O sentimento aumenta o risco para doenças
cardiovasculares, reduz a imunidade e dificulta a concentração, entre outros
prejuízos. Mas a ciência aponta os caminhos para combatê-lo
Aqueles dias em que você acorda querendo brigar com
a sombra, gritar com o filho porque ele derramou uma gota de leite na toalha da
mesa e responder “bom dia por quê?” quando alguém simplesmente o cumprimentou?
Você com certeza despertou sob o domínio do mau
humor, esse sentimento tão familiar a todos e infelizmente cada vez mais comum.
Embora para muitos possa parecer algo banal – sem
repercussões além da própria cara feia e do incômodo sentido por quem está por
perto –, esse estado de espírito traz muito mais prejuízos à saúde e à vida em
geral do que se imaginava.
Um crescente campo de pesquisas está revelando que
episódios de mau humor causam no organismo danos importantes. “Ele provoca
reações fisiológicas que resultam em diversos problemas de saúde”, afirma a
psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da seção brasileira da International
Stress Management Association (Isma-BR), entidade voltada para o estudo e
gerenciamento do estresse.
Uma amostra do impacto pode ser observada nos
resultados de uma pesquisa realizada pela instituição. De acordo com o
trabalho, 85% dos indivíduos mal-humorados apresentam bruxismo ou rangem os
dentes, 12% são hipertensos, 42% não têm boa qualidade de sono e 68% apresentam
dificuldade de concentração.
Além disso, eles sofrem o enfraquecimento do
sistema de defesa do corpo, ficando vulneráveis ao ataque de vírus e bactérias,
e mudanças metabólicas que contribuem para a maior contração dos vasos
sanguíneos, o que eleva ainda mais o risco para doenças cardiovasculares.
Esses danos são basicamente
consequência das mudanças provocadas pelo sentimento na química cerebral. Ele é
uma resposta emocional a algo considerado uma ameaça ao bem-estar.
Pode ser qualquer coisa: uma fechada
no trânsito, um encontro com uma pessoa desagradável. Entendido dessa maneira,
o cérebro se organiza para reagir a tal ameaça. Estruturas são acionadas e o
resultado é a liberação em cascata de hormônios como a adrenalina e o cortisol.
“Isso faz com que o corpo fique em
estado de alerta máximo, com péssimo resultado para a saúde”, diz o
neurologista Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas de São Paulo
(HC-SP). Você pode ler a matéria completa na:
Revista ISTOÉ online. Cilene Pereira, Mônica
Tarantino e Monique Oliveira. Foto:
Kelsen Fernandes; Gabriel Chiarastelli; Rogério Cassimiro; Gabriel
Chiarastelli; Pedro Dias/Ag. Istoé.
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