ESTUDO COMBINOU DROGA QUE DIMINUI RESISTÊNCIA DE
ESTAFILOCOCOS E ANTIBIÓTICO.
Dois medicamentos agem em conjunto para combater
infecção por estafilococosDIVULGAÇÃO
RIO -
Um novo estudo revela que a aplicação conjunta de um remédio com um antibiótico
já disponível no mercado pode ajudar no tratamento das infecções por
Staphylococcus aureus resistentes a meticilina (SARM).
Comuns em hospitais, estima-se que as infecções por
estafilococos sejam responsáveis por um número de mortes maior do que por Aids
nos Estados Unidos, segundo informações de 2005. Até agora, a principal arma
dos médicos para combater infecções bacterianas eram drogas usadas
isoladamente.
Os estafilococos costumam causar infecções de pele
superficiais e profundas, podendo atingir os tecidos subcutâneos e a
musculatura. A resposta do sistema imunológico pode resultar no surgimento de
calor, tumoração, dor no local e produção de pus. Também podem provocar
conjuntivites, pneumonias, meningites, endocardites e infecções da corrente
sanguínea, ou provocar uma doença generalizada, envolvendo vários órgãos.
A nova pesquisa apresenta uma abordagem que envolve a
combinação de um novo remédio, chamado PC190723, com uma classe de
antibióticos, os betalactamases. A junção das drogas torna as bactérias SARM
novamente sensíveis através de um "efeito dominó", onde o PC19072
bloqueia a expressão da proteína FtsZ da divisão celular, que danifica uma
segunda proteína chamada PBP2.
Como a PBP2 é necessária para a resistência de SARM a
antibióticos betalactamases, sua interferência sensibiliza novamente SARM a
betalactamases.
A inativação da proteína FtsZ parece também inibir o
crescimento de SARM. Os resultados apresentam evidências de que os dois
antibióticos agem sinergeticamente, o que significa que seus efeitos combinados
são muito maiores do que suas ações separadas.
Além disso, é necessária uma quantidade bem menor de
cada uma das substâncias para combater a infecção, possibilitando evitar
efeitos colaterais. O estudo foi publicado na última edição da revista
"Science TranslationaL Medicine" e realizado pela Universidade de
Toronto, em parceria com a Universidade de Nova de Lisboa.
JornaL
O GLOBO online
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