mas é preciso cuidado para não gastar demais.
Real valorizado, pé na estrada. Os brasileiros estão aproveitando os preços mais em conta dos pacotes para viajar para o exterior. Na bagagem, muita expectativa. Na carteira, o cartão de crédito. No ano passado, 61,90% dos gastos dos brazucas lá fora foram pagos com o dinheiro de plástico.
 De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central, o valor bateu na casa dos US$ 10 bilhões. Um crescimento de 54% na comparação com 2009. Mas será que compensa mesmo usar o cartão de crédito no exterior?
Na teoria, o cartão pode ser mais barato. É que os gastos feitos com o dinheiro de plástico são cobrados usando a cotação do dólar comercial. E ela é mais baixa que a do dólar turismo, usado na hora em que o viajante compra os dólares para levar (ou os euros, no caso de uma viagem para a Europa). A diferença está na casa dos 4%. Interessante? Mas, antes de imaginar-se gastando enlouquecidamente no exterior, é bom lembrar que a fatura chegará até um mês depois do fim da viagem. Se acontecer alguma coisa e o dólar subir, muda tudo. O que era lucro vira prejuízo.
Os especialistas em finanças pessoais geralmente orientam o viajante a fazer um mix de opções de pagamento. Dinheiro em espécie é importante para as despesas corriqueiras, como o táxi, o metrô, o lanche na padaria. Outra opção que vem se tornando muito popular é o cartão de débito (estilo Visa Travel Money). ´Esse cartão de débito é que dá controle mesmo. Você carrega com um valor e só pode usar aquilo que está na conta`, explica o professor e coordenador do curso de Economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Alexandre Jatobá.
Mas e o cartão de crédito?
 O professor não é nem um pouco contrário a ele. O cartão de crédito traz praticidade. Não é preciso levar muito dinheiro em espécie. Antigamente, quando havia grande oscilação no câmbio, podia ser mais perigoso. Hoje não está assim`. Ele lembra que a tendência nos últimos meses é de queda da moeda norte-americana. Mas o governo vem agindo para estabilizar a queda - eaté colocar o dólar para cima. Na opinião de Jatobá, é importante a pessoa parar e pensar em como vai gastar durante a viagem.
Além da própria passagem, o plástico pode ser usado para pagar hotel, aluguel de carro, ingresso no museu, almoços e jantares em restaurantes, além da câmera digital do sobrinho. Ou do vinho para a sogra. E ainda dá para fazer a festa no free shop, tanto na ida quanto na volta. ´Mas os cartões geralmente dão um limite alto. O melhor é a pessoa estabelecer quanto pretende gastar e, de preferência, ter esse dinheiro guardado para pagar a fatura quando voltar`, diz Jatobá. Parece coisa do outro mundo? Pode ser. Mas um pouquinho de organização não faz mal a ninguém.
Anotar os gastos diários feitos no cartão é um começo. Assim, o viajante saberá se está chutando o balde. Mas, antes de qualquer coisa, é preciso entrar em contato com o banco e ativar a função internacional do cartão. Senão não vai adiantar nada. Será impossível usar o plástico lá fora. Em alguns bancos, a ativação pode serrealizada pela internet. Em outros é preciso falar com o gerente. E mesmo quem tem resistência ao cartão de crédito deve tê-lo em mãos. Ele é bastante útil nos imprevistos.
Um exemplo: quando aquele vulcão islandês de nome impronunciável (Eyjafjallajoekull) tocou o terror na Europa, foi o cartão de crédito que salvou muita gente de virar sem teto. Por isso, pode ser arriscado não levá-lo. Mas e se a pessoa é muito, mas muito gastadeira? Alexandre Jatobá tem a solução para quem não viaja sozinho. ´Entregue o plástico para outra pessoa e diga para devolvê-lo só em caso de emergência`. E se a pessoa for viajar sozinha? Bem, aí talvez seja o caso de pedir para o banco reduzir o limite do cartão. E se benzer.

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