Como é o fim
de uma pandemia?
Veja o que
diz a História:
Descubra como as pandemias anteriores
podem ajudar a prever o fim da pandemia de coronavírus e o que elas têm a nos
ensinar.
Os registros
históricos evidenciam que desde os primórdios
a humanidade sofre com o surgimento de pandemias. São doenças virais que surgem
e se espalham por toda a população em escala global. Mas como é o fim de uma
pandemia?
Nem sempre uma
pandemia tem um final diretamente ligado à erradicação da doença. Em alguns
casos, o surto é apenas controlado com medicamentos, como é o caso do HIV e
algumas pandemias de gripe do passado.
Entretanto, com a
evolução tecnológica da medicina, hoje é possível vislumbrar uma solução mais
definitiva, como a descoberta de uma vacina eficaz.
Há de se ter,
contudo, certa dose de paciência na espera pela conclusão das pesquisas.
Quanto tempo dura uma pandemia?
Existem diversos
fatores que podem influenciar na duração de uma pandemia. Estratégias de
contenção da contaminação, adesão às medidas de proteção e intervenções por
parte do Estado são apenas alguns desses aspectos.
Mas,
historicamente, é possível afirmar que os números de contágio raramente cessam
ou diminuem em menos de 1 ano. Na ocasião da gripe espanhola (1918-1920), por
exemplo, foram dois anos de casos identificados em 3 ondas de contaminação.
Veja a duração de outras pandemias:
- Peste de Justiniano – 541 d.C. e durou
aproximadamente 200 anos
- Peste Negra – 1347-1353
- Gripe Russa – 1889-1890
- Gripe Espanhola – 1918-1920
- Gripe Asiática – 1957 e durou 10 meses
- Gripe de Hong Kong – 1968-1969
- Gripe Suína – 2009-2010
Mesmo tendo esses
dados como parâmetro, é difícil, hoje, determinar quando deixaremos de conviver
com o risco de contágio pelo covid-19.
Apesar dos grandes avanços nas pesquisas, a vacinação em massa levará um bom tempo para ser
finalizada.
Quando será o fim da pandemia de
covid-19?
Desde março, a
prevenção contra o covid-19 tem feito parte da nossa rotina. Porém, nenhuma das
medidas estabelecidas são suficientes para pôr um fim à pandemia. E,
provavelmente, nem a aplicação da vacina nos dará um final imediato.
Recentemente, a
diretora-executiva e cientista-chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), a
pediatra Soumya Swaminathan, alertou sobre o período necessário para que todos
sejam vacinados e, consequentemente, seja possível determinar o fim da
pandemia.
“Estamos prevendo que demorará, pelo
menos, até 2022 para que um número suficiente de pessoas comece a receber a
vacina e construir imunidade.
Portanto, ainda por muito tempo,
teremos de manter o mesmo tipo de medidas que estão sendo implementadas
atualmente, como o distanciamento físico, o uso de máscara e cuidados com a
higiene”
Desse modo, apesar
das previsões otimistas e do andamento satisfatório das etapas de testes, é
preciso ter cautela.
De acordo com a
Fiocruz, somente em meados de 2021 poderemos ter uma vacina
aprovada.
Entretanto, os
desafios seguintes serão muitos, para que a vacinação seja ampla e irrestrita,
como a fabricação em grande escala e a logística de distribuição global, por
exemplo.
De acordo com a
pediatra Soumya, somente depois da vacinação de aproximadamente 70% da
população mundial é que será possível ter uma redução da transmissão do vírus.
Teremos uma segunda onda de covid-19?
Com a chegada do
verão na Europa, muitos países do continente afrouxaram as restrições, e parte
da população europeia abandonou as medidas de proteção; como o distanciamento
social e o uso de máscaras.
O resultado foi a
segunda onda de covid-19, identificada recentemente.
Os números de
contaminados pela doença e de internações subiram vertiginosamente, levando
alguns países a recorrerem novamente ao lockdown.
No Brasil, os dados não apontam ainda um movimento semelhante.
Na verdade, é
provável que a primeira onda ainda não tenha chegado ao fim por aqui. De acordo
com os especialistas, os gráficos mostram que estamos no chamado platô, quando
não há queda acentuada e permanente no número de casos.
Apesar das normas
de flexibilização já terem sido implementadas em muitos Estados, e muitas pessoas não seguirem corretamente os
protocolos de segurança, o país pode levar
vantagem com a chegada da nova estação.
No verão, a
propagação do vírus costuma ser menor.
Contudo, é
extremamente importante a manutenção das medidas de proteção, como: usar
máscara quando sair, manter o distanciamento social e continuar a higienizar as mãos corretamente.
O que é imunidade de rebanho? Ela
pode ajudar?
A imunidade de
rebanho, quando não ocorre pela vacinação, consiste na exposição de uma grande
parcela da população ao vírus, a fim de que criem anticorpos contra a doença e
diminuam a propagação.
Contudo, esse
recurso é extremamente perigoso e desaconselhável.
Em artigo publicado na revista
médica The Lancet,
cientistas afirmam que a transmissão descontrolada, principalmente entre os
jovens, poderia resultar em epidemias recorrentes; como é possível observar em
pandemias anteriores. Além disso, não há comprovação de durabilidade.
Já um estudo publicado recentemente pela
Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, que faz projeções da pandemia para os próximos
meses, indica que apostar nessa estratégia, em nível mundial, pode ocasionar a
morte de 4 milhões de pessoas até o final do ano.
Ademais, desde
agosto foram identificados casos de reinfecção de covid-19. Até o momento,
estão sendo investigados no Brasil 93 casos de possíveis reinfecções.
E,
recentemente, foram descobertas mutações no vírus; o que pode levar à disponibilidade de reinfecção
por essa nova condição do vírus.
Sendo assim, fica
claro que a imunidade de rebanho por meio da contaminação em massa não é o
caminho correto. É de suma importância manter os protocolos de segurança contra
o covid-19. Enquanto não houver o resultado de uma vacina segura e eficaz, é
preciso cautela.
Imagens: /iStock.
Por Thaís Garcez.
Conteúdo Revista SELEÇÕES.
LINK:
https://www.selecoes.com.br/coronavirus/como-e-o-fim-de-uma-pandemia-veja-o-que-diz-a-historia/
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