Coca-cola
segue usando níveis altos de corante cancerígeno, diz instituto
Centro americano de defesa do consumidor diz que
amostras da bebida recolhidas em 9 países (entre eles o Brasil) mostraram
"quantidades alarmantes" da substância 4-MI
Coca-cola: níveis de
corante sob suspeita não diminuíram, diz entidade
A Coca-Cola vendida em vários países, inclusive no
Brasil, continua apresentando níveis elevados de uma substância química
associada a casos decâncer em animais, e que
já foi praticamente eliminada na versão do refrigerante comercializada na
Califórnia, disse na terça-feira (26) o Centro para a Ciência no Interesse
Público, com sede nos EUA.
A entidade disse que amostras da Coca-Cola
recolhidas em nove países mostraram "quantidades alarmantes" da
substância 4-metilimidazole, ou 4-MI, que entra na composição do corante
caramelo. Níveis elevados dessa substância foram relacionados ao câncer em
animais.
Em março, a Coca-Cola e sua rival PepsiCo
anunciaram ter pedido aos fornecedores do corante para que alterassem seu
processo industrial, de modo a atender a uma regra aprovada em plebiscito na
Califórnia para limitar a exposição de consumidores a substâncias tóxicas.
A Coca-Cola disse na ocasião que iniciaria a
mudança pela Califórnia, mas que com o tempo ampliaria o uso do corante
caramelo com teor reduzido de 4-MI. A empresa não citou prazos para isso.
Na terça-feira, a Coca-Cola repetiu que o corante
usado em todos os seus produtos é seguro, e que só solicitou a alteração aos
fornecedores para se adequar às regras de rotulagem da Califórnia.
Segundo o CCIP, amostras da Califórnia examinadas
recentemente mostravam apenas 4 microgramas de 4-MI por lata da bebida. A
Califórnia agora exige um alerta no rótulo de um alimento ou bebida se houver a
chance de o consumidor ingerir mais de 30 microgramas por dia.
Nas amostras brasileiras, havia 267 microgramas de
4-MI por lata. Foram registrados 177 microgramas na Coca-Cola do Quênia, e 145
microgramas em amostras adquiridas em Washington.
"Agora que sabemos que é possível eliminar
quase totalmente essa substância carcinogênica das colas, não há desculpa para
que a Coca-Cola e outras empresas não façam isso no mundo todo, e não só na
Califórnia", disse em nota Michael Jacobson, diretor-executivo do CCIP.
A FDA (agência
de fiscalização de alimentos e remédios dos EUA) está avaliando uma solicitação
do CCIP para proibir o processo que cria níveis elevados de 4-MI, mas disse que
não há razão para crer em riscos imediatos aos consumidores.
Neste ano, um porta-voz da FDA disse que uma pessoa
teria de consumir "bem mais de mil latas de refrigerante por dia para
atingir as doses administradas nos estudos que demonstraram ligações com o
câncer em roedores".
A Coca-Cola disse na terça-feira que continua
desenvolvendo a logística para adotar o novo corante caramelo.
"Pretendemos ampliar o uso do caramelo
modificado globalmente, para nos permitir agilizar e simplificar nossa cadeia
de fornecimento e os sistemas de fabricação e distribuição", disse a
empresa em nota.
Uma porta-voz não quis comentar os custos dessa
mudança.
Site Yahoo Brasil. * Por Brad Dorfman. Portal IG. Reuters.
Nenhum comentário:
Postar um comentário