Hipnose:
conheça os mitos dessa terapia, que pode tratar depressão, gagueira e até perda
de peso
Um pêndulo balança de um lado para o outro, frente aos olhos de um
paciente vulnerável — quase fora de si. Para a maioria das pessoas, essa é a
imagem que vem à mente quando o assunto é hipnose. Com mais de 300 anos de uso
científico, a terapia ainda segue envolta numa aura de mistério e dúvidas. Na
prática, não passa de uma técnica simples que leva a um relaxamento profundo.
— O paciente entra num transe, ou seja, um estágio entre o sono e a
vigília. Há uma diminuição da frequência cerebral, a atenção fica concentrada,
e a gente faz as induções de acordo com o tratamento. Não se usa pêndulo. Basta
o comando da voz — explica a psicóloga e especialista em hipnose clínica,
Miriam Farias.
No caso dos psicólogos, a hipnose pode ser usada como auxílio no
tratamento de depressão, ansiedade, fobias, pânico, estresse, gagueira,
dificuldade de aprendizado e até para perda de peso. Quando o paciente não
consegue lembrar a origem do problema, é possível ainda fazer uma regressão.
— Algumas pessoas revivem o momento. Choram, se arrepiam, riem. Outras,
conseguem se observar de fora, como um espectador de um episódio da sua vida —
conta Miriam.
O tratamento é focal, ou seja, busca solução para uma questão de cada
vez. Em média, os resultados surgem com dez sessões. No caso de André Hernandes
a terapia se alongou por oito meses.
— Eu tinha dificuldade de aprendizado, de concentração. Quando comecei a
hipnose, logo senti uma grande melhora. Mas, durante o tratamento foram
surgindo outras questões e acabei continuando — conta o técnico de enfermagem,
de 34 anos.
Também podem se especializar em hipnose clínica os profissionais de
Medicina, Odontologia e Fisioterapia.
Uma
aliada no trabalho
A hipnose também pode ser uma aliada do desempenho profissional.
Motivação, autoestima, autoconhecimento e consciência das limitações são alguns
dos tópicos trabalhados em empresas pelo hipnólogo Bruno Martins, da Humannum.
— É impressionante como as pessoas se assustam quando eu proponho o uso
da hipnose. Esse estado de relaxamento, porém, faz parte de vários momentos na
nossa vida, como quando você lê um livro e se desliga completamente. Não há o
que temer.
Em alguns casos (como para quem sofre de insônia), o terapeuta pode
passar técnicas para fazer em casa.
— Quando a pessoa está hipnotizada, ela não perde a capacidade de
raciocinar — garante Miriam Farias.
Jornal EXTRA online. Foto:
Camila Maia. Thamyres Dias. (Sessão de hipnose: relaxamento profundo em prol da
saúde).
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