PMDB prepara ajuste para cortar subsídios e diminuir o gasto público.
Oficialmente, o PMDB confirma que
para se manter no debate econômico de maneira mais consistente, prepara uma
ampliação do ‘Uma Ponte para o Futuro’, documento lançado no final do ano
passado com propostas para a retomada do crescimento econômico.
As medidas agora em discussão tratam
da revisão de gastos na área social e uma nova política para essa área. Estão
em debate um leque amplo, que inclui fim de subsídios, revisão na abrangência
de programas sociais, mudanças na concessão de bolsas de estudos e até
alternativas para tornar o SUS mais eficiente.
Extraoficialmente, porém, quem teve
acesso aos textos já produzidos entende que está em gestação um plano de
governo.
Grupo liderado pelo vice-presidente
Michel Temer conversa com economistas em busca de elaborar programa
Grupo liderado pelo vice-presidente Michel Temer conversa com
economistas em busca de elaborar programa
No documento “Uma Ponte para o
Futuro”, o partido tratou de temas como reforma do orçamento, privatizações e
abertura comercial (leia matérias ao lado). Agora, dezenas de economistas estão
sendo consultados e já leram diferentes versões de um novo capítulo que trata
especificamente de uma proposta de agenda social.
Em entrevista ao Estado, Moreira
Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, que coordena do trabalho,
confirmou que há várias medidas em análise e comentou algumas levantadas pela
reportagem.
Ex-governador do Rio de Janeiro e
ex-ministro em duas ocasiões no governo de Dilma Rousseff – de Assuntos
Estratégicos e da Aviação Civil – Moreira é próximo ao vice-presidente Michel
Temer.
Faria parte de um restrito grupo de
assessores de Temer e estaria encarregado de propor programas numa possível
transição política.
A implementação das medidas, num
eventual governo de transição, ficaria a cargo de um novo ministro da Fazenda.
Entre os cotados está o economista Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco
Central, que tem trânsito em vários partidos e credibilidade no mercado.
Outro nome é o do economista Armínio
Fraga. Também ex-presidente do BC, teria sido titular da pasta se Aécio Neves
tivesse ganhado a última eleição. Fraga já tem na cabeça as medidas que
considera vitais para tirar o País da crise.
Ele mesmo as listou em artigo
publicado no Estado em setembro do ano passado. Coincidência ou não, são
parecidas com as defendidas agora pelo PMDB.
Há dúvidas, porém, se aceitariam, uma
vez que ministros da transição, a pedido de Temer, não poderiam integrar o
governo que emergiria da próxima eleição
Equilíbrio.
Ao explicar as medidas em gestação,
Moreira Franco enfatizou que meta é fazer o governo gastar o que tem, não o que
quer.
“Avaliamos medidas da área social que
possam beneficiar a população, combater a pobreza e, ao mesmo tempo, manter o
equilíbrio fiscal e a saúde das contas públicas: são medidas que já foram
usadas no Brasil, que são adotadas em vários países.”
Segundo ele, já há consenso que é
preciso rever subsídios. Um deles é o uso do FGTS, a fundo perdido, para
financiar o programa Minha Casa, Minha Vida. “Isso precisa ser enfrentado antes
que vire um grande problema: estão levando o uso do FGTS ao limite – e o fundo
é do trabalhador, precisa ser remunerado, não dá para fazer graça com o
dinheiro do outros.”
Também será revista a concessão de
subsídios empresariais e setoriais. Eles passariam a ser vinculados a metas de
desempenho e prazos pré-definidos. Quem não cumprir o acertado, perde o
benefício.
Na área educacional, a discussão é
ampla. O Pró-Uni, programa para universidades privadas, seria estendido ao
Ensino Médio. O Pronatec se tornaria mais seletivo.
Um estudo feito do Ministério da
Fazenda concluiu que a maioria de seus alunos, ao final do curso, não conseguia
emprego. Haveria regras mais rígidas para o Fies, o Fundo de Financiamento
Estudantil.
“O Fies é eficaz, mas precisa de
meritocracia”, diz Moreira. “Não pode ocorrer como no ano passado, quando vimos
3 milhões de alunos perdidos, sem repasses, ouvindo a desculpa que havia
problema no sistema de informática, mas era falta de dinheiro para todo mundo.”
Avaliou-se limitar o ensino gratuito
nas universidades federais. A discussão não avançou.
Moreira confirmou que há propostas
para programas sociais, mas não deu detalhes. Segundo o Estado apurou, o combate
à desigualdade será mantido, mas vai se concentrar no atendimento nos 10% mais
pobres, que estão abaixo da linha de pobreza (por critérios internacionais,
quem vivem com menos de US$ 1 dólar por dia).
Existe ainda a leitura de que é
fundamental fazer uma intervenção no SUS. O sistema é vital, mas está fora de
controle. Não há, porém, clareza sobre como reorganizá-lo.
Ao final, as propostas de cunho
social vão se somar as da área macroeconômica para criar um pacote de
reestruturação dos gastos.
Alexa Salomão. Wilton
Junior/ Fornecido por Estadão.
Portal MSN.
http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/pmdb-prepara-ajuste-para-cortar-subs%C3%ADdios-e-diminuir-o-gasto-p%C3%BAblico/ar-BBqZlAN
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