Mesmo com alta do IPVA para GNV, investimento em kit gás vale a pena no Rio.
Oficina Carro a Gás, na Praça da Bandeira: procura dobrou.
Apesar de a alíquota de IPVA para carros movidos a Gás Natural Veicular (GNV) subir de 1% para 1,5% em 2016 — reduzindo na prática o desconto concedido no imposto, no Estado do Rio —, o motorista que instalar um kit-gás no carro não vai levar mais tempo para recuperar o investimento feito, ao contrário do que pensa.
É o que mostram cálculos feitos pelo EXTRA, com base em dados da Secretaria estadual de Fazenda, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Gás Natural Fenosa.
Com a alta do imposto a pagar (consequência da diminuição do desconto), a primeira impressão que se tem é que o consumidor demoraria mais tempo para recuperar o que gastou num kit-gás de quinta geração (cerca de R$ 4 mil), segundo pesquisa de mercado.
No entanto, outros fatores, como a depreciação dos veículos e a alta dos combustíveis, além do aumento do IPVA também para carros flex (de 3% para 4%), diminuíram o impacto da alíquota maior para veículos a gás.
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), 49,1% da frota de 1,81 milhão de carros movidos a GNV está no Rio. Essa grande fatia se deve ao fato de o estado ter sido o primeiro a incentivar o consumo de gás, com desconto no IPVA, que também sempre foi o maior abatimento do país.
Antes, chegava a 75%. A redução da vantagem, porém, não tem afastado os consumidores das convertedoras, segundo Caroline Mayumi, gerente da Oficina Carro a Gás, na Praça da Bandeira, na Zona Norte.
— A procura sempre aumenta em épocas de crise. Desde outubro, houve mais de 100% de crescimento no total de clientes. A demanda também é maior no fim do ano, por conta do desconto no IPVA — disse.
Antes de instalar o kit-gás, porém, o motorista deve estar por dentro dos cuidados, como orientam dois especialistas (confira abaixo).
Motor
O engenheiro José Nunes Filho, da Coordenadoria de Assistência Técnica e Tecnológica do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), explica que é um mito dizer que o GNV prejudica o motor: “A ausência de fuligem no gás e sua boa combustão, evitando resíduos carbonizados, diminuem o desgaste das partes do motor”.
Geração
Luiz Carlos Vieira, instrutor automotivo do Senai Tijuca, esclarece que, embora mais caro, o kit-gás de quinta geração é bem melhor do que o de terceira. “Ele gasta menos gás.
Isso porque a regulagem do kit de terceira geração depende da experiência do mecânico. O modelo de quinta geração é regulado pelo próprio software”, explicou.
Cilindro
Segundo José Nunes, se há disponibilidade no porta-malas, é recomendável o uso do cilindro de 16m³, que dá mais autonomia, resultando em menos paradas para abastecer.
Potência
Luiz Carlos Vieira explica que os carros ideais para GNV são aqueles com potência acima de 1.6: “Instalar o kit-gás num veículo 1.0 não é o ideal, porque o automóvel não foi preparado para trabalhar com o GNV”.
Inmetro
Para instalar o kit-gás, procure uma convertedora homologada pelo Inmetro no site.
Foto: Rafaella Barros / Extra
Rafaella Barros

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