Por que os celulares explodem, e como evitar que isso aconteça.
Manter o celular conectado à tomada após completar a carga, derrubá-lo no chão e usar produtos falsificados aumentam chance de superaquecimento.
Nesta semana, um enfermeiro de Araçatuba, no interior paulista, relatou nas redes sociais que teve a perna queimada após um celular explodir dentro do bolso de sua calça.
Esta é ao menos o quinto caso de lesão relacionada a baterias e carregadores de celular que repercutiu no noticiário desde o início do ano.
Não há motivo, porém, para preocupação generalizada. Estatisticamente, o número de ocorrências é baixíssimo frente ao total de smartphones em uso no Brasil, que já supera 220 milhões segundo estudo da FGV divulgado em abril deste ano.
Ainda assim, há precauções que diminuem ainda mais a chance de acidentes do tipo.
Explosões são resultado do superaquecimento dos aparelhos, aponta Luiz Kretly, professor da Unicamp especializado em microeletrônica. Em geral, baterias de íons-lítio são preparadas para aguentar temperaturas de até 60ºC.
O calor pode gerar curto-circuito entre os polos positivo e negativo da bateria, dando início a uma reação em cadeia que leva os componentes inflamáveis da bateria à combustão.
“Se o celular estiver com a carga cheia, mas continuar na tomada, pode ocorrer uma falha. Mas a maioria dos dispositivos originais têm proteção contra isso”, diz.
A maior parte dos dispositivos atuais têm uma válvula que funciona como a da panela de pressão. Se a temperatura aumentar e a pressão subir demais, o bateria abre para que não ocorra explosão.
Mas a proteção pode falhar, principalmente em produtos não-certificados ou com defeito de fabricação.
Derrubar o aparelho também pode, eventualmente, fazer com que ele entre em curto-circuito. “Pode amassar os eletrodos [pólos condutores de corrente elétrica]“.
Hoje, a taxa de explosões é bem menor do que no começo dos anos 2000, explica Luiz Kretly, professor de microeletrônica da Unicamp: “Agora, existem compostos que contém o lítio, elemento inflamável quando entra em contato com o oxigênio, e as tornam mais seguras”.
Carregador de celular também pode causar acidentes
No Brasil, dois casos relacionados a carga de celular resultaram na morte de jovens – em junho, um rapaz de 22 anos sofreu uma parada cardíaca após receber um choque. Segundo o Corpo de Bombeiros de Taubaté, interior de São Paulo, a carga elétrica ocorreu quando ele tentou usar o celular conectado ao carregador.
No mesmo mês, um adolescente de 16 anos foi eletrocutado no Ceará sob as mesmas condições. O rapaz atendeu uma ligação enquanto o celular estava carregando e não resistiu à descarga elétrica.
Na China, uma criança de 12 anos ficou cega e perdeu um dedo da mão direita depois que o celular explodiu, de acordo com a mídia local. Na Índia, uma moça de 18 anos morreu enquanto fazia uma ligação, segundo o jornal The Sun.
Em todos os casos, uma coisa em comum: o aparelho estava conectado a uma tomada.
“Nessa situação, provavelmente uma descarga elétrica propagou-se pela rede elétrica, passou pelo carregador e atingiu a pessoa. O impulso elétrico de alta intensidade pode dar choque. Isso também ocorre com telefones fixos”, afirmou o professor da Unicamp.
Segundo ele é difícil prever se o aparelho vai entrar em curto-circuito, mas o principal indício é a temperatura.
“O superaquecimento é o maior sinal. Deixar o celular no carregador depois que ele atingiu 100% de carga também não é uma boa prática. Carregadores de baixa qualidade podem apresentar defeito então, após carregar, é bom retirá-los da tomada”.
“Parecia que alguém tinha jogado uma bomba nas minhas costas”.
Em março deste ano, o comerciante Victor Alexandre de Oliveira sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus no glúteos e mãos após seu celular explodir.
O aparelho estava no bolso traseiro da bermuda.
“Não acreditei que era o celular que tinha explodido. Parecia que alguém tinha jogado uma bomba nas minhas costas”, disse Oliveira à época para a VEJA.
A Motorola, fabricante do aparelho, afirmou que procurou o consumidor: “No entanto, após inúmeras tentativas de contato para retirar o smartphone, não tivemos retorno e consequentemente, não recebemos o produto.
Sem o aparelho em mãos, é impossível fazer os testes necessários e coletar informações para entender o ocorrido”.
Victor confirmou que a empresa o procurou “quando o caso estava na mídia”. De acordo com ele, a Motorola também se propôs a pagar pelo custos dos remédios.
“Eles mencionaram que me emprestariam outro telefone, mas que eu tinha que assinar um contrato. Eu fiquei receoso e não quis mais contato”, disse.
Danos morais
Em 2016, a Samsung foi obrigada a suspender a venda de seu novo aparelho, o Galaxy Note 7 e paralisar sua produção após ao menos 35 aparelhos pegarem fogo enquanto carregavam.
Pouco depois, a gigante sul-coreana convocou um recall mundial para recuperar 2,5 milhões de unidades do produto.
A empresa também realizou um pedido de desculpas público a seus consumidores.
Recentemente, a empresa foi condenada a pagar uma indenização de 5.000 reais por danos morais a um consumidor do Maranhão. De acordo com a decisão da 10ª Vara Cível da Comarca de São Luís, o Galaxy S7 começou a aquecer após uma atualização de sistema e entrou em combustão.
Em nota, a Samsung afirmou que “preza pela segurança de seus clientes e possui os mais rígidos processos de qualidade em nossos produtos em conformidade com a legislação brasileira”.
A empresa relata que “o smartphone em questão foi analisado pela equipe técnica que constatou que a bateria não foi a causa do ocorrido”, e que cumprirá integralmente o parecer do Tribunal do Maranhão que decidiu pela indenização ao consumidor.
      Foto: (Twitter/Reprodução). Celular explode em bolso de homem na cidade de Araçatuba
Por Thaís Augusto.

Revista VEJA online.



O que é catarata: sintomas, tratamento, cirurgia e diagnóstico.
A catarata é uma das principais causas de cegueira, mas tem solução.
Uma das principais causas de cegueira no mundo, a catarata é uma doença caracterizada pela perda de transparência do cristalino, lente natural cuja função é propiciar o foco da visão em diferentes distâncias.
Com o avançar da idade, as fibras do cristalino aumentam de espessura e de diâmetro, provocando a princípio presbiopia, a popular vista cansada. É por isso que a maioria das pessoas com mais de 45 anos precisa usar óculos para enxergar de perto.
E é como se a catarata fosse a fase seguinte desse processo – a lente natural, além de perder a elasticidade, torna-se opaca. Aos poucos, vai embaçando a visão até que o indivíduo passa a enxergar apenas vultos e luzes, podendo ocorrer a cegueira.
A catarata evolui lentamente, mas há casos raros em que ela é congênita – ou seja, bebês nascem com a visão prejudicada por influência do DNA. Em outras situações, a criança é afetada porque a mãe teve rubéola, sífilis ou toxoplasmose nos primeiros três meses de gestação.

Sinais e sintomas
– Visão nebulosa
– Enxergar brilhos e halos
– Visão dupla
– Dificuldade para ler, dirigir e andar
– Sensibilidade à luz
Fatores de risco
– Idade: uma em cada cinco pessoas com mais de 65 anos desenvolvem catarata. Essa proporção aumenta a partir dos 75, quando metade dos indivíduos tem a doença
– Doenças infecciosas nos olhos
– Exposição exagerada e sem proteção à luz solar
– Tabagismo
– Uso prolongado de colírios à base de corticoides
– Traumas na região dos olhos
A prevenção
Levando em conta a comprovada relação entre radiação solar e catarata, uma das recomendações mais importantes para prevenir ou ao menos atrasar o surgimento da doença é vestir óculos escuros.
Vale também o alerta para jamais olhar diretamente para o sol.
Não usar colírios sem a devida prescrição médica, especialmente aqueles com corticoides na fórmula, é outra orientação para manter a visão em ordem.
Hábitos saudáveis fazem parte da estratégia de prevenção. Um deles é não fumar.
E manter um cardápio repleto de vegetais proporciona um aporte importante de vitaminas como o betacaroteno, presente na cenoura, por exemplo. No organismo, esse nutriente se transforma em vitamina A, reconhecida por proteger os olhos contra a catarata.
O diagnóstico
Nas consultas de rotina ao oftalmologista, a catarata é detectada quando o especialista examina a estrutura interna do olho. Por meio de um instrumento chamado oftalmoscópio, ele consegue observar se há opacidade no
O tratamento
A cura da catarata só é possível por meio de cirurgia. Felizmente, avanços técnicos tornam esse procedimento cada vez mais rápido (a operação dura entre 15 e 30 minuto) e seguro, com sucesso na maioria dos casos.
A operação é realizada com anestesia local e consiste na substituição do cristalino por uma lente artificial, feita sob medida e de acordo com a curvatura da córnea. O paciente vai para casa no mesmo dia, com recomendação de evitar movimentos bruscos e inclinação da cabeça.
Nos dias seguintes, o paciente deve aplicar colírios e pomadas receitados pelo médico para afastar o risco de inflamação. Caso o catarata esteja presente também no outro olho, a cirurgia para extirpar o problema será agendada.
Foto:© SAÚDE é Vital.
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Por que o chocolate dá sensação de satisfação e prazer?
O chocolate, um dos doces mais consumidos em todo o mundo, não tem só o sabor como característica determinante para o seu “sucesso”.
Ao ser consumido, entre outras coisas, aumenta a produção de serotonina, uma substância do cérebro ligada à sensação de prazer e, com isso, alivia a depressão e a ansiedade.
Além de elevar os níveis de serotonina, as calorias elevam os teores de endorfinas, o que explica a tal sensação de prazer citada apaixonados por chocolate.
    O chocolate também contém elevado nível de estearatos da manteiga de cacau, um ingrediente essencial responsável pela forma como se derrete e pela sua estabilidade
Como consequência, permanece sólida à temperatura ambiente, mas, quando consumida, o seu conteúdo em gordura absorve o calor da boca e derrete à temperatura corporal, produzindo o efeito 'derrete-se na boca' que também gera uma sensação de prazer – explica a nutricionista do Hospital Rios D’Or, Jéssica Paz.
Além da satisfação e prazer, o doce pode trazer benefícios à saúde.
Os chocolates negro e meio amargo são as melhores opções, pois apresentam concentrações de cacau acima de 75% e quanto maior for essa concentração maior será a quantidade de antioxidantes flavonoides, que tem ações anti-inflamatórias, propriedades desintoxicantes e combatem os radicais livres.
- O melhor chocolate para ser consumido é o negro (acima de 75%), desse chocolate pode ser consumido 2 a 3 quadradinhos por dia, cerca de 30 gramas. Já o consumo do chocolate ao leite, que tem menor teor de massa de cacau, é composto por leite, leite em pó ou leite condensado e açúcar deve ser feito com moderação, no máximo 2 a 4 bombons por semana.
Isso porque o consumo em excesso está diretamente ligado a obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares – destaca a especialista.
Foto:© Reprodução Substância do cérebro é a principal responsável por este fenômeno.
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Benefícios do alho-poró para a saúde.
Confira:
Você costuma utilizar o alho-poró nas suas receitas?
Saiba que ele é fonte de diversas vitaminas e nutrientes, como a vitamina A, vitamina B6, ácido fólico e ferro. O alho-poró é um vegetal que pertence à família dos alhos e das cebolas e também é conhecido como  alho-francês, porro-bravo e alho-macho.
Quer descobrir mais sobre os benefícios do alho-poró? Então, confira a seguir:
Benefícios do alho-poró
É um ótimo aliado para as grávidas
O alto teor de ácido fólico presente no alho-poró traz muitos benefícios para as mamães, principalmente no início da gravidez. O ácido fólico é importante para a formação do tubo neural do feto, sendo fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso da criança.
Auxilia na perda de peso
Isso mesmo: esse vegetal pode te ajudar a perder aqueles quilinhos extras! Além de conter poucas calorias, o alho-poró possui uma substância chamada inulina.
Ela é uma fibra solúvel que ajuda na regulação de diversos hormônios que controlam o apetite, importante no processo de emagrecimento e controle da obesidade.
Ótimo para a digestão
O alho-poró é fonte de fibras que ajudam a regular o sistema digestivo. Essas fibras estimulam o fortalecimento do estômago, dos rins e do intestino, melhorando a absorção de nutrientes.
Além disso, as fibras trazem maior sensação de saciedade.
Gostou de saber um pouco mais sobre os benefícios do alho-poró? Então, que tal aproveitar esse ingrediente em receitas deliciosas? No TudoGostoso, há várias opções, como quiche de alho-poró, sopa de batata com alho-poró e frango cremoso com alho-poró.

© Fornecido por Webedia SAS Alho-poró.
© Fornecido por Webedia SAS Alho-poró picado.

Luciana Costa


Seleção jogará com seu uniforme principal contra a Bélgica.
A Seleção Brasileira já tem definido o uniforme com o qual disputará uma vaga na semifinal da Copa do Mundo, na próxima sexta-feira, contra a Bélgica, em Kazan.
O time canarinho irá a campo com camisa amarela, calção azul e meiões brancos.
Esse será o quarto jogo da Seleção Brasileira com seu uniforme principal na Copa do Mundo da Rússia. A equipe comandada pelo técnico Tite vestiu azul somente em uma oportunidade, na segunda rodada, contra a Costa Rica, em São Petersburgo.
Já os goleiros Alisson, Ederson e Cássio voltarão a vestir o uniforme predominantemente verde usado na primeira fase. Nas oitavas de final, contra o México, o trio usou camisas, calções e meiões pretos.
A Bélgica, por sua vez, também entrará em campo com seu uniforme principal. Assim como havia enfrentado o Japão e outros dois adversários – o time só usou amarelo no confronto com a Tunísia -, a equipe fará jus ao apelido de Red Devils e contará com camisas, calções e meiões vermelhos.
Brasil e Bélgica entram em campo para definir o segundo classificado às semifinais da Copa do Mundo na próxima sexta-feira, às 15h (de Brasília), em Kazan.
Gazeta Esportiva. Torcedo Foto: Fernando Dantas/GazetaPress.
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4 maneiras de substituir o açúcar no dia a dia.
O açúcar é um ingrediente que está muito presente no nosso dia a dia. Ele pode ser adicionado às bebidas, às receitas e também está em diversos produtos industrializados. Mas, para adoçar, ele não é a única opção:
Confira 4 maneiras de substituir o açúcar no dia a dia.
4 maneiras de substituir o açúcar
Stévia
A stévia é um adoçante natural produzido a partir da planta Stevia Rebaudiana Bertoni. Ela tem o poder de adoçar bem maior do que o açúcar, mas a sua vantagem está no fato de não ser tão calórica.
Além disso, ela pode ser usada tanto no preparo de receitas frias quanto quentes, pois ela resiste a altas temperaturas. Pode ser encontrada nos supermercados, em algumas farmácias e em lojas de produtos naturais.
Mel
O mel é um dos mais poderosos adoçantes naturais que nós temos. Seu consumo apresenta diversos benefícios para a saúde: ele tem ação antifúngica e antibacteriana. Outra qualidade é que eles duram por muito, muito tempo.
Você pode usá-lo para adoçar chás, vitaminas e também bolos e tortas.
Diferente do açúcar refinado, ele possui médio índice glicêmico, que é um indicador da velocidade com que o carboidrato presente em um alimento alcança a corrente sanguínea e altera o nível de açúcar no sangue.
Xilitol
O xilitol é um dos adoçantes naturais mais indicados para quem quer substituir o açúcar. Diferente de alguns outros, ele é o que possui menos sabor amargo. Além disso, ele também pode ser usado como açúcar culinário, o que significa que ele pode ser acrescentando no preparo de bolos e biscoitos.
Açúcar de coco
O açúcar de coco é uma das melhores formas de substituir o consumo do açúcar, principalmente por quem deseja perder peso. Ele possui baixo índice glicêmico e aumenta a sensação de saciedade.
Além disso, como todos os produtos derivados dessa fruta incrível, o açúcar de coco é rico em diversos nutrientes como cálcio e potássio. Mas, assim como qualquer fonte de açúcar, é importante que ele seja usado com moderação.
Fotos:© Shutterstock.
Isabela Henriques.
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Frutas cítricas: os verdadeiros (e novos) benefícios de laranja, limão…
Os benefícios das frutas cítricas vão muito além da vitamina C
Já reparou na constituição de uma fruta cítrica, como laranja e limão? Cada gomo guarda inúmeras bolsinhas repletas de líquido e envolvidas por membranas resistentes.
Ao redor delas, um entremeado branco e fibroso ajuda a dar sustentação. E, por cima, há a casca lustrosa que armazena óleos essenciais, os responsáveis pelo aroma inconfundível.
Em todos os cantos dessa estrutura, reside uma porção de substâncias benéficas. E não pense que falamos só da vitamina C.
A família dos cítricos esbanja minerais como o potássio e o magnésio, oferece ácido fólico e outras vitaminas do complexo B, entrega fibras e, pra completar, fornece compostos badalados pela ciência, caso dos carotenoides e dos flavonoides.
Neste último, inclusive, cabe destacar a classe das chamadas flavononas e, dentro dela, a dupla hesperidina e naringenina. Um combo e tanto.
Assim, fica fácil entender por que cientistas de várias partes do planeta decidiram se reunir para falar só desses alimentos.
O 1º Simpósio Internacional de Compostos Bioativos de Citrus e Benefícios à Saúde ocorreu em março, na capital paulista, e colocou limão, tangerina, lima e grapefruit na roda de debates. Mas a laranja roubou a cena. Muito querida em nosso país, a fruta seria a responsável por um terço do consumo diário dos tais flavonoides pelos brasileiros.
Uma das novidades é que garantir essas substâncias, em especial as flavononas, nos protegeria contra o declínio cognitivo.
“No simpósio, foram citados estudos sobre a ação delas no cérebro”, conta a farmacêutica-bioquímica Neuza Hassimotto, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e uma das organizadoras do evento.
Aos sortudos que têm um pomar à disposição, o melhor é chupar o fruto direto do pé.
Para quem não conta com a facilidade, vale encher a fruteira com essas espécies. Além dos deliciosos aromas que invadirão sua casa, o organismo sairá ganhando. Para a cabeça, as evidências são de fato animadoras.
Um dos estudos mais recentes sobre a função dos cítricos em prol da cuca foi publicado no periódico científico British Journal of Nutrition.
Realizado com mais de 13 mil japoneses adultos, ele mostra que aqueles que ingerem esses frutos de três a cinco vezes por semana apresentam menor risco de desenvolver demências.
Segundo a epidemiologista e autora do trabalho Shu Zhang, da Universidade Tohoku, no Japão, a ideia de investigar a relação surgiu porque esse grupo de alimentos é consumido em todo o mundo.
Mas a motivação vai além da popularidade, claro. “Pesquisas têm demonstrado que os flavonoides dessas frutas têm atividade antioxidante e anti-inflamatória”, afirma.
Mas com uma grande vantagem: as tais moléculas conseguem a proeza de atravessar a chamada barreira hematoencefálica. Isso significa que conseguem chegar e atuar diretamente no cérebro, inibindo danos associados aos radicais livres, por exemplo. Turbinar a comunicação entre os neurônios também está em seu rol de atuação.
Outra estudiosa do cérebro, a biogerontóloga Ivana Cruz, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, aponta que a hesperidina tem atraído os holofotes nesse quesito.
“Na última década, numerosos estudos avaliaram os efeitos dela”, comenta. E há evidências quentes de que esse “citroflavonoide” colabore no bloqueio das placas beta-amiloide, formações que levam à destruição dos neurônios e ao desenvolvimento do Alzheimer.
Ivana revela que mesmo os idosos tiram proveito disso. Existem indícios de que a hesperidina aperfeiçoa a função cognitiva e desacelera a derrocada da memória. Nessa mesma frente, está a já mencionada naringenina.
“Apesar de suas propriedades serem menos estudadas, os achados até agora descritos sugerem que também favoreça o cérebro”, diz Ivana.
Embora a dupla de substâncias mereça muitos louros, os cítricos oferecem outros integrantes da turma das flavononas dotados de poderes antioxidantes. Por isso, vira e mexe são citados como facilitadores do fluxo sanguíneo e zeladores das artérias.
Como se sabe, quando o sangue circula sem enroscos, somam-se mais pontos em favor da blindagem da massa cinzenta.
Em um trabalho publicado na Stroke, revista científica da Associação Americana do Coração, estudiosos analisaram o consumo total de flavonoides e suas subclasses entre 69 622 mulheres durante um período de 14 anos.
Constatou-se, entre outras coisas, que as que consumiam mais flavononas tinham menor risco de sofrer um acidente vascular cerebral.
Laranja e grapefruit ocupavam o posto de preferidas das participantes. Inclusive, aqui é bom mencionar outra família de compostos presentes nessas espécies: a dos carotenoides. São eles que colorem a polpa e dão notas amareladas e avermelhadas a ambos os frutos.
Esse time de benfeitores também é justamente o que o peito deseja para bater feliz. O mix interage com as nossas células, disparando uma cascata de eventos bioquímicos que, no fim das contas, interferem no funcionamento de genes envolvidos na resposta inflamatória.
Esse processo todo acaba por proteger o tapete celular que recobre o interior das nossas artérias, o endotélio. Dessa maneira, cai o risco de encrencas como hipertensão e acúmulo de gorduras nos vasos.
E não para por aí.
Todos os cítricos entregam potássio, mineral aclamado por também auxiliar no controle da pressão arterial. Para completar, aquela parte branca que recobre a polpa, tão nítida nos gomos de mexerica, está lotada de pectina, um tipinho fibroso capaz de regular as taxas de colesterol.
Mais motivos para apostar nos cítricos
Apesar de tantas descobertas inéditas colocarem os cítricos na lista de alimentos indispensáveis ao organismo, já no século 19 eles exibiam suas benesses.
Remonta a essa época a atuação da laranja no combate ao escorbuto, doença por trás de hemorragia nas gengivas e potencialmente fatal. A boa fama se deu graças aos teores de vitamina C.
Também não é de hoje que esse nutriente, batizado oficialmente de ácido ascórbico, é reconhecido por cooperar com a imunidade. Parte desse mérito vem de seu efeito antioxidante que, como explicamos, resguarda as células, incluindo as de defesa e os anticorpos produzidos por algumas delas.
Aliás, quando se almeja um sistema imunológico afiado, há que se ressaltar o papel da flora intestinal. Cada vez mais a ciência salienta que é preciso cultivar uma comunidade de bactérias do bem em nosso intestino.
Além de coibir o aparecimento de micróbios ligados a infecções, há fortes indícios de que aumentar esse contingente colabora no combate à inflamação pelo corpo.
Mas o que os cítricos têm a ver com isso? Em primeiro lugar, são grandes fontes de fibras, que alimentam os micro-organismos bonzinhos. E, mais uma vez, os fitoquímicos participam do enredo. “As flavononas contribuem para o equilíbrio da microbiota”, afirma a professora Neuza Hassimotto.
Um dos trabalhos realizados em seu laboratório na USP mostra que o consumo rotineiro de suco de laranja incita a multiplicação dessas famílias benéficas. Na pesquisa, foram usadas as variedades baía e cara-cara – esta última ainda não é popular por aqui.
Já que falamos de suco…
Por mais que não faltem razões para que a bebida feita do sumo dos cítricos entre no cotidiano, obviamente é preciso encaixá-la em um contexto saudável. Veja bem, na nutrição moderna nada é proibido.
Ninguém deve fugir da laranjada ou da limonada, mas, como em tudo na vida, se não souber dosar, corre-se o risco de ver o ponteiro da balança ir para o alto e avante. Para ter ideia, o preparo de 200 mililitros de suco de laranja demanda, em média, três unidades do fruto. Imagine, portanto, que beber uma jarra só faz multiplicar as calorias.
O fato é que, inclusive por causa do crescimento da obesidade, algumas tradições estão se perdendo. Antes, o suquinho de laranja-lima era um dos primeiros itens a ser apresentado aos bebês na fase de alimentação complementar. Hoje, muitos pediatras não o indicam.
“Diferente do líquido, que é engolido de forma passiva, a fruta sólida garante experiências sensoriais”, defende a nutricionista Priscila Maximino, do Instituto Pensi, do Hospital Sabará, em São Paulo. Claro que há exceções. “Quando a criança está doente e se recusa a comer, a bebida pode ser uma opção”, exemplifica Priscila.
Há ainda uma paranoia moderna que atende pelo nome de frutose. O açúcar intrínseco dos vegetais tem sido acusado dos piores crimes à saúde.
“Mas, quando consumido em proporções normais, como num suco de fruta natural, ele não traz problemas”, afirma a nutricionista Renata Juliana da Silva, pesquisadora da USP e professora do Centro Universitário Senac, em São Paulo.
Sem neuras, quem gosta de espremer os cítricos só não deve cometer o pecado de coar e atirar no lixo algumas preciosidades. “Observamos que resíduos desprezados, como os bagaços de laranjas e limões, são fonte de cálcio, magnésio e contêm ferro e zinco”, diz a engenheira de alimentos Joyce Siqueira Silva, que avaliou essa riqueza na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista. A cientista sugere, inclusive, o uso de cascas no preparo de bolos.
Apostar na criatividade ajuda a introduzir os frutos no menu – se fizer um rodízio entre eles, melhor. Não precisa passar o dia descascando mexericas nem se render a modismos pouco apetitosos, como tomar água morna com limão e em jejum.
Prazer e equilíbrio, assim como os cítricos, são ingredientes indispensáveis da receita do bem-estar.
Maria Tereza Santos. Foto: © iStock

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