RIO - Os preços dos combustíveis precisam de novos
reajustes ao longo dos próximos anos para a Petrobras conseguir realizar os
investimentos previstos no Plano de Negócios 2012/2016. Essa foi a mensagem
clara da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, ao detalhar nesta
segunda-feira ao mercado o plano de negócios da companhia, que prevê
investimentos de US$ 236,5 bilhões.
- O
plano aprovado pelo Conselho de Adminsitração da Petrobras pressupõe paridade
de preços internacionais - disse Graça Foster.
Segundo
a executiva, o reajuste dos combustíveis que entrou em vigor nesta
segunda-feira nas refinarias - a gasolina foi reajustada em 7,83% e o óleo
diesel aumentou em 3,94%, sem efeito nas postos - não elimina totalmente a
defasagem dos preços praticados no Brasil em relação ao mercado internacional,
mas ajudará a companhia a seguir com seu programa de investimentos.
Segundo
Graça Foster, os investimentos serão realizados com uma série de fatores além
dos preços dos combustíveis, mas também contando com a redução de custos na sua
realização, o preço do petróleo, os atrasos nas obras.
- O
controlador aprovou o plano de US$ 236,5 bilhões, em que o primeiro ítem é a
paridade de preços. O tempo todo, nõs não passamos a volatilidade ao
consumidor, e vamos continuar não passando. Agora, vamos estar sempre que
necessário, pelo menos uma vez por mês, mostrando ao nosso controlador, a nossa
condição de dar continuidade aos nossos projetos - afirmou Graça Foster.
Os
investidores receberam mal os anúncios da companhia, e as ações da Petrobras
despencaram 7,5% na manhã desta segunda-feira. O desempenho da empresa acabou
arrastando para baixo o índice Ibovespa, da Bolsa de São Paulo, onde tem peso
de 11%. A empresa pretende manter seu nível de endividamento abaixo de 35% em
relação ao seu capital.
Graça
Foster disse metas de produção da Petrobras estão agora mais
"realistas". A empresa não conseguiu cumprir os objetivos projetados
nos anos anteriores porque eles eram muito ousados, afirmou ela.
A
petrolífera prevê agora uma redução de 1 milhão de barris de petróleo na nova
curva de produção, anunciou Foster. A projeção anterior era de uma queda de 700
mil barris por dia. A baixa eficiência da bacia de Campos, de onde provém a
maior parte do petróleo extraído no Brasil, é uma das principais causas da
redução da curva de produção projetada pela Petrobras para os próximos anos.
O novo
plano de negócios detalhado hoje foi anunciado no último dia 14 e é o primeiro sob
o comando de Graça Foster, que chegou à presidência da estatal em fevereiro.
Companhia espera
paridade de preço de combustível no médio prazo
Se não
resolve todos os problemas de caixa da empresa, o reajuste dos preços dos
combustíveis anunciado na última sexta-feira pela Petrobras traz um alívio para
a companhia, disseram executivos da estatal. Segundo eles, a empresa buscará
agora trabalhar com uma paridade com as cotações internacionais.
- Uma
revisão dos preços dos combustíveis abaixo das expectativas já nos dá a luz
para trabalharmos de forma continuada. Mas trabalhamos com a paridade
internacional e ponto - disse a presidente.
O
diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse que o realinhamento se
dará no longo prazo.
O
preço da gasolina o óleo diesel ficaram respectivamente 7,83% e 3,94% nas
refinarias nesta segunda-feira, mas os aumentos não serão repassados ao
consumidor porque o governo zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (Cide), tributo cobrado sobre combustíveis. Segundo cálculos do
economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a
medida aumentará o caixa da Petrobras em torno de R$ 420 milhões por mês.
Graça
Foster prevê que o preço do petróleo do tipo Brent seja de US$ 110,82 por
barril em 2012, na média, e caia para um patamar de US$ 90 no longo prazo.
Segundo
o diretor de Exploração e Produção da estatal, José Formigli, a empresa tem 19
novos projetos de produção de petróleo até 2016 e 38 projetos previstos até
2020. No curto prazo, entretanto, a companhia terá que lidar com atrasos nas
entregas das sondas. Metade das 14 sondas esperadas pela Petrobras para este
ano estão atrasadas, disse o diretor de Exploração e Produção.
Graça Foster afirmou que
o fato de haver menos projetos em etanol no plano da estatal para os próximos
quatro anos ocorre em função de poucas oportunidades efetivas de investimento
na área.
Site Yahoo Brasil. Por Ramona
Ordoñez. Agência O GLOBO.
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