Pesquisa mostra desperdício da população, que desconhece quem são os maiores consumidores do recurso e o seu órgão regulador, a ANA.
RIO - A preocupação ambiental do brasileiro continua escorrendo ralo abaixo. Pesquisa de opinião realizada pelo Ibope para a WWF-Brasil, com apoio do HSBC, mostra que quase metade (48%) das pessoas consome água com pouco controle.
Parte do “Programa Água para a Vida”, o resultado mostra que 68% dos entrevistados entendem que o desperdício é o principal problema de abastecimento de água no futuro. Foram ouvidas 2.002 pessoas em novembro de 2011 nos 26 estados da federação.
O número de pessoas que admitem o desperdício aumentou 11 pontos percentuais em relação à pesquisa realizada há cinco anos, quando essa porcentagem era de 37%. Por outro lado, a falta de água continua sendo um problema brasileiro. De acordo com o trabalho, 67% dos domicílios enfrentam algum tipo de problema no abastecimento.
No Nordeste, a escassez constante afeta 29% das casas. Mesmo assim, o consumo médio diário por habitante no país (185 litros) é considerado mediano, próximo ao da Comunidade Europeia (200 litros).
Nas regiões secas, como o semiárido brasileiro, o consumo é menor (abaixo de 100 litros), porém mais alto do que o da África subsaariana (abaixo de 50 litros).
O estudo mostra que o brasileiro desconhece quem são os maiores consumidores de água no país. Apenas 16% apontaram para a agricultura, contra 81% que citaram, equivocadamente, população, residências e indústrias.
A Agência Nacional de Águas (ANA), órgão regulador do recurso, criado pelo governo federal em 2000, não é conhecida por 87% das pessoas. E o desmatamento como uma das causas da falta de água é apontado por somente 1%.
- Esses dados demonstram que a percepção do problema se restringe ao ambiente onde vive a maioria da população do país: as grandes cidades. Não há uma visão integrada com a zona rural, onde estão as principais fontes do recurso, e do caminho que esta percorre até chegar às casas e aos apartamentos.
O problema é visto da “torneira para frente” e poucos o reconhecem da “torneira para trás – disse Maria Cecília Wey de Brito, diretora do WWF-Brasil, em nota.
Jornal O GLOBO online. CLÁUDIO MOTTA.

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