Substância retirada da 'Thapsia garganica' se mostrou eficiente em pesquisa com ratos contra o cânceres de próstata, mama, rins e bexiga.
Thapsia: veneno extraído da planta pode ser usado para atacar tumores sem danificar o resto do corpo. 
Uma substância tóxica presente em uma planta mediterrânea pode fazer parte de uma promissora droga contra o câncer. O remédio é feito a partir da tapsigargina, um veneno retirado da Thapsia garganica. A planta é popularmente conhecida como Tápsia, e pode ser encontrada no sul da Europa e no norte da África.
Resultado: 
Sete dos oito ratos tratados com G202 apresentaram uma redução de mais de 50% no seu câncer em 21 dias. Já entre os oito ratos tratados com docetaxel, uma droga quimioterápica usada hoje em dia, somente um apresentou essa redução.
A tapsigargina é altamente tóxica. Ela mata as células que atinge ao bloquear a ação de uma proteína chamada SERCA, responsável por controlar os níveis de cálcio dentro das células. Quando a ação da proteína é impedida, as concentrações de cálcio no plasma celular aumentam, levando à morte da célula.
As propriedades tóxicas da planta são conhecidas há muito tempo. Entre os gregos antigos, já se sabia que suas sementes podiam matar o gado e ovelhas.
Nas caravanas árabes, a planta era conhecida por matar os camelos que se alimentavam dela. A ideia dos pesquisadores da Universidade Johns Hopkins foi usar esse poder contra as células cancerígenas.
A nova droga, chamada de G202, é feita a partir da união da tapsigargina com um peptídeo (um pedaço de proteína). Esse peptídeo é reconhecido pela proteína PSMA, encontrada na superfície das células de tumores de próstata e presente em alguns outros tipos de câncer. 
Quando a droga é lançada no sangue e encontra a PSMA, essa proteína retira o peptídeo e libera a entrada da tapsigargina na célula. Desse modo, o veneno atinge somente o tumor, prevenindo o resto do corpo do dano. A droga reduziu o câncer em sete ratos com modelos humanos de câncer de próstata, além de ter sido efetiva no combate de alguns tipos de câncer de mama, renal e de bexiga.
Como o veneno age diretamente sobre a proteína SERCA, necessária para que todas as células se mantenham vivas, os tumores não têm como se tornar resistentes à nova droga. Agora, os cientistas estão testando o G202 em pacientes com câncer avançado.
Essas pesquisas devem mostrar quais são as quantidades seguras da droga e seus efeitos colaterais. 
Revista VEJA online

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