CCJ DO SENADO APROVA ANISTIA A BOMBEIROS QUE PROTESTARAM NO RIO
Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira projeto que concede anistia aos bombeiros militares que participaram de movimentos por melhores salários e condições de trabalho no Rio de Janeiro.
No auge dos protestos, o Ministério Público fluminense havia denunciado à Justiça 429 bombeiros presos e dois policiais envolvidos na invasão do Quartel Central da corporação, na capital do Estado, por motim e danos, além de outros crimes do Código Penal Militar.
De acordo com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), autor do projeto aprovado pela CCJ nesta quarta, os manifestos dos bombeiros "são uma reivindicação justa, já que recebem uma das piores remunerações do Brasil". "A prisão dos bombeiros foi um equívoco.
Os bombeiros são heróis e não podem ser tratados como bandidos", disse. Para ser consolidada a anistia, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados.
Bombeiros na cadeia
Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho.
Os manifestantes chegaram a usar mulheres como escudo humano para impedir a entrada da cavalaria da Polícia Militar no local. No entanto, o Batalhão de Choque da Polícia Militar (Bope) invadiu o quartel por volta das 6h do dia seguinte e prendeu os bombeiros.
Os integrantes do protesto responderiam, em tese, pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro).
Dados oficiais apontam que os manifestantes danificaram viaturas, arrombaram portas do quartel e saquearam alimentos.
A situação vinha se tornando mais tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo eles, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.
Jornal do Brasil. Laryssa Borges

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