Apesar da acomodação dos preços dos imóveis,
especialistas consideram o investimento arriscado.
RIO -
Não dá para trocar de apartamento como se troca de roupa. Ainda mais quando se
trata de Rio de Janeiro, a vitrine mais cara do mercado imobiliário. No
entanto, desde dezembro do ano passado que o preço do imóvel não sobe mais com
a mesma intensidade.
De
acordo com o índice FipeZap, que calcula o valor do metro quadrado anunciado,
nos últimos 12 meses, a variação na capital fluminense saiu dos 3% e se manteve
estável, a 1%. Será que está na hora de vender o apê e começar a investir em
outro? De acordo com especialistas, definitivamente, não.
A
demanda especulativa percebida no mercado anteriormente já não existe mais, o
que freia a valorização. Além disso, o primeiro trimestre do ano já revelou
queda no número de unidades financiadas — em relação ao mesmo período do ano
passado — e da velocidade de vendas — na comparação com os anos anteriores.
Mas, ainda assim, o vice-presidente do Sindicato de Habitação do Rio
(Secovi-Rio) Leonardo Schineider, avisa que o comportamento dos preços não está
claro.
— Não
aconselho o proprietário mexer em imóveis como um ativo agora. Apesar da
acomodação dos índices, com o fim dos Jogos em Londres, o foco passará a ser o
Rio. Haverá investimentos maiores na capital, o que pode interferir nos preços
— explica Schneider, ponderando que o mercado não sofrerá mais a valorização
média de 150% ocorrida nos últimos três anos.
Ainda
que a crise internacional não venha rendendo mais manchetes sensacionais, este
cozimento em fogo lento pode ainda se refletir de forma negativa no mercado
imobiliário. A opinião é do economista Roberto Zentgraf.
— Além
da crise, tem também o nosso PIB, que não atigiu o crescimento esperado, o que
torna este investimento ainda muito arriscado. Até o período das Olimpíadas,
nada garante que a desaceleração veio para ficar — completa o economista.
Portanto,
quem está com planos de vender o imóvel, esperando uma desaceleração do mercado
para comprar outro, deve esperar sentado. E com muita paciência.
Jornal
O GLOBO online.

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