Qual a importância de usar óculos de sol de qualidade.
Hoje em dia, é possível achar óculos esteticamente perfeitos e
que tenham preços justos, já que as peças podem ser encontradas em diversos
lugares, de lojas de grife a comércios ambulantes.
Muitas pessoas escolhem os óculos de sol tendo em mente as
tendências da moda, os modelos mais bonitos e que combinam com seu estilo, mas
a questão que realmente precisa ser observada é a qualidade das lentes que cada
um oferece.
Isso é importante porque a radiação ultravioleta (UV), que vem
do Sol e preserva o calor e a vida na Terra, pode causar danos no tecido do
olho, desde a superfície até a parte mais interna, formada pela retina.
“Doenças de córnea e superfície ocular, formação mais precoce de
catarata e alguns tipos de degeneração de retina estão associadas a maior
exposição a esse tipo de radiação, por exemplo”, pontua o Dr. Tiago Rodrigues
Batista, oftalmologista do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.
Apesar de os olhos terem mecanismos próprios de proteção contra
os raios UV, no entanto, eles podem não ser suficientes por conta da
intensidade e do tempo de exposição a que a pessoa está submetida.
“Os óculos solares têm como principal objetivo a proteção contra
a radiação ultravioleta e contra outros comprimentos de onda de luz nocivos.
Além disso, eles também bloqueiam parte da luminosidade e garantem menor
agressão aos olhos, o que previne doenças e proporciona mais conforto e
nitidez”, explica o especialista.
Embora muita gente acredite que o acessório só deve ser usado no
verão, ele é indispensável nas quatro estações do ano. “A radiação
ultravioleta, que é a mais nociva ao olho, e alguns comprimentos de onda que
também podem prejudicar a saúde ocular estão sempre presentes.
O próprio ambiente também reflete essa radiação (através do
chão, dos vidros das janelas, da areia, da água, da neve), direcionando-a aos
nossos olhos. Então, é indicado o uso dos óculos durante os horários de maior
incidência, mesmo em dias nublados ou frios”, alerta.
Ao comprar um óculos de sol, é preciso ~ficar de olho para ter
certeza se ele é mesmo de qualidade. “Precisa ter certificação da Associação
Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abióptica) e as lentes precisam
ser regulares, ou seja, toda a superfície deve ter a mesma espessura”, orienta
Miguel Haidamus, diretor da Triton Eyewear.
Ademais, existem padrões internacionais de qualidade para óculos
solares. “Os mais conhecidos e mais aceitos mundialmente são o da Austrália e
Nova Zelândia (AS/NZS 1067:2003), o Europeu (EN 1836:2005), o Britânico (BS EN
1836:2005) e o Americano (ANSI Z87.1-2003).
Logo, se houver na embalagem, na garantia, ou na haste dos
óculos alguma dessas siglas, eles respeitam padrões internacionais de qualidade
e protegem seus olhos.
Os que seguem o padrão britânico podem ter escrito, em alguma
parte, a sigla CE. Além da proteção ultravioleta, os óculos também podem estar
de acordo com o padrão 21 CFR 801.410, do órgão americano FDA, que se refere à
segurança de impacto”, indica o Dr. Tiago.
De acordo com ele, também é importante observar se as lentes não
estão danificadas ou riscadas, bem como de quanto é o grau de proteção
ultravioleta – o ideal é que tenha 100%, ou próximo a esse número.
Para pessoas fotofóbicas ou que passam muito tempo expostas à
claridade, como quem pratica esportes ao ar livre ou passa o dia dirigindo, é
interessante investir em lentes polarizadas, que alinham a luz, evitam
ofuscamento e deixam as imagens mais nítidas e com mais contraste.
“Vale lembrar que esse tipo de produto não garante maior
proteção, a diferença está apenas no conforto”, ressalta o oftalmologista.
Além de observar a qualidade da lente, também é necessário
escolher um óculos que se adeque perfeitamente ao rosto. “O ideal é evitar os
modelos que se afastam demais e que tenham lentes muito pequenas, pois não deve
existir um grande espaço entre a face e a armação, já que também entra radiação
ultravioleta pelos lados.
Nesses casos, uma lente escura pode ser até pior, pois faz com
que os olhos deixem de usar alguns mecanismos de defesa e recebam ainda mais
esses raios que chegam pelas laterais”, alerta o Dr. Tiago.
A cor da lente também é importante no momento da compra, mas não
está relacionada com o grau de proteção, pois o que muda é a quantidade de luz
que chega aos olhos, não a proteção contra raios UV.
“As melhores marcas geralmente proporcionam 100% de proteção
ultravioleta, independente da cor da lente. Como dica importante, as lentes
mais escuras devem ter máxima proteção, pois, como deixam passar menos luz,
então, o olho se engana e também deixa de usar certos recursos para se
defender.
Outra dica é evitar lentes com filtros muito escuros para
situações que demandam mais nitidez, já que a qualidade visual diminui nesse
tipo de lente”, atenta o médico. “Tons de marrom são indicados para dirigir,
porque reduzem o brilho, o que é bom para quem tem miopia e hipermetropia.
Já os tons de verde são bons para pessoas com mais de 60 anos,
porque aumentam o contraste, e os tons acinzentados reduzem o brilho sem
distorcer as cores, por isso, são ideais para quem tem astigmatismo”, indica
Miguel Haidamus.
Embora seja um tema controverso, é importante mencionar que a
proteção UV tem data de validade. “Os próprios fabricantes nem sempre
apresentam esse prazo e existem poucos estudos sobre isso.
Com o que se conhece até hoje, pode-se afirmar que há perda da
proteção em um intervalo em torno de dois anos. É também observado que, quanto
mais os óculos forem expostos, mais rápida será a perda. Sendo assim,
recomenda-se que os óculos ou lentes sejam trocados a cada dois anos.
E, se a exposição e uso for muito frequente (como, por exemplo,
um salva-vidas, que fica todos os dias exposto na praia) a troca pode ser feita
antes, entre um e dois anos”, comenta o especialista.
Considerando o que foi dito, é essencial destacar que usar de um
óculos de sol de má qualidade chega a ser pior do que não usar o item. “Se não
estiver discriminado nos óculos, ou na garantia, nenhuma daquelas siglas
mencionadas anteriormente, já aumentam as chances de a peça ser falsificada.
Você também pode testar se, ao colocar o óculos, há algum sinal
de distorção da visão ou desconforto. Marcas desconhecidas e de procedência
duvidosa devem ser evitadas e as ópticas devidamente regulamentadas são os
locais de maior confiabilidade.
Porém, mesmo que o óculos seja comprado fora de uma óptica, como
em uma loja de marca, por exemplo, os padrões de certificação devem ser
obedecidos e os certificados de garantia e porcentagem de proteção UV
observados”, ensina o Dr. Tiago.
Dessa maneira, lentes inferiores podem causar lesões oculares,
além de gerarem desconforto e menor qualidade visual. “Quando os olhos ficam
expostos à luz do dia, as pupilas se dilatam e, se não houver proteção adequada
contra os raios solares, os olhos ficam ainda mais vulneráveis”, conclui
Miguel.
Assim, é essencial verificar a procedência quando for comprar um
óculos e conversar com o seu oftalmologista para ouvir suas recomendações,
combinado?
© Fornecido
por Abril Comunicações S.A. Óculos de sol
Portal MSN.
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