Oficial que combate crime nas ruas, primeira mulher na cúpula da corporação e destaque nas ocupações de favela, são os novos comandantes da Polícia Militar.
Rio - Com a missão de combater a corrupção na Polícia Militar do Rio, o coronel Erir Ribeiro da Costa Filho foi nomeado nesta quinta-feira o novo comandante-geral da PM. Linha-dura, o oficial foi o escolhido pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para substituir o coronel Mário Sérgio Duarte, que pediu exoneração do cargo na noite de quarta-feira.
Pinheiro Neto , Costa Filho, Beltrame e Kátia Nery: secretário apresenta nova cúpula da Polícia Militar | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia.
Costa Filho avisou que não haverá tolerância com desvios de conduta. E que os comandantes terão que dar o exemplo. “Os que me conhecem sabem que os dignos terão meu apoio. Para os outros, a lei. (...) E os líderes terão que dar o exemplo. Aqueles que não derem responderão por isso”, decretou o comandante, que também prometeu reforçar a corregedoria.
Policial que combate o crime com operações diariamente nas ruas
Erir Ribeiro Costa Filho tem 53 anos, é carioca, liderou o Batalhão de Choque, foi diretor de apoio logístico do Quartel General e comandante do 2º Comando de Policiamento de Área (Zona Oeste). Seu perfil aponta para um policial ‘à moda antiga’: combate o crime nas ruas diariamente, não se restringindo ao que dizem estudos sociais e planejamentos dos setores de Inteligência.
Em 2003, comandava o 4º BPM (São Cristóvão) e acusou o então secretário estadual de Esportes, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, de ter relações com o tráfico.
Na época, o tenente-coronel denunciou Chiquinho, que teria pedido trégua no combate ao tráfico na Mangueira. Chiquinho disse que solicitou mudanças só nos horários das ações, para que não coincidissem com a entrada e saída nas escolas.
A Corregedoria do Governo do Estado — o Rio era governado por Rosinha Garotinho — arquivou a investigação. Para o corregedor João Luiz Duboc Pinaud, ele tem conduta exemplar. O coronel, que está há 31 anos na PM, coordenava até ontem o Centro de Comando e Controle, setor que monitora câmeras da cidade, e o sistema 190.
Foi condecorado com medalhas Distintivo Lealdade e Constância (2000), Ordem do Mérito D. João VI (2006), Tiradentes (2003), entre outras.
Destaque na ocupação do Alemão e da Penha
Homem que comandou a primeira tentativa da Segurança Pública do Rio de Janeiro de ocupar o Complexo do Alemão — quando 19 pessoas foram mortas, em junho de 2007 —, o coronel Alberto Pinheiro Neto, 47 anos, é o novo chefe do Estado- Maior Operacional da PM. Eele assume cargo deixado pelo coronel Álvaro Garcia.
Pinheiro Neto foi comandante do Bope entre os anos de 2007 e 2009 | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia.
Há 26 anos na polícia, o coronel foi comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entre 2007 e 2009. Antes de assumir o Estado-Maior, o oficial chefiava a Coordenadoria de Assuntos Estratégicos da Polícia Militar.
Após comandar a primeira investida, Pinheiro Neto foi fundamental para que, em novembro do ano passado, os complexos do Alemão e da Penha fossem ocupados pelas Forças de Pacificação.
Pinheiro Neto fez cursos de Operações Especiais, de Negociação de Conflitos e Superior de Polícia Integrado. Também foi condecorado com o distintivo da Lealdade e Constância, em 2000, além da Medalha do Mérito D. João VI, em 2007, e da Medalha Tiradentes, em 2008.
Chefes de gabinete e do Estado-Maior Administrativo são as primeiras mulheres na cúpula da PM.
Aos 47 anos, a coronel Kátia Neri Nunes Boaventura faz história ao ser a primeira mulher a assumir um cargo na cúpula da Polícia Militar. Ela é a nova chefe de gabinete da corporação, cargo antes ocupado pelo coronel Carlos Eduardo Millan.
Coronel Kátia está há 28 anos na corporação e sua última função foi comandar a Academia de Polícia | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia.
A carioca está há 28 anos na corporação e sua última função foi comandar a Academia de Polícia Dom João VI. Ela foi chefe de gabinete do Comando Geral em 2007. Tornou-se comandante do 10º BPM (Barra do Piraí), em 2009. A coronel fez cursos de Polícia Judiciária Militar, Superior de Polícia Militar, Formação de Tutores, Direitos Humanos, Gerenciamento de Crises e Sistema e Gestão em Segurança Pública.
A coronel Edite Bonfadini, que assume o Estado-Maior Administrativo, foi uma das primeiras mulheres a comandar um batalhão, indicada por Mário Sérgio.
Reportagem de Bruno Menezes e Mahomed Saigg
Agência O DIA

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