Impeachment é 'remédio constitucional' e não vai parar Lava
Jato, diz FHC.
Em vídeo, ex-presidente tucano faz mais um discurso duro contra
Dilma e descarta acordo para pôr fim a investigações.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu nesta quinta-feira
mais uma manifestação de apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em vídeo gravado para o novo portal do Instituto Teotônio Vilela
(ITV), centro de estudos e formação política do PSDB, FHC afirmou que
"diante da incapacidade de governar e de flagrantes abusos" cometidos
pela gestão Dilma, "não resta outro caminho senão marcharmos para o
impeachment".
Ponderando que governantes impedidos "não são
criminosos", mas alvos de um processo político, FHC argumentou que o
pedido de impeachment em tramitação na Câmara "não tem nada a ver com
golpe" e é um "remédio constitucional" em um momento em que há
base jurídica, maioria no Congresso e apoio na sociedade.
Em referência à confirmação da queda de Dilma e um possível
governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), o tucano observa que será
necessário "um grande consenso nacional", incluindo o PSDB, por
medidas para retomar o crescimento da economia, cujo "caos" FHC atribui
à incapacidade do governo e ao projeto de poder "hegemônico" do PT.
O ex-presidente pontuou, no entanto, que o preço do acordo não
pode ser o fim das investigações da Operação Lava Jato, classificada pelo
tucano como "parte do processo democrático brasileiro". "[A Lava
Jato] vai continuar, dentro da regra.
Se houver abusos, há tribunais capazes de conter os
abusos", disse FHC.
Depois de elogiar o Instituto Teotônio Vilela, cujo presidente,
José Anibal, diz querer "uma interlocução maior com a sociedade" por
meio do novo site, FHC afirmou que os partidos brasileiros estão
"afundando" e é preciso "salvá-los porque não há democracia sem
partido, sem eleição, sem regra".
Também em vídeo gravado ao ITV, o senador Aécio Neves (MG),
presidente do PSDB, exaltou a busca do partido por mais diálogo com a sociedade
e disse que a legenda "vem liderando" o processo de impeachment
"não porque não gostemos da presidente, mas porque simplesmente com ela o
Brasil não encerrará esse ciclo danoso".
Por: João Pedroso de Campos Fernando Henrique Cardoso em entrevista para
o Instituto Teotônio Vilela (ITV)(Divulgação/VEJA).
Revista VEJA
online.
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