Potes de plástico podem
contaminar a comida; veja que cuidados tomar.
A batata do
plástico está assando. Antes onipresente nas cozinhas, o material está perdendo
espaço para o vidro, o aço inoxidável e a cerâmica depois de pesquisas
mostrarem que substâncias do produto podem causar infertilidade masculina,
puberdade precoce e até câncer de próstata.
"Hoje é
quase impossível se livrar por completo do uso do plástico em contato com os
alimentos, mas reduzir esse uso é altamente recomendável", afirma Fábio
Gomes, nutricionista do Instituto Nacional do Câncer.
Em contato
com a comida, o material sofre um desprendimento de moléculas, que migram para
o alimento.
A vigilância
sanitária estabelece normas de controle para a indústria, mas quem consome
muito enlatado, por exemplo, acaba se expondo a quantidades maiores do que as
recomendadas, segundo Elaine Costa, endocrinologista da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia.
O interior
das latas tem uma resina plástica que afasta a ferrugem. Para reduzir a
ingestão de partículas do material, só diminuindo o consumo desses produtos.
Vasilhas de cozinha, filmes plásticos e garrafas de
água também podem ser fontes de contaminação. "Não tem o menor sentido
beber água engarrafada. Ela fica muito tempo exposta à embalagem", diz
Gomes.
TIPOS DE PLÁSTICO
Uma das
substâncias tóxicas mais conhecidas é o BPA (bisfenol A), utilizada na
fabricação do plástico tipo policarbonato.
O BPA tem a
estrutura química semelhante à do hormônio feminino estrógeno e, por isso, é
acusado de causar puberdade precoce e infertilidade masculina. Desde janeiro,
seu uso é proibido em mamadeiras no Brasil, mas não há proibição para outros
produtos.
"O
consumidor não costuma ser informado sobre o material da embalagem. Há tipos de
plástico que sabidamente são prejudiciais, como o policarbonato, mas outros
ainda são vistos como seguros, como o polietileno e o propileno", diz
Costa.
Um truque
para saber que tipo de material é usado é checar o símbolo de reciclagem que
fica na embalagem. Se dentro do símbolo tiver o número sete, é provável que o
material tenha bisfenol A.
"Mesmo
os plásticos livres de BPA podem trazer problemas devido à presença da dioxina,
substância tóxica formada quando o plástico é aquecido", afirma a
nutricionista Santhi Karavias.
Para ela, é
importante não esquentar o material: "Plástico não foi feito para ser
aquecido nem para guardar alimentos quentes. A resina que o forma é líquida e,
quando aquecida, muitas partículas se desprendem e contaminam a comida",
diz.
Jornal FOLHA
online. JULIANA CUNHA
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