Dia Mundial do
AVC:
Saiba como
reconhecer e prevenir o surgimento.
Conhecido popularmente como ‘derrame cerebral’, o AVC (acidente
vascular cerebral) é a segunda principal causa de morte no Brasil.
Celebrado , o Dia Mundial do AVC tem por finalidade
conscientizar a população sobre a importância de se prevenir essa doença.
Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um
tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.
O que causa o
AVC?
Perturbações mínimas podem provocar um AVC. No entanto, quase
90% dos AVCs são causados por um coágulo ou uma placa protuberante que bloqueia
o fluxo sanguíneo para parte do cérebro.
Os demais casos decorrem de ruptura de um vaso sanguíneo no
cérebro ou próximo dele, com interrupção do suprimento de oxigênio para as
células adjacentes.
Quais os
sintomas do AVC?
O AVC trata-se de uma lesão no cérebro que interrompe o fluxo de
sangue e oxigênio, destrói preciosas células cerebrais e pode alterar a vida da
pessoa.
Os sinais clássicos são:
• dormência;
• fraqueza ou paralisia
repentina do rosto, braço ou perna, geralmente unilateral;
• súbita dificuldade
para falar ou compreender a fala;
• início abrupto de
visão turva, dupla ou diminuída;
• ocorrência brusca de
tonteira, desequilíbrio ou perda da coordenação;
• dor de cabeça intensa
ou atípica;
• confusão.
Sinais que
podem ser exclusivos das mulheres:
• perda da consciência
ou vertigem;
•.
falta de ar;
• queda;
• dor súbita no rosto,
no tórax, nos braços ou nas pernas;
• convulsões;
• soluçõs, náuseas e
cansaço abruptos:
• palpitação ou taquicardia
repentina.
Leve a sério o
ataque isquêmico transitório (AIT).
Antes de um AVC, 30% a 40% das pessoas têm um aviso: um acidente
vascular cerebral de curta duração – o ataque isquêmico transitório (AIT).
Os sintomas do AIT incluem, a princípio, perda da força ou
súbita dormência no rosto, braço ou perna; depois confusão ou incapacidade de
falar; perda da visão; e/ou cefaleia atípica.
Cessam tão rápido quanto começam (geralmente em 24 horas), mas
isso não significa que o perigo tenha passado.
Pesquisas apontam que se você não tomar providências após um
AIT, o risco de ter um AVC nos dois dias seguintes será de 1 em 20 e, ao longo
dos três meses subsequentes, de 1 em 10.
Sempre que perceber qualquer um dos sintomas acima informe ao
médico imediatamente o que aconteceu.
poderá prescrever medicamentos para evitar a formação de
coágulos sanguíneos, diminuir o nível de colesterol e reduzir a pressão
arterial.
Como se
prevenir:
Os AVCs matam pelo menos 5 milhões de pessoas no mundo a cada
ano e deixam incapacitados outros milhões.
Mas figuram em último lugar na lista das doenças mais temidas.
Contudo, se você começar a agir agora, você pode evitar esse comprometimento.
Veja abaixo 12 dicas de como prevenir o AVC:
1. Controle a
pressão arterial.
Se a sua pressão está acima de 120/80, você está correndo um
risco de AVC muito maior do que uma pessoa cuja pressão esteja abaixo desses
índices. Isso porque o seu sangue fluirá mais rápido através das artérias e
veias.
O ritmo acelerado representa uma tripla ameaça ao lesar os vasos
sanguíneos encefálicos e as artérias carótidas, situadas no pescoço, que
transportam o oxigênio responsável pela vida das células encefálicas.
Também pode provocar o surgimento de “dilatações” frágeis, que
podem se romper. E ainda pode causar o espessamento das artérias a ponto de
acarretar sua constrição e fechamento.
Não é de admirar, portanto, que a hipertensão arterial seja a
principal causa de AVC.
Se a pressão arterial estiver alta, cada queda de 5 mmHg pode
reduzir o risco de AVC em 42% ou mais. A estratégia é eficaz tenha você 45 ou
95 anos.
A meta individual de pressão arterial saudável deve ser
estabelecida pelo seu médico.
Talvez você nem precise de medicamentos para chegar à pressão
arterial ideal. Se a pressão máxima (sistólica) estiver entre 120 e 139, ou se
a mínima (diastólica) estiver entre 80 e 89, você tem pré-hipertensão – e uma
boa chance de diminuir a pressão arterial, seja por emagrecimento, exercícios
ou por meio de uma dieta saudável, com menos sal, rica em frutas, hortaliças e
laticínios desnatados.
2. Reduza o
“mau” colesterol.
O excesso de LDL, o mau colesterol, na corrente sanguínea inicia
um processo que leva ao surgimento de faixas espessas de gordura.
De fato, formam as placas pegajosas na superfície interna da
parede da artéria. Bem como, das importantes artérias carótidas que irrigam o
cérebro.
O estreitamento dessas linhas de suprimento pode ser tamanho que
mesmo um coágulo ínfimo atua como se fosse uma tampa no ralo da pia da cozinha.
A redução do nível de LDL com uma dieta pobre em gordura,
associada a um medicamento do tipo estatina, diminui o tamanho dessa placa
perigosa e protege o cérebro.
Um estudo realizado com 2.531 homens cujos níveis de LDL estavam
ligeiramente elevados mostrou que aqueles que tomaram medicamentos redutores de
colesterol tiveram o risco de AVC diminuído em 31%.
A melhor estratégia para reduzir o nível de LDL é uma
alimentação pobre em gordura saturada e rica em frutas, hortaliças, cereais
integrais e laticínios desnatados.
3. Exercite-se
regularmente e coma nozes.
Essas estratégias podem elevar os níveis de HDL – o “bom
colesterol” que remove o LDL da corrente sanguínea.
O nível mínimo saudável de HDL nas mulheres é de 50 mg/dL e nos
homens, 40 mg/dL. No entanto, um nível mais alto é benéfico para o cérebro.
Um estudo mostrou que as pessoas com maiores níveis de HDL
tiveram reduzidos em incríveis 80% o risco de um AVC causado por placas de
gordura.
4. Evite
hambúrguer e cerveja
Até pouco
tempo atrás, os especialistas desconheciam o perigo dos triglicerídeos (outro
tipo de gordura sanguínea) para a saúde do cérebro. Mas um estudo mostrou que o
risco de AVC triplicou nas pessoas que tinham os níveis mais altos em
comparação com aquelas cujos níveis eram menores e mais saudáveis.
O nível
saudável de triglicerídeos é inferior a 150 mg/dL. Você pode evitar sua
elevação emagrecendo e consumindo menos bebidas alcoólicas.
Trocar o
hambúrguer por peixe grelhado ou assado, substituir a manteiga por óleo de
canola e azeite de oliva são boas pedidas. Também é importante reduzir os
carboidratos refinados (encontrados no pão branco, em doces, biscoitos e
bebidas açucaradas).
5. Pare de
fumar.
Bastam dez cigarros por dia para aumentar em 90% o risco de AVC.
Ainda que os seus níveis de colesterol e de pressão arterial estejam baixos.
A nicotina, o monóxido de carbono e um coquetel de outras
substâncias químicas liberadas pela queima do tabaco causam o enrijecimento das
artérias, aumentam o tamanho das placas nas paredes arteriais e tornam o sangue
mais viscoso e propenso à coagulação.
6. Atente para
a “palpitação” cardíaca.
A fibrilação atrial, distúrbio em que as câmaras superiores do
coração tremulam em vez de se contraírem com força e regularidade, quadruplica
o risco de AVC.
Acomete 1 em cada 25 pessoas acima dos 65 anos e 1 em cada 10
acima dos 80 anos.
A fibrilação atrial possibilita o acúmulo de sangue no coração e
a formação de coágulos; um batimento cardíaco mais forte pode, então, empurrar
um coágulo até o cérebro e provocar um AVC.
Se você tiver mais de 65 anos, peça ao médico que avalie se você
tem fibrilação atrial.
O exame do pulso e a ausculta dos batimentos cardíacos podem ser
suficientes. Às vezes, é preciso realizar um exame simples chamado
eletrocardiograma (ECG).
A princípio, caso o problema se confirme, o tratamento habitual
é a varfarina. Ou seja, um anticoagulante que, segundo os especialistas, reduz
em 69% o risco de AVC.
7. Caminhe
cinco dias por semana.
A caminhada acelerada durante uma hora, cinco vezes por semana,
reduz pela metade o risco de AVC.
Aliás, uma caminhada de meia hora propicia diminuição de 25%.
Qualquer atividade física enérgica que queime 1.000 a 3.000 calorias por semana
diminui o risco.
8. Relaxe.
Respire fundo, cante sua música favorita, pratique ioga ou
dança. Aprender a livrar-se da ansiedade e do estresse, da forma mais efetiva
para você, pode reduzir em mais 24% o risco de AVC, segundo pesquisadores da
Universidade de Cambridge.
9. Inclua
peixe no cardápio.
O consumo de atum, grelhado ou assado, ou de outros peixes, uma
a quatro vezes por semana, pode reduzir em 27% o risco de AVC.
Talvez porque as gorduras saudáveis do peixe mantenham os vasos
sanguíneos flexíveis e protejam contra a formação de placas.
Mas, atenção: um estudo da Escola Médica de Harvard mostrou que
o consumo de peixe frito apenas uma vez por semana aumentou em 44% o risco de
AVC!
10. Beba pouco
depois pare.
Alguns goles podem diminuir o risco de AVC, mas o excesso de
bebida causa seu aumento, segundo pesquisadores chineses que acompanharam 64
mil homens ao longo de nove anos.
A conclusão é que o consumo de 1 a 6 drinques por semana reduz
em 8% o risco de AVC; ao passo que mais de 21 drinques por semana aumentam o
risco em 22%.
Enfim, não beba tudo na noite de sexta-feira; entretanto os
especialistas sugerem no máximo um drinque por dia para mulheres e dois para os
homens.
11. Prefira os
cereais integrais.
Opte, principalmente, por aveia, pães, cereais e arroz
integrais. As mulheres que comiam mais cereais integrais tiveram uma diminuição
de 40% do risco de AVC, de acordo com um estudo da Escola de Saúde Pública de
Harvard.
12. Deixe a
cirurgia como último recurso.
A existência de muitas placas de gordura nas artérias do pescoço
aumenta vertiginosamente o risco de AVC. Aliás, os estudos mostram que a
desobstrução cirúrgica reduz o risco em 50% a 75%.
Você pode ser candidato se já teve um AVC ou se radiografias com
contraste ou outros exames mostrarem obstrução de 75% a 99%. Os sinais de
alerta de obstrução incluem visão turva, fala arrastada ou fraqueza.
A técnica cirúrgica de desobstrução das artérias é chamada endarterectomia
carotídea, inclui abertura da artéria e raspagem da placa.
Mas, novos métodos menos invasivos usam minúsculos dispositivos
metálicos, chamados stents. Sobretudo, para manter abertas artérias que
sofreram estreitamento.
Imagens:/iStock.
Conteúdo
Revista SELEÇÕES.
LINK:
https://www.selecoes.com.br/saude/avc-um-inimigo-nem-tao-silencioso/
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