Para muita gente, dezembro é o mês em que se avalia
o que foi realizado – ou não – ao longo do ano. A parte do “ou não” tende a ser
um problema para a parcela dessas pessoas que sofre de ansiedade e depressão.
“Muitos se queixam da sensação de frustração e
impotência diante dos objetivos não alcançados”, comenta o psiquiatra Higor
Caldato, da Clínica Nutrindo Ideais.
Ele revela que, na prática, há uma procura maior no
consultório (por pessoas que nunca tinham passado por consulta) e que quem já
está em tratamento fica mais receoso e precisa de um reforço clínico na época
das festas.
A psicoterapeuta Cristiane Pertusi destaca que,
para quem já sofre de ansiedade, o acúmulo das funções
profissionais e pessoais com compromissos extras (reuniões de fim de ano com
colegas de trabalho e de cursos, por exemplo) e preparativos para as festas em
si (com compra de presentes e organização de ceias e almoços, entre outros
detalhes) pode trazer desconforto.
“A falta de um planejamento prévio transforma
situações simples em desafios para o controle da ansiedade”, diz. “Ou então
acontece de essas pessoas planejarem em excesso, começando os preparativos
muito tempo antes e vivenciando o estresse adiantado.”
A depressão vem ou se agrava por questões
como luto (a época reflexiva pode trazer de volta a dor da perda de alguém
querido ao longo do ano) e problemas com a família – seja pelo fato de estar
longe de parentes queridos ou por não querer estar junto de um núcleo familiar
desunido que só se reúne para manter as aparências.
“Famílias desagregadas que se encontram na época
das festas trazem à tona sentimentos que foram deixados de lado ao longo do
ano.
Aí é preciso lidar com a frustração de não ter uma
família unida”, esclarece a psicoterapeuta.
Qualquer
que seja o motivo, o enfrentamento dos sentimentos é inevitável.
Se
você estiver nessa situação, os especialistas dão dicas para você passar melhor
por essa barra.
Procure ajuda especializada.
Consultar-se
com profissionais da psicologia ou da psiquiatria pode ser o ponto decisivo
para a manutenção da sua saúde mental. Não tenha receio nem vergonha: peça
indicações a amigos e vá de coração aberto resolver suas questões pendentes.
Não seja tão rigorosa com as metas não atingidas.
Entenda
que nem sempre conseguimos fazer o que queremos dentro do período planejado,
pois as circunstâncias podem alterar tudo contra a sua vontade. Você não tem
culpa. Retrace sua rota e bola pra frente.
Crie metas mais realistas para 2019.
Para
evitar a frustração que está vivenciando em 2018, não crie metas irreais para o
próximo ano. Quanto maior a expectativa, maior a frustração caso não consiga
concluir o planejado.
Estenda a mão para fazer as pazes com a família
Se
a situação com a família está complicada, seja a pessoa a melhorar o clima.
Abra espaço para conversar francamente, respeite a opinião do outro, fortaleça
o que há em comum entre vocês e que sempre os manteve próximos.
Faça o bem.
Praticar
a solidariedade é uma ótima forma de se enxergar como a pessoa que você
realmente é: bondosa, dona de um coração de ouro e que merece ser valorizada.
Entregue
presentes em uma comunidade carente, adote uma cartinha para o Papai Noel nos
Correios. Fazer o bem aumenta a autoestima e alivia a ansiedade e a depressão.
Liste compromissos e elenque prioridades.
Como
falamos ali em cima, nesta época muita coisa acontece ao mesmo tempo, e isso é
péssimo para quem sofre de ansiedade. Nestes casos, a recomendação é listar os
compromissos e elencá-los de acordo com a prioridade.
Não queira fazer tudo sozinha.
Decoração,
elaboração do cardápio, execução dos pratos, compras de presentes… São muitas
tarefas no fim do ano, e ninguém merece passar por isso sozinha.
Para
que você chegue ao começo de 2020 com a saúde mental preservada, delegue um
pouco desses afazeres para amigos e parentes. E não faça comparações do tipo
“eu teria feito melhor”. Relaxe.
Saiba dizer “não”.
Isso
tem tudo a ver com o item anterior, só que por um outro ângulo. A questão é que
muita gente pode querer que você faça isso ou aquilo justamente para que elas
não se sobrecarreguem; se você disser sim para todas as solicitações, ficará
ansiosa.
Por
isso, aceite até perceber que chegou ao seu limite. A partir dali, diga “não” e,
se necessário, explique a razão da negativa. Quem gosta de você e se preocupa
com sua saúde mental entenderá.
Foto:©
PeopleImages.
Raquel Drehmer.
Portal
MSN.
LINK: