Terapias e os cuidados para combater o câncer. ‘Medicina personalizada’ é a esperança contra o câncer. Avanços incluem quimio diferenciada por paciente e radioterapia mais precisa
Rio - A palavra assusta: câncer. Esse é o nome dado a um grupo de doenças que se caracterizam pelo crescimento desordenado de células do corpo que formam os chamados tumores. Há algumas décadas, ter a doença era uma sentença de morte. Mas isso mudou. Hoje, mais da metade dos casos têm cura, desde que tratados precocemente.
Além disso, avanços na medicina ocorridos nos últimos dez anos permitiram o desenvolvimento de terapias que aumentam a sobrevivência e melhoram a qualidade de vida daqueles que convivem com o problema.
Segundo o coordenador de Pesquisa Clínica e Avançada do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Carlos Gil Ferreira, as novas terapias de combate ao câncer se baseiam em técnicas cirúrgicas que utilizam robôs, drogas criadas para atuar em moléculas cancerígenas específicas e aparelhos de radioterapia muito mais precisos. É a chamada ‘medicina personalizada’, cujo objetivo vai além da cura: ambiciona minimizar os efeitos colaterais do tratamento para que o paciente mantenha sua rotina.
“A cirurgia robótica é muito usada para retirada de tumores de cabeça, pescoço e próstata. Ela é minimamente invasiva, a cicatriz é menor e o pós-operatório é mais rápido do que o usual”, explica Gil. “Já a radioterapia moderna atua somente no órgão que tem o tumor. Antes, atingia uma área maior, aumentando os efeitos colaterais”, diz.
Drogas brasileiras
Mas a maior inovação é na área de quimioterapia — tratamento na maioria das vezes feito por medicamentos orais. “Se uma pessoa tinha câncer de pulmão, por exemplo, tomava um coquetel de remédios padronizado, igual ao dos demais pacientes.
Hoje é diferente. Há exames que permitem retirar a célula cancerígena, analisar seu DNA para só aí prescrever a medicação específica para essa molécula, para esse paciente, o que torna o tratamento muito mais eficaz”, diz.
É nessa área que o governo brasileiro quer atuar. Em até dez anos, o País pretende começar a produzir medicamentos anticâncer. Para isso, o governo está mapeando instituições de pesquisa oncológica e moléculas já identificadas que tenham potencial contra tumores. “Até 2022 é possível ter uma droga desenvolvida por brasileiros”, acredita Gil.
Estilo de vida moderno contribui para a doença
 Não é o estresse da vida moderna, mas os hábitos do padrão atual de viver que contribuem para os casos de câncer. “Não há evidências científicas nessa correlação. O problema é que temos maior sedentarismo, o peso médio da população é mais alto, priorizamos alimentos industrializados.
São hábitos que precisam ser mudados desde jovem”, alerta Pilar Estevez Diz, coordenadora da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octávio Frias de Oliveira, o maior centro da América Latina.
“Diminuir situações estressantes contribuem para a melhor qualidade de vida. Além de exercícios, ioga, tai chi chuan e alongamento são práticas que podem ser adotadas não como prevenção, mas para reduzir o estresse físico e emocional”, explica a oncologista.
Providências benéficas 
GORDURA CORPORAL
Seja o mais magro quanto possível dentro dos limites normais de peso corporal.
 ATIVIDADE FÍSICA
Mantenha-se fisicamente ativo como parte da rotina diária.
 ALIMENTAÇÃO
Limite o consumo de itens que propiciam aumento de peso: com alta densidade energética e açucarados.
 Origem vegetal
Consumo preferencial.
 Origem animal
limite o consumo de carne vermelha e evite as carnes processadas.
Preservação, processamento, preparo
Baixe o consumo de sal.
 Evite ingerir cereais e grãos mofados.
 SUPLEMENTOS
Alimentares só devem ser usados caso não se alcance as necessidades nutricionais apenas por meio da alimentação.
 AMAMENTAÇÃO
As mães devem amamentar seus bebês; as crianças devem ser amamentadas.
Reportagem de Clarissa Mello e Gislândia Governo
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