Um fenômeno eleitoral.
Em apenas dois anos, Doria foi eleito
prefeito da maior cidade do País e governador do maior Estado brasileiro, cargo
que assumirá dia 1° de janeiro.
Até meados de 2016, João Doria Jr. era um dos mais bem sucedidos
empresários do setor de comunicação, dono do Grupo Doria, presidente do Lide
(Grupo de Líderes Empresariais) e apresentador de talk show em emissoras de
televisão.
Nunca havia disputado uma eleição. Se candidatou a prefeito de São Paulo
e, surpreendentemente, se elegeu ainda no primeiro turno.
Depois de um ano e quatro meses à frente da Prefeitura, anunciou a
candidatura ao governo de São Paulo e muitos o desaconselharam, por entender
que ele seria rejeitado pelo fato de ter que abandonar a cidade.
Mas que nada. Derrotou candidatos da velha política e mostrou-se
antenado com os anseios de mudança do eleitor, que desejava renovação.
Doria aplicou na política os ensinamentos que aprendeu em 45 anos na
iniciativa privada e venceu o novo desafio. Graças a essa escalada política,
João Doria, de 60 anos, foi o escolhido pela ISTOÉ como Brasileiro do Ano de
2018 na Política.
Doria rejeita o rótulo de predestinado, mas reconhece ser porta-voz de
uma ala do PSDB de São Paulo que via nele potencial para manter os tucanos no
poder no Estado, depois de 26 anos de governos de Mário Covas, José Serra e
Geraldo Alckmin.
“Só decidi ser candidato a governador porque o PSDB sinalizava que, se
não tivéssemos candidatura própria, iríamos apoiar a reeleição do governador
Márcio França.
Eu não poderia admitir que o PSDB elegesse um esquerdista para o governo
de São Paulo”.
Mas chegar até o Palácio dos Bandeirantes não foi fácil. Aos 7 anos, sua
família foi separada pela ditadura militar.
Em 1964, seu pai, o publicitário e deputado João Doria (PDC-BA), foi
cassado pelo Ato Institucional nº 1 e precisou exilar-se em Paris.
Com o pai no exílio e dificuldades para sobreviver, a mãe Maria Sylvia
montou uma fábrica de fraldas em São Paulo. O pai retornou ao País só em 1974,
quando Doria tinha 17 anos e já trabalhava em agências de publicidade:
transformou-se num dos mais importantes publicitários paulistas.
Apesar de ter vencido duas eleições seguidas, ele não considera-se um
“político de carreira”, mas sim um “gestor na política”.
Planeja e gerir o governo com austeridade e práticas modernas de
administração.
Ele nega objetivar agora uma candidatura ao Palácio do Planalto em 2022.
“A minha aspiração é ser um governador bem avaliado pela população”. É esperar
para ver.
Germano Oliveira.
Revista
ISTOÉ online.
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