No 2º dia de greve, caminhoneiros bloqueiam rodovias em pelo menos seis
Estados.
Governo informou ontem que vai aplicar multa de
1915 reais para quem obstruir as estradas; caminhoneiros pedem frete mínimo e
redução do preço do óleo diesel.
Caminhoneiros em greve bloqueiam a estrada em João
Monlevade, a 80km de Belo Horizonte (MG).
Os caminhoneiros voltaram nesta terça-feira a
bloquear rodovias em pelo menos seis Estados - Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. Este é o segundo dia de protesto
organizado pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), grupo desvinculado dos
sindicatos da categoria.
Nesta segunda-feira, os caminhoneiros haviam
fechado 43 pontos de estradas em 14 Estados, segundo a Polícia Rodoviária
Federal (PRF).
Um dos líderes do movimento Ivar Luiz
Schmidt disse hoje ao site de VEJA que o objetivo inicial era pressionar a
presidente Dilma Rousseff a renunciar. Mas como, segundo ele, a greve não
ganhou adesão popular, os caminhoneiros agora vão focar nas reivindicações da
categoria, como a criação do frete mínimo, redução do preço do óleo diesel e
liberação de crédito com juros subsidiados.
"Nós tínhamos como principal
pauta a renúncia da presidente Dilma Rousseff para que o povo se juntasse a
nós. Mas o povo não atendeu. Então, nós vamos direcionar a pauta para a
categoria", disse Ivar. "Não adianata só ficar na rede social.
Apoio virtual é insignificante",
acrescentou, criticando a falta de mobilização popular. Nesta segunda-feira, o
governo afirmou que o movimento tem "viés político" e anunciou que
vai aplicar uma multa de 1.915 reais a quem obstruir as estradas.
Ivar mantém contato constante com os
movimentos que organizaram os grandes protestos que pediam o impeachment da
presidente Dilma Rousseff - mais especificamente, com o Revoltados Online e o
Movimento Brasil Livre, que usaram ontem as suas páginas nas redes sociais para
apoiar a greve.
O Vem pra Rua, por sua vez, tentou se
distanciar do movimento, enviando uma nota dizendo que "não apoia pautas
específicas", mas "movimentos pacíficos e ordeiros".
O líder da CNT também também voltou a
dizer que não há previsão de término da greve. "Vai depender do limite de
cada ser humano, pode ser um dia, dois dias, ou uma semana. Não dá para dizer
quanto vai durar", disse. Ivar também afirmou que hoje está se dirigindo a
Brasília para se encontrar com integrantes do Revoltados Online.
Confira a seguir
onde são os bloqueios nos Estados do país, segundo o último boletim da PRF:
Ceará
Caminhoneiros interditam parcialmente
o quilômetro 316 da BR 222, em Tianguá.
Minas Gerais
Estão parcialmente interditados três
pontos na BR 381, do quilômetro 359 ao 678, passando pelas cidades de João
Monlevade, Igarapé e Perdões. Também estão bloqueados os quilômetros 479 e 558
da BR 040, e os quilômetros 369 e 412 da BR 262.
Paraná
A BR 376 está parcialmente
interditada em dois pontos, nas cidades de Nova Esperança e Paranavaí. Também
há manifestantes bloqueando a passagem de caminhões na BR 476, em União da
Vitória; na BR 373, no quilômetro 479, em Coronel Vivida; e na BR 369 do quilômetro
157 ao 178,7. Estão parcialmente bloqueadas a BR 153, em Ibaiti; e a BR 277, em
Medianeira.
Rio Grande do Sul
Motoristas protestam sem interditar
as estradas federais que cortam o Estado do Rio Grande do Sul. Em Pelotas, há
protestos na BR 116, quilômetro 66. Também há manifestantes em dois pontos da
BR 386, na altura das cidades Soledade e Sarandi; na BR 285, do quilômetro 301
ao 497; na BR 472, em dois pontos do município de Santa Rosa, nos quilômetros
155,5 e 168.
Santa Catarina
Há dois pontos de bloqueio, ambos
parciais, na BR 116, no quilômetro 54, em Papanduva; e no quilômetro 138, em
Santa Cecília.
Tocantins - Manifestantes
interditam o quilômetro 240 da BR 153, na altura da cidade de Colinas do
Tocantins. Podem passar ônibus, veículos de passeio e ambulâncias.
Na Bahia, não há interdição, mas o quilômetro 805
da BR 242, em Barreiras, registra manifestações.
Revista
VEJA online. Por: Eduardo
Gonçalves e Nicole Fusco. Foto: 09/11/2015(Christophe Simon/AFP.

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