Governador e parlamentares lembram que apoiaram a presidente nas últimas eleições para tentar barrar proposta do senador Vital do Rêgo. Prefeitos prometem levar 10 mil pessoas ao centro do Rio para protestar contra mudança na distribuição de recursos
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) no encontro que planejou a manifestação da próxima quinta-feira, no centro do Rio: plano é cobrar veto de Dilma (Shana Reis/Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro).
"A presidente Dilma foi acolhida com amor pelo povo do Rio. Eu me dediquei a ela no primeiro e no segundo turnos", lembrou Cabral.
A briga pelos royalties do petróleo conseguiu criar, pela primeira vez, um clima de tensão entre o governo do estado do Rio e a presidência da República, aliados desde 2007.
O governador Sérgio Cabral e líderes fluminenses cobraram, na manhã desta segunda-feira, que a presidente Dilma Rousseff vete o projeto de lei com a nova distribuição dos royalties do petróleo. Na avaliação do governador, esta seria uma questão de justiça com a população do estado e uma recompensa pelo apoio nas últimas eleições.
"A presidente Dilma foi acolhida com amor pelo povo do Rio. Eu me dediquei a ela no primeiro e no segundo turnos", lembrou Cabral, durante a reunião preparatória para a manifestação Contra a Injustiça - Em Defesa do Rio, no Palácio Guanabara, com a presença dos presidentes da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça, parlamentares, prefeitos e representantes de entidades da sociedade civil.
O vice-governador Luiz Fernando Pezão destacou a expressiva votação que a presidente obteve no Rio. "A maioria de nós aqui foi para as ruas apoiá-la. Ela foi eleita com quase 70% dos nossos votos", afirmou Pezão, engrossando o coro que ainda contou com os senadores Lindbergh Farias (PT), Marcelo Crivella (PRB) e Francisco Dornelles (PP).
Dornelles exigiu postura mais firme de Dilma, argumentando que é papel dela evitar uma guerra entre os estados. "Essa é a maior agressão ao estado de direito que o Brasil já conheceu em toda a sua história. Faço um apêlo à presidente Dilma porque ela tem a responsabilidade de evitar o início de um conflito federativo", disse o senador.
Veto não é solução - O veto de Dilma, no entanto, está longe de ser a solução para a questão dos royalties na opinião do ex-governador do Rio e atual deputado federal Anthony Garotinho (PR). "Apostar todas as fichas no veto da presidente pode significar a nossa derrota", alerta.
Garotinho lembra que, mesmo que o veto saia, ele provavelmente será derrubado pelo Congresso, onde os estados produtores estão em desvantagem numérica. O caminho, então, seria promover uma mudança no texto do projeto, através de um substitutivo na comissão especial da Câmara dos Deputados criada para analisar o caso.
Ainda assim, o apoio de Dilma seria importante. "Ela pode pedir ao Congresso que retire o caráter de emergência do projeto. Assim, teremos mais tempo para mudar o texto", justifica Garotinho.
Manifestação
Segundo o governador Sergio Cabral, o Metro Rio e a a Fetranspor vão disponibilizar transporte gratuito para a manifestação, cuja concentração está marcada para as 15h do próximo dia 10, na Praça da Candelária, no Centro. Os municípios produtores prometem lotar o evento, com 10 mil pessoas trazidas em 200 ônibus.
Revista VEJA online. Rafael Lemos




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