Medida será colocada sob consulta pública e incidirá sobre contas
pré-pagas e pós-pagas.
As
operadoras de telefonia móvel serão proibidas de cobrar pela segunda chamada,
caso a primeira seja interrompida. Para evitar nova cobrança, o usuário terá de
fazer outra chamada em no máximo dois minutos, do mesmo aparelho e para o mesmo
destino.
A mudança
está na proposta de alteração do regulamento do Serviço Móvel Pessoal aprovada
nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Nessa
quinta-feira (16), a proposta deverá ir à consulta pública, quando as empresas
e a população poderão se pronunciar sobre a mudança.
A consulta
terá prazo de dez dias corridos. A Anatel espera que em um mês a nova
regulamentação esteja em vigor.
A impossibilidade de cobrar por novas chamadas será
válida caso a ligação caia por qualquer motivo [não só técnico], para todas as
operadoras, para todos os planos disponíveis e tanto para chamadas para celular
quanto para telefones fixos. A regra incidirá sobre as contas pré-pagas e
pós-pagas.
"O usuário tem o sentimento de que está
fazendo a mesma chamada. Trazemos esse sentimento para a regulação do
serviço", disse o relator da proposta, Marcelo Bechara. "Essa
proposta é para início imediato. As empresas podem começar a se preparar para
essa nova realidade", informou.
Caso a regra não seja cumprida, as operadoras
poderão pagar multa, sofrer processo administrativo por descumprimento de
decisão, ressarcir o usuário em dobro ou fazer repasse a ser revertido a fundo
de direitos difusos.
A norma atual é de 2007 e, segundo a agência, a
alteração visa atualizar a regulamentação às transformações do mercado, de modo
a minimizar prejuízos dos usuários. A medida deverá beneficiar usuários de
planos que cobram por chamada realizada e também os que pagam por minutos
falados. Quando a regra estiver em vigor, todas as ligações feitas com os
mesmos destinos e origens serão consideradas uma só.
Atualmente, para quem paga o serviço por minutos, é
cobrado o mínimo de 30 segundos a cada ligação feita, mesmo que a chamada caia
antes desse tempo. A partir da nova norma, esses 30 segundos mínimos não serão
contados e a cobrança ocorrerá como se a ligação não tivesse sido interrompida.
De acordo com o conselheiro Marcelo Bechara, a nova
regra não foi uma resposta às recentes acusações do Ministério Público do
Paraná de que a operadora TIM estaria interrompendo as chamadas propositalmente
para cobrar mais dos usuários, de acordo com plano de cobrança por ligação. O
processo contra a empresa está em andamento.
Segundo ele, os consumidores não podem ser
penalizados por um problema de infraestrutura das empresas. O objetivo da
medida não é reduzir o preço pago pelos usuários, mas forçar as empresas de
telefonia a evitar a interrupção das ligações.
"O ideal é que a chamada não caia, mas se não
conseguimos controlar isso, pelos menos se estabelece que isso não seja cobrado
e o custo repassado ao usuário", explicou o conselheiro.
TIM
A TIM informou nesta quarta-feira (15) à tarde que
a partir da próxima semana parará de cobrar a segunda chamada em caso de
interrupção da ligação. A medida, diz a operadora, será iniciada em seis
Estados do Nordeste, porém, a operadora não especificou quais.
Segundo comunicado da empresa, a TIM "concorda
plenamente com a proposta da Anatel" em que caso haja interrupção de
chamada entre dois usuários, a nova ligação deverá ser realizada em até dois
minutos para ser considerada continuação da chamada anterior e, por tanto, não
haver cobrança dos consumidores.
Mais cedo, a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) informou que as operadoras de telefonia móvel serão proibidas de
cobrar pela segunda chamada, caso a primeira seja interrompida. Para evitar
nova cobrança, o usuário terá de fazer outra chamada no prazo estipulado e do
mesmo aparelho e para o mesmo destino.
Medidas
No dia 18 de julho, a Anatel suspendeu a venda de
novas linhas telefônicas e internet 3G de três companhias de telefonia celular.
De acordo com a agência, Claro, Oi e TIM foram proibidas devido aos problemas
na qualidade dos serviços prestados. Se a determinação fosse desrespeitada, as
operadoras pagariam multa de R$ 200 mil por dia.
Após duas semanas, o fim da sanção às operadoras só
ocorreu mediante apresentação de um plano de investimentos, cobrado pela
agência, para garantir a melhoria dos serviços em todo o País.
A Vivo
Única entre as grandes operadoras a não sofrer
sanções - também foi obrigada a apresentar propostas para melhorias no serviço.
Claro, Oi e TIM juntas anunciaram investimento de R$ 20 bilhões para serem
executados até 2014.
A Claro
Se comprometeu a investir R$ 6,3 bilhões, a TIM, R$
8,2 bilhões, além da Oi, que anunciou investimento de R$ 5,5 bilhões. A Anatel
acredita que do total de R$ 20 bi, cerca de R$ 4 bi foram acrescidos pela
punição aplicada pela agência.
A Anatel informou ainda que a primeira avaliação
trimestral será feita em novembro. Até lá, o órgão espera que o serviços de
atendimento ao cliente apresentem uma melhora significativa.
Revista ISTOÉ online. Do Portal Terra.

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