Saber distinguir e conviver com o próprio medo é importante.
‘Quantas vezes o medo te impediu de fazer alguma coisa? Essa sensação faz parte da vida e o importante é aprender a conviver. Segundo a ciência comportamental, o medo é uma reação instintiva de proteção frente a uma ameaça. 
Um estudo conduzido pelo inglês Dean Mobbs, da University College London, aponta que a região do cérebro que ativa o sentimento de medo é o cortex pré-frontal. Se uma ameaça está perto, essa região é ativada. 
E é claro que esse sentimento pode nos levar a reagir de maneiras muito diversas. Tanto construtivas quanto destrutivas.
Para Luís Fernando Tófoli, professor de Psicologia Médica e Psiquiatria da Unicamp, o medo existe para nos dar conforto frente a um mundo que pode ter características ameaçadoras. 
Mais do que um instinto, nos seres humanos o medo estabeleceu reações de comportamentos mais complexas, a partir da nossa capacidade de imaginar o futuro, de simular acontecimentos e reconhecer a finitude da existência. Demos, nas nossas mentes, um peso maior a ele. 
A escritora americana Elizabeth Gilbert, conhecida por ter feito aquela jornada que a levou a escrever o livro Comer, Rezar, Amar (Objetiva), revelou que foi uma criança muito medrosa. 
No seu livro mais recente “Grande Magia: Vida Criativa sem Medo (Objetiva)”, ela conta histórias de pessoas que decidiram enfrentar seus demônios internos em prol de uma vida mais criativa. 
Elizabeth diz que sua mãe tinha um plano para acabar com medo dela que era quase cômico de tão simples. “Sempre me forçava a fazer o que eu mais temia. Por mais que no princípio tenha relutado todas as vezes, chorando e tremendo, na adolescência percebi que aquela batalha que eu estava travando era muito estranha, a de defender minha própria fraqueza”, conta.
“Percebi que meu medo não tinha nenhuma variedade, nenhuma profundidade, nenhuma substância. Era uma música de uma nota só, me dizendo sempre: ‘Pare!’”. 
"Como, aliás, é o medo de todo mundo. O volume muda, o ritmo também, mas a música sempre soa igual. Você não ganha nenhum crédito especial por saber como ter medo do desconhecido.”
“Coragem significa fazer algo que nos causa medo. Não é ser destemido, que é não saber o que a palavra medo significa: é ir lá e fazer apesar dele”, diz a escritora.

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