Como lidar com pessoas irritantes no trabalho sem sair do sério. Dicas de como enfrentar o puxa-saco, o ladrão de ideias e o sabe-tudo sem perder a linha.
RIO - Gente irritante existe em qualquer lugar, inclusive no ambiente de trabalho. Há o ladrão de ideias, o puxa-saco, o sabe-tudo, o grudento, mas é preciso seguir algumas regrinhas para não perder a classe ao lidar com estes tipos tão comuns em qualquer empresa.
De acordo com Fátima Sanchez, gestora do Instituto Personal Service, antes de tudo, é importante entender que o funcionário, seja ele qual for, pode ter problemas emocionais em algum momento, principalmente quando vivencia uma situação de pressão, no trabalho ou na vida pessoal, o que afeta sua convivência com os colegas.
- É preciso estar atendo às singularidades de cada um. Mas se forem características persistentes, é importante ter uma conversa franca com o colega, até para que ele não fique conhecido por rótulos ou apelidos dentro da empresa - aconselha Fátima, lembrando ainda que só vale dar o ''toque'' se você tiver um bom nível de intimidade com ele.
Na opinião de Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos, empresa que recruta e seleciona executivos para cargos de gerência e diretoria de empresas de grande porte, é importante se proteger de tais colegas, estabelecendo limites e fazendo-os compreender que você não é receptivo a esse tipo de comportamento:
- Não é preciso ser deselegante, nem grosseiro. Basta não alimentar e demonstrar que não aprecia. Se o colega insistir, encontre uma forma mais clara e direta de fazê-lo compreender. O importante é não se deixar invadir e não perder o controle.
Segundo a gestora do Instituto Personal Service, comportamentos como os indicados acima tornam-se usuais porque acabam funcionando como ferramentas de atenção ou desvios de situações mais importantes, que talvez devam ser omitidas:
- É possível que esses profissionais não conheçam outras formas de demonstrar seu desempenho.
E, mais do que ninguém na equipe, o gestor deve estar atento às singularidades de cada um e, caso identifique tais comportamentos, é preciso agir sobre os fatos, ressalta Fátima:
- Não fantasie situações e nem ouça os julgamentos de colegas. Procure ver o que acontece. Investigue. Analise se os fatos são decorrentes de uma atitude sua, de uma ordem pouco clara.
Cuide para impedir essas situações. Esse é o verdadeiro papel do gerente: cuidar para que seu departamento seja rotulado pela excelência do desempenho, e não por ser o setor do funcionário folgado ou do puxa-saco, por exemplo.
Caso esteja diante de situações semelhantes na equipe e tenha dúvidas de como agir, siga essas dicas:
- Confronte o problema, analise a gravidade e se a situação pode piorar;
- Trabalhe o comportamento e não a pessoa;
- A meta deve ser construir uma solução e não destruir o relacionamento entre os colegas;
- Reúna as pessoas envolvidas e comece fazendo uma dinâmica em que o assunto seja relacionamentos e comportamentos indesejáveis;
- Ouça cada um atentamente, permaneça sustentando a situação de forma calma e atenciosa. Não se desequilibre. Peça sempre ao envolvido que sugira uma solução para a questão. Caso consiga identificar as causas daquele comportamento, ótimo. Caso não consiga, é necessário outros encontros, até se chegar a uma saída. Pode-se buscar um tratamento externo, com um profissional que dê suporte ao desvio de comportamento;
- Se esgotarem todas as alternativas e o funcionário não quiser melhorar, a saída da empresa será inevitável. Lembre-se que comportamentos inadequados numa empresa podem comprometer o desempenho do setor.
Jornal O GLOBO online. Ione Luques
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