FATORES AMBIENTAIS PODEM PREDISPOR UMA CRIANÇA À OBESIDADE ANTES MESMO
DELA NASCER.
Hábitos alimentares e tabagismo na gravidez podem
determinar mudanças em genes do bebê relacionados ao peso corporal.
Obesidade
infantil: fatores que alteram expressão dos genes podem determinar
predisposição ao problema antes mesmo do nascimento da criança.
De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de
Newcastle e pela Universidade de Bristol, ambas no Reino Unido, pessoas que se
tornam obesas ao longo da vida já apresentam, desde o nascimento, diferentes
marcas em seu código genético em comparação com indivíduos que não desenvolvem
o problema. Essas conclusões foram publicadas nesta quarta-feira no
periódico PLoSOne.
Nossos
genes podem sofrer mudanças sem que o código genético seja alterado, e é isso o
que caracteriza a epigenética, que é diferente de uma mutação. Ela determina se
os genes funcionarão ou não, e como irão fazê-lo. Essa mudança pode ser causada
ao longo da vida por fatores ambientais como poluição, ou mesmo por prática de
exercícios e alimentação.
Esse
novo estudo, no entanto, concorda com algumas evidências de que esses fatores
possam alterar a regulação do genoma antes mesmo de o nascimento de uma pessoa.
São fatores negativos durante o desenvolvimento do bebê no útero, como uma
dieta pobre da mãe ou tabagismo durante a gravidez, que poderiam predispor uma
criança à obesidade e a outros problemas de saúde.
A
pesquisa
Os especialistas analisaram o cordão umbilical de 179
bebês e observaram especialmente os 24 genes que são conhecidos por estarem
ligados ao peso corporal. Eles identificaram que crianças que apresentaram
obesidade ou sobrepeso aos nove anos de idade apresentaram, ao nascer,
diferentes padrões epigenéticos em nove desses genes em comparação a crianças
de peso normal.
"Isso
sugere que o nosso DNA possa ser marcado antes do nascimento e essas marcas
poderiam predizer o nosso peso corporal mais tarde", afirma Caroline
Relton, coordenadora da pesquisa.
"Embora tenhamos descoberto uma associação entre
esses genes e o peso na infância, precisamos realizar mais estudos para
determinar a influência da expressão desses genes e descobrir se alterar
padrões epigenéticos realmente é um gatilho para tratar a obesidade".
Revista VEJA online.(ThinkStock)
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