O CARNAVAL DA RECONSTRUÇÃO EM PARAITINGA
No início de 2010, São Luiz do Paraitinga, uma pequena cidade histórica do Estado de São Paulo, foi assolada pelas chuvas. O centro da cidade, com casarões centenários tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi destruído. A igreja matriz da cidade ruiu em questão de segundos. Em 2010, o Carnaval na cidade não foi comemorado. No lugar dos blocos de rua, a população trabalhava para resgatar objetos históricos e limpar o entulho.
Passado um ano, São Luiz do Paraitinga avança na sua reconstrução. Em conversa com a Época, a Diretora de Obras da Prefeitura local, Natália Marabei, contou o que já foi feito para evitar que a tragédia se repita com chuvas futuras.
“Investimos no desassoreamento e no aprofundamento da calha do rio Paraitinga, e na proteção das suas margens”, diz Natália. Em breve, a drenagem será estendida para toda a bacia do rio, o que ajudará a proteger outras cidades da região. Além disso, a Prefeitura da cidade investiu na proteção das margens do Paraitinga e das encostas que cercam a cidade.
O passo mais complicado da reconstrução é restaurar o centro histórico. Alguns restauradores se preocupam em manter os traços originais das construções que foram levadas pela enchente, e defendem a utilização de materiais usados séculos atrás, como paredes de pau a pique. Outros acreditam que as construções devem ser fortificadas com estruturas modernas, para prevenir futuros desabamentos. “A previsão é de que em breve cheguem a uma solução e comecem as obras”, afirma Natália.
Enquanto as construções não começam, as famílias que moravam nos casarões estão temporariamente alojadas em imóveis da Prefeitura. “Fizemos conjuntos habitacionais diferenciados, com acabamento, pavimentação e paisagismo”, diz a Diretora.
Neste Carnaval, a cidade decidiu fazer a sua 30ª edição do tradicional Carnaval de Marchinhas, denominado “Carnaval da Reconstrução”. Segundo a Prefeitura, ele pretende trazer alegria aos antigos moradores do centro histórico que ainda não retornaram para suas casas. Mas algumas medidas foram tomadas para impedir que os casarões ainda fragilizados sejam danificados. O trajeto dos blocos foi alterado, deixando de passar pelo centro da cidade, e a comemoração ganhou um novo horário: das 10h às 24h.
Revista ÉPOCA. (Margarida Telles)


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