Com alta de 0,82%, IPCA de outubro é o maior em 13 anos.
Em 12 meses, indicador oficial de inflação, que
serve de referência para a definição da taxa básica de juros, sobe 9,93%.
Dragão da inflação em manifestação realizada pela
Força Sindical em São Paulo no último dia 20.
O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,82% em outubro, sua maior elevação para esse
mês desde 2002, quando subiu 1,31%, informou nesta sexta-feira o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA é o indicador oficial de
inflação, que serve como referência para as decisões do Banco Central sobre a
taxa básica de juros da economia brasileira.
No acumulado dos últimos doze meses,
a alta é de 9,93%. Isso representou aceleração do indicador em comparação com o
mês, quando a alta acumulada em doze meses foi de 9,49%. Mais uma vez, a alta
foi a mais forte em mais de uma década.
O IPCA não acumulava alta tão
expressiva em doze meses desde novembro de 2003, quando chegou a 11,02%.
A alta de outubro ficou um pouco
acima das expectativas de mercado. Em pesquisa realizada pela agência Reuters,
a previsão dos economistas era de elevação de 0,80% em outubro e de 9,91% no
acumulado dos últimos doze meses.
O IPCA está muito acima do teto da
meta perseguida pelo Banco Central. O regime de metas de inflação, que baliza a
política monetária do BC, tem como alvo um IPCA de 4,5% no ano, com tolerância
para que chegue até 6,5%. De janeiro a outubro, no entanto, a alta é 8,52%.
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Combustível, o vilão
Com elevação de 6,09%, os
combustíveis puxaram a alta da inflação em outubro, segundo o IBGE. A gasolina
ficou 5,05% mais cara no mês. A maior alta ocorreu em São Paulo (6,21%) e a
menor, em Recife (1,70%) e Vitória (1,72%).
O preço da gasolina subiu como
reflexo do reajuste nas refinarias de 6% autorizado a partir de 30 de setembro.
O aumento do etanol em outubro foi de
12,29%. Mais uma vez, São Paulo teve a alta mais expressiva (14,99%) e Recife,
a menor (2,85%). O preço do diesel, por sua vez, subiu 3,26% no mês.
O encarecimento dos combustíveis
elevou os gastos das famílias com transportes. A alta desse item foi de 1,72%.
Também pressionaram o resultado os aumentos dos preços de passagens aéreas
(4,01%), pneu (0,94%), ônibus intermunicipal (0,84%), conserto de automóvel
(0,69%) e acessórios e peças (0,46%).
(Gabriel
Soares/ Brazil Photo Press/Folhapress).
Revista
VEJA online.

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