Câncer de pele melanoma:
Como prevenir e diagnosticar precocemente.
Pintas e manchas na pele nem sempre indicam algo grave. Em
alguns casos, porém, elas são o principal alerta para uma doença que merece
atenção, especialmente no verão: o câncer de pele.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este tumor é o de
maior incidência entre a população brasileira e chega a aproximadamente seis
mil novos casos por ano.
"A gente divide o câncer de pele em dois grandes grupos: o
não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular) e o melanoma.
O mais comum dentre eles, quase 90% dos casos, é o basocelular;
enquanto o de maior gravidade, apesar de não ser tão comum, é o melanoma",
destaca o dermatologista Elimar Gomes, coordenador do grupo de dermatologia do
centro oncológico do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O melanoma é causado por uma alteração nos melanócitos, células
responsáveis pela produção de melanina. No geral, essa mutação pode ocorrer por
fatores genéticos, com mais chances de se desenvolver quando há histórico na
família; e por fatores ambientais, como a alta exposição aos raios solares.
Apesar da gravidade, é importante reforçar: o melanoma tem
tratamento e cura, principalmente se for descoberto no estágio inicial.
Conheça os principais sintomas
São as manchas e pintas que indicam que algo não vai bem.
Geralmente, elas passam por transformações de tamanho e cor ou apresentam
sintomas como coceira e sangramento.
Porém, segundo o dermatologista Elimar Gomes, nem sempre os
sintomas se manifestam ou são visíveis a olho nu; por isso, é preciso estar
atento.
Além disso, os sinais podem variar de acordo com o tipo de
melanoma, que são quatro, no total: extensivo superficial, modular, lentigo
maligno e acral.
O local de surgimento também pode variar, podendo aparecer,
principalmente, nas costas, pernas, couro cabeludo e colo, mas também nas
mucosas genital e oral.
Como fazer o diagnóstico precoce?
A melhor pessoa para realizar o diagnóstico é um profissional de
saúde, de preferência o médico dermatologista ou o oncologista.
Mas você mesmo pode, pelo autoexame, identificar os sintomas e
procurar ajuda. Para isso, é muito importante que você conheça o próprio corpo,
analise manchas e pintas e saiba se algo mudou, para agendar uma consulta e
explicar a situação ao especialista.
"O diagnóstico precoce para melanoma pode possibilitar a
cura. Um melanoma com diagnóstico tardio 1, ou seja, que está na fase inicial,
tem mais de 90% de chance de cura, enquanto um melanoma avançado não passa dos
25%.
Então, é muito importante procurar ajuda, porque tem cura",
ressalta o Elimar Gomes.
De acordo com o dermatologista, uma técnica bastante simples que
auxilia tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde no diagnóstico
precoce é a regra ABCDE, que analisa diferentes aspectos de um sinal na pele.
As letras significam, respectivamente:
• Assimetria: lados ou
tamanhos distintos
• Bordas irregulares:
contorno irregular, que lembra um mapa, por exemplo
• Cor: cores diferentes
em um mesmo sinal
• Diâmetro: mancha com
seis milímetros de diâmetro ou mais
• Evolução: mudança de
textura, cor ou tamanho.
Caso você tenha algum desses sintomas, é hora de procurar o
médico para realizar uma investigação detalhada do sinal. "A primeira
coisa aplicar é regra ABCDE, mas somente o olhar médico do dermatologista já
pode diagnosticar o câncer.
Ele também pode fazer dermatoscopia, que utiliza uma lente de
aumento que facilita a identificar as pintas boas e as de melanoma",
explica o dermatologista Elimar Gomes.
Além desses métodos de diagnóstico, existe ainda a dermatoscopia
digital e a microscopia focal. Durante a consulta, se o dermatologista
desconfiar de uma pinta, ele poderá removê-la e encaminhá-la para o exame de
biópsia.
Após esse passo, será indicado o melhor tratamento para cada
caso e necessidade daquele paciente.
O tratamento é fundamental para a cura
O tratamento mais eficaz para o câncer de pele melanoma ainda é
a cirurgia. Durante esse procedimento, o especialista extrai a pinta e, se
necessário, a pele ao redor, para garantir que as células cancerosas sejam 100%
removidas.
J á no caso de melanomas em estado mais
avançados, como quando há metástase, o oncologista poderá indicar outros
tratamentos, como medicamentos via oral, quimioterapia, imunoterapia,
radioterapia, terapia alvo ou até mesmo a combinação de dois ou mais métodos.
Lembre-se:
não interromper a terapia melhora o quadro da doença.
Portanto, o diagnóstico precoce é importante justamente porque
impede o avanço do câncer para outros órgãos, adianta o tratamento e aumenta a
possibilidade de cura.
Tratar o melanoma na fase inicial, por exemplo, garante 90% de
chances de cura do problema.
Fique de
esperto e saiba como prevenir o melanoma
De acordo com Elimar, pessoas que possuem histórico familiar
para melanoma; muitas pintas ou sardas; pele e olhos claros estão mais
suscetíveis ao câncer de pele, de forma geral, e ao melanoma, porque se queimam
com mais facilidade.
Porém, qualquer pessoa que tem o hábito de se expor intensamente
ao sol, sem proteção, corre o risco de ter a doença.
Para começar, as dicas do dermatologista são simples. "A
principal causa do câncer melanoma é a exposição exagerada aos raios
ultravioletas, então, se você reduz a exposição ao sol e nunca se queima, as
chances diminuem.
Você pode se expor com cuidado, para não ficar com queimadura,
evitar o sol das 10h até as 16h e usar chapéus, óculos, roupas com proteção UVB
e UVA", explica Elimar Gomes.
Além disso, o principal item de proteção contra os raios solares
é o filtro solar. O produto deve ser usado todos os dias - mesmo naqueles que
estão frios e nublados -, lembrando sempre de escolher os que têm FPS maior que
30 e de reaplicar o produto a cada 2 ou 3h ou após mergulhar na água.
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Shutterstock.
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