Desodorante x antitranspirante: acabe com todas as
suas dúvidas.
Muita gente usa os termos “desodorante” e antitranspirante” como se eles
fossem a mesma coisa. Mas, na verdade, eles são bem diferentes, principalmente
em relação aos seus efeitos no corpo. Vamos entender essa história!
O que faz o desodorante?
O desodorante tem como função apenas aliviar o odor que acompanha
a sudorese. “Ele possui substâncias antissépticas, como álcool e triclosan,
diminuindo o crescimento das bactérias”, explica a dermatologista Laís Leonor,
profissional da clínica Dr. André Braz.
O suor, em si, não tem cheiro, uma vez que é composto basicamente por
água e partículas de potássio, cloreto, sódio e amônia, por exemplo.
As grandes responsáveis pelo odor são, na verdade, as bactérias que
habitam sua pele. Esses microorganismos, ao realizarem a decomposição de alguns
dos elementos do suor, acabam criando outras substâncias, que liberam um cheiro
desagradável.
Quando
aplicar:
O ideal é sempre fazer a aplicação do desodorante no início do dia, pela manhã. Talvez você
precise reaplicar mais uma vez ao longo do dia, mas “caso o odor esteja intenso
e constrangedor, é preferível procurar ajuda de um dermatologista ao invés de
simplesmente aumentar a frequência do desodorante”, recomenda a Dra.
Daniela Neves.
Mito:
É bastante comum encontrar histórias sobre a eficácia e efeitos
colaterais de desodorantes. Mas nem todas são verdade! Por exemplo: quantas
vezes já ouvimos que é preciso trocar o tipo de desodorante com certa
frequência porque o corpo se acostuma com a substância?
Pois saiba que o que afeta, na verdade, a eficácia do produto são as
mudanças no seu organismo, que fazem com que você produza mais suor e
bactérias, como alterações hormonais, ingestão de medicamentos e um novo estilo
de vida.
Qual a função do antitranspirante?
O antitranspirante, como o próprio nome já diz, tem o objetivo de inibir
o suor. Conforme explica a dermatologista Natasha Crepaldi, “através da
formação de tampões temporários na superfície da glândula sudorípara, no duto
de passagem do líquido para o meio externo, o antitranspirante faz um
bloqueio da expulsão de suor“.
Isso acontece devido a sua composição à base de sais de alumínio e de
zircônio, que desempenham o papel de tampões.
“A glândula percebe que o fluxo não está saindo e para de produzir o
suor, até você lavar a região e os tampões serem eliminados”, complementa a
Dra. Ada Regina de Almeida, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD).
Geralmente esse produto é recomendado para quem tem hiperidrose, quando
as glândulas sudoríparas produzem o suor em excesso (até quando a pessoa está
em repouso).
Quando
aplicar:
À noite, antes de dormir e sobre a pele totalmente seca. Segundo o
especialista em dermatologia Felipe Chediek, “de manhã cedo, sua ação é mais
limitada.
Os antitranspirantes levam um período para ter efeito. Por isso, o ideal
é aplicar à noite, dando o tempo necessário para a ação durante o sono”.
Você também pode fazer a reaplicação durante o dia, se for preciso. E há
versões que pedem um espaçamento de dias entre as aplicações – leia os rótulos
e converse com seu dermatologista.
Qual escolher
A escolha entre o desodorante e o antitranspirante é uma decisão
bastante pessoal e depende apenas das suas necessidade.
Se você apresenta umidade excessiva em regiões como axilas, mãos
ou pés, e se sente incomodada com isso, o antitranspirante é uma saída, uma vez
que ele “é a principal forma de controle da produção de suor”, diz a a Dra.
Natasha Crepaldi.
Caso você
não sinta que sua transpiração está em excesso, é melhor aplicar apenas
desodorante, já que não há necessidade de controlar o trabalho das glândulas
sudoríparas.
Outro ponto
a ser levado em conta na hora da escolha é o formato do produto: aerosol,
spray, roll-on, bastão e creme.
Spray e aerosol são mais refrescantes, porém sua alta quantidade
de álcool faz com que sejam mais irritantes, sendo também os que mais mancham
as roupas, além de terem durabilidade menor e serem mais poluentes.
Já os sólidos, como roll-on e bastão, são mais duradouros e menos
sensibilizantes, mas não devem ser compartilhados, pois têm contato direto
com a pele.
Os que vêm em formato de creme são os mais hidratantes, ideais
para quem se depila com lâmina ou cera.
Existem também os antitranspirantes manipulados especialmente para o seu
caso, mas para obter um você deve ir ao médico. “O dermatologista receita e a
farmácia de manipulação faz o produto especificamente para as características
daquele paciente.
Então eu posso mudar a concentração, perfumes e substâncias
antibacterianas”, conta a especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Normalmente, eles são recomendados para quem possui alergia a um ou mais
componentes dos antitranspirantes vendidos em farmácias.
Antitranspirante: herói ou vilão?
É um fato que transpirar é muito importante o bom funcionamento do
organismo.
O suor ajuda a manter a temperatura corporal, porque quando ele
evapora, o corpo é resfriado, mantendo a pele hidratada e eliminando
substâncias”, explica a dermatologista Mônica Fialho.
Por isso, você deve tomar bastante cuidado ao aplicar produtos que
inibem a transpiração. O ideal é conversar com um dermatologista que indique o
produto ideal e a forma de aplicação.
Isso porque, o excesso da substância pode levar à obstrução dos poros
e inflamação da glândula. Outra consequência possível é irritação da pele
devido ao alumínio e presença de álcool.
Mito:
É provável que você já tenha ouvido que antitranspirante pode causar
câncer e outras doenças, como Alzheimer. Por enquanto, não há nada que prove
isso!
Alguns estudos em fase inicial apontaram a relação entre exposição a
alumínio com a formação de tumores em camundongos, mas não foram obtidas
evidências que isso pode acontecer em humanos, principalmente devido ao uso de
certos produtos.
Nathalia Giannetti.
Foto: © RUNSTUDIO/Getty Images.
Portal MSN.
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