Está sendo velada no plenário da Casa do Povo, guardada por 11 intrépidos coveiros do Apocalipse, os mais bem pagos do mundo.
      Infectada pela corrupção quando em 2009 ratos invadiram a Prefeitura, Maricá ainda sofreu uma série de violências. Entre elas, estupros constantes em sua poupança pública por viciosos bandidos de fora, especialistas em entrar pela porta dos fundos, e assaltos em plena luz do dia sob os holofotes da imprensa (?)
       Devido aos atentados, o município foi infectado com o VÍRUS PT-171 e o micróbio da ganância, que se infiltraram em todo corpo social.
       Os abnegados cúmplices do assassinato lutaram inutilmente para esconder a agonia, agravada com o excesso de mentiras criminosas propaladas como milagres de São Nunca.
       As declarações eram de que passava muito bem, progredia satisfatoriamente e até ganhava nova cara com remessas e mais remessas de fundos, verbas federais e estaduais, que sumiam antes de serem inoculados na doente.
       Os boletins do hospital, divulgados por blogueiros chapa branca e outros menos cotados, indicavam que havia apenas alguns problemas criados por esbórnias de governos anteriores, que impediam o pleno restabelecimento da paciente.
       Mas estavam sob controle financeiro e prestes a serem solucionados por uma incompetente junta.
       Inchada pelo excesso de peso podre em suas entranhas administrativas, passou péssimos momentos durante sua internação no hospital Conde Modesto Leal.
       Devido à falta de aparelhos institucionais de capacidade e medicamentos jurídicos, apesar do esforço para evitar que sucumbisse, acabou afogada em releases mentirosos e exemplares de jornalixo, sempre bem pagos pelos mentores de seu assassinato e redigidos por marqueteiros pagos com o dinheiro do povo. A papelada até está servindo para embalsamar a vítima.
       Muitos políticos e correligionários, comissionados e turistas associados à imprensa esperam a data para o enterro. Abnegados cúmplices de sua morte, que tem na Prefeitura sua mentora, choram lágrimas de crocodilo.
       Esperam apenas a oportunidade de promoverem o último Baile da Ilha Fiscal, uma farra homérica, com farta distribuição de moedas, cargos, poderes, novas instituições ineficazes e o mais que a ganância desejar.
Rei morto, rei posto.
       Em frente ao corpo de Maricá desfilam agora as mais bizarras criaturas. Há bicões de sempre arrastando a rabiola de títulos, acenando com seus cargos de não fazer nada, políticos encomendando a toga imperial, púrpura, para no futuro gritarem, como César, encastelados em escombros: "Vim, vi e venci".
        Nas grades da alcunhada Casa de Tolerância, já se dependuram corvos, abutres e urubus. Há fome imensa para dar uma bicadinha, nem que seja a última antes da ressurreição que prometem os mais novos salvadores da pátria.
        Nas galerias, desfila a sempre indigna dama, aquele das caras pintadas já desbotadas pela corrupção. A mesma que uma vez marchou com Deus pela liberdade e nos trouxe o coturno da opressão; a que colocou o país nas mãos de um ensandecido
        É mesmo aquela que um dia se vestiu de vermelho e se declarou revolucionária e proletária. A das mil faces, velha bolorenta do meu pirão primeiro, que em outros bons tempos atendia pelo pomposo nome de Burguesia.
        Está ela aqui no palco, pimpona, outra vez condenando agora o povão, que seria, segunda a indigna, o culpado pela situação municipal. Não toma mesmo vergonha essa velha descarada.
        Esquece sempre que faz das suas, se finge do que nunca foi, erra na mão e culpa os outros por seus fracassos interesseiros. É até capaz de se esquecer que colaborou com a canalha, cabalou votos, viveu nos corredores palacianos atrás da merenda dos apoios.
        Mas como não bicou bem, agora o culpado é o mais pobre, aquele que não entra na festa, aquele Cristo de salário mínimo, chinelo de borracha, trabalhador braçal, que nem tem assistência nem funeral.
         Está ela se preparando para 2012, de chicote em punho para colocar o povo no pelourinho, como é de seu gosto. Não à toa seus abnegados defensores estão até fazendo pose ao lado do corpo de Maricá, nem que seja por um 3x4, para sair bem nos santinhos eleitoreiros.
         Mais uma vez vai capitalizar os holofotes, ajustar tudo para um novo Sassá, aplaudido de pé pela galera dos puxa-sacos, viciados em falsidade ideológica. Afinal a burguesia já está mexendo o caldeirão para a mais nova pilantragem com a mídia, associada no bolso, aplaudindo de pé.
 Luiz Gadelha # lgadelha2@gmail.com
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