SOBRE O PROCESSO DO MENSALÃO.
CartaCapital se orgulha de ter sido a primeira publicação a apontar a relação de Dantas com o esquema petista.
 E o fizemos não agora, seis anos depois, mas em 2005, no auge dos acontecimentos. Como o assunto voltou à tona, resolvemos contribuir novamente para o correto entendimento dos fatos e republicamos a seguir todas as nossas reportagens que trataram do tema.
 Indicamos como primeira leitura a matéria da edição 354 de 10 de outubro, cujo título de capa foi “Nos Bastidores da Conexão Lisboa”. Naquele período, a mídia em manada afirmava que a viagem de Marcos Valério a Portugal tinha por objetivo oferecer o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), estatal, ao banco Espírito Santo.
 CartaCapital demonstrou, porém, que o objetivo da viagem fora outro: negociar com a Portugal Telecom a venda da Telemig, em um enredo que une Dantas, José Dirceu, Henrique Pizzolatto e o publicitário mineiro contra os fundos de pensão.
As provas reunidas pela PF constituem a última esperança do ministro Joaquim Barbosa e da Procuradoria-Geral para que o Supremo condene os réus do mensalão. Nos últimos anos, as opiniões dos ministros do STF sobre o processo modularam-se ao ambiente político – que, sob a liderança simbólica e moral do ex-presidente Lula, fizeram o caso entrar num período de hibernação.
Alguns ministros, que em 2007 votaram por acatar a denúncia do Ministério Público, agora comentam reservadamente que as condenações dependem de “mais provas”. Hoje, portanto, o Supremo se dividiu. Não se sabe o desfecho do processo. Sabe-se apenas que, quanto mais tempo transcorrer, maior a chance de absolvição dos mensaleiros.
Se isso acontecer, a previsão feita por Delúbio Soares, num passado não tão remoto, num país não tão distante, vai se materializar: o mensalão virará piada de salão. Será o retorno “da ficção: era uma vez um país sério”.
Revista CARTACAPITAL.

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