CHINA SUPERA JAPÃO COMO A SEGUNDA ECONOMIA DO MUNDO
O governo japonês divulga o PIB de 2010, confirmando que o valor ficou abaixo ao anunciado pela China.
A China superou o Japão se tornando a segunda maior economia mundial em 2010. Nesta segunda-feira (14), o governo japonês confirmou que no ano passado o valor nominal de seu Produto Interno Bruto (PIB) foi inferior ao da China. O país obteve US$ 5,47 trilhões frente aos US$ 6 trilhões anunciados por Pequim em 20 de janeiro, quando divulgou crescimento de mais de 10%.
Desde 1968, o PIB do Japão só era superado pelo dos Estados Unidos. A crise que o Japão não consegue superar há 20 anos, com lentas taxas de atividade econômica, persistente deflação e um sério problema demográfico, contrasta com o forte crescimento da China, impulsionado pela exportação e apetite de consumo.
Em 2010, a economia japonesa cresceu 3,9% em termos reais em seu primeiro avanço em três anos, após ter contraído 6,3% em 2009 com a crise econômica mundial.
Enquanto isso, o PIB da China subiu 9,2 % em 2009 e 10,3 % no ano seguinte, e se seguir assim, nos próximos 20 anos poderia superar os Estados Unidos como primeira potência mundial, segundo vários estudos.
As duas potências asiáticas, no entanto, seguem longe quando o assunto é distribuição de renda per capita – de US$ 42,4 mil no Japão e de US$ 4,4 mil, na China.
"Não lutamos para sermos os primeiros, mas por melhorar o bem-estar da população. A partir desse ponto de vista, ficamos felizes pelo avanço da China como país vizinho", disse nesta segunda o ministro japonês de Política Econômica, Kaoru Yosano.
O Executivo japonês tem maiores preocupações, como enfrentar uma dívida pública que em 2010 duplicou seu PIB (mais de US$ 11 trilhões) e o acelerado envelhecimento da população, com seu conseguinte impacto nas contas da seguridade social. Com 23% de seus 127 milhões de habitantes maiores de 65 anos, Japão é hoje o país que envelhece mais rapidamente do mundo.
Além disso, entre outubro e dezembro o PIB japonês contraiu-se 1,1% na taxa anualizada, pela primeira vez desde julho-setembro de 2009, e que caiu 0,3 % com relação ao trimestre anterior. Yosano considerou temporária a contração e disse que a atividade econômica voltará a ser positiva no Japão no atual trimestre, último do ano fiscal que termina em março.
"O Banco do Japão e o governo compartilhamos a mesma visão, que a economia atravessa uma detenção brusca, mas que em breve terá alta", afirmou o ministro, citado pela agência local Kyodo.
A contração do Japão entre outubro e dezembro foi conseqüência do retrocesso de 0,7% no consumo privado, que representa 60% do PIB, e o corte de outros 0,07% nas exportações, um dos motores econômicos do país.
As perspectivas para o atual trimestre são melhores, com pesos pesados como Toyota, Sony e Nissan revisando para cima suas perspectivas anuais de lucro pela recuperação na Ásia e outras regiões, apesar da força do iene afetar suas vendas.
A Bolsa de Tóquio, que há muito tempo indicava que o Japão perderia o título de segunda economia mundial, ignorou nesta segunda o dado oficial do PIB e fechou em alta de 1,13%, graças a ligeira depreciação da divisa japonesa.
Redação Época, com Agência EFE/LY Foto Revista VEJA.

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