Adultos também
podem desenvolver Síndrome Inflamatória Multissistêmica ligada à Covid-19.
Complicação do quadro de Covid-19 pode surgir até 5 semanas
depois da infecção inicial.
Um estudo publicado recentemente relatou casos de Síndrome
Inflamatória Multissistêmica associados à Covid-19 em adultos, condição antes
registrada somente em crianças e adolescentes.
A publicação foi feita pelo Centro de Controle de Doenças dos
Estados Unidos, analisando o caso de 27 pacientes americanos e ingleses que
testaram positivo para covid.
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica se manifesta por
sintomas similares ao da forma mais grave da covid – inflamação e complicações
em partes além do sistema respiratório –, mas sem o quadro de sintomas
respiratórios.
Nos pacientes da Síndrome Inflamatória Multissistêmica
Pediátrica (SIM-P), os sintomas começam por febre alta, vômito, conjuntivite e
surgimento de erupções e inflamações na pele. O quadro é agravado quando há
comprometimento cardíaco, sanguíneo e no sistema nervoso.
Os pacientes que foram diagnosticados com a Síndrome
Inflamatória Multissistêmica em Adultos (SIM-A) tinham em comum a ausência de
sintomas como problemas respiratórios mínimos. Só oito tiveram os sintomas
documentados antes da SIM-A.
A patologia da
doença ainda é um mistério:
30% dos adultos e 40% das crianças receberam resultados
negativos nos exames PCR feitos, mas obtiveram positivo no exame laboratorial
para anticorpos: a doença surgiu após processo de infecção da covid.
Esse é o fator que intriga médicos e cientistas nessa nova
síndrome: a dificuldade de identificar corretamente se os sintomas são de
infecção persistente da Covid-19 ou se enquadram como SIM-A, um fenômeno de
outra natureza.
Entre os pacientes da síndrome que relataram sintomas típicos de
Covid-19, como a falta de ar, o segundo quadro demorou entre duas a cinco
semanas para se manifestar.
Porém, entre os pacientes que não tiveram os sintomas típicos
ocorreu maior dificuldade de saber precisamente quando a infecção inicial
aconteceu.
Sintomas da
SIM-P e SIM-A
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica é caracterizada também
pelos problemas cardíacos, sintomas gastrointestinais e erupções na pele. Os
pacientes do estudo tiveram febre por mais de 24 horas, dores no peito,
palpitações e alterações nos eletrocardiogramas como arritmias.
Foi registrado também um nível elevado de troponina, que são
relacionadas à lesões no miocárdio como infartos.
Apesar de não estarem apresentando os sintomas respiratórios, os
exames de imagem dos pulmões de 60% de um grupo retornaram com manchas
associadas a complicações da Covid-19. Outros exames laboratoriais também
indicaram níveis elevados de inflamação e coagulopatia.
O tratamento para esses pacientes foi feito utilizando
imunoglobina intravenosa, e também corticosteroides.
O bloqueador de receptores de interleucina 6, o Tocilizumabe, um
remédio para artrite reumática que está sendo utilizado como tratamento para a
covid, também foi administrado.
Entretanto, um estudo do New England Journal of Medicine
concluiu que o medicamento não possui eficácia para prevenir entubações ou
evitar mortes no caso de pacientes com sintomas moderados.
Dos 27 pacientes iniciais com suspeita de Síndrome Inflamatória
Multissistêmica Adulta, 24 sobreviveram.
Segundo o estudo, assim como nos casos infantis a taxa de
recuperação é boa caso recebam tratamento intensivo adequado. Metade dos
pacientes acompanhados possuam fator de risco para a Covid-19, como obesidade.
Síndrome
Inflamatória Multissistêmica Pediátrica.
Alguns dos primeiros relatos de uma forma mais grave da Covid-19
em crianças foram divulgados em janeiro, como o artigo publicado pelo
departamento de pediatria do Hospital das Forças Armadas King Fahad, na Arábia
Saudita.
Até o começo de outubro, foram registrados 375 casos da Síndrome
Inflamatória Multissistêmica no Brasil.
As crianças e adolescentes apresentam febre alta e persistente,
sintomas gastrointestinais fortes, conjuntivite e manchas avermelhadas na pele.
Caso o quadro piore, pode também causar infartos nos jovens.
O tratamento da SIM-P também é feito com a imunoglobina e os
corticóides, mantendo a criança internada.
Doença de
Kawasaki
Em abril, foi publicado o primeiro relato relacionando a
Síndrome de Kawasaki e a Covid-19. Após esse relato, foram publicados outros
casos similares nos Estados Unidos, mas também na Europa e na América Latina.
Apesar da semelhança inicial com a Doença de Kawasaki,
observou-se as diferenças com a nova síndrome que surgia, como maiores taxas de
problemas cardíacos.
A síndrome de Kawasaki é descrita como uma vasculite, uma inflamação
dos vasos sanguíneos e que pode causar problemas em vários órgãos.
Essa doença tem como alguns dos sintomas possíveis: febre que
dura ao menos cinco dias, fissuras ou sangramentos labiais, conjuntivite e
edemas no dorso dos pés e das mãos.
Erupções cutâneas também podem surgir a partir do quinto dia de
febre.
Como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, ela atinge
crianças e adultos, não provoca sintomas respiratórios.
Também não se sabe a causa da Síndrome de Kawasaki e, caso não
seja devidamente tratada, pode levar ao desenvolvimento de complicações
cardíacas como a pericardite.
Atenção:
Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um
tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.
Photos:
Créditos: CDC/Pexels.
Por:.Louise
Cyrillo.
Conteúdo
Revista SELEÇÕES.
LINK:
https://www.selecoes.com.br/saude/sindrome-inflamatoria-multissistemica-covid-19/
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