Ômega 3 reduz risco de desenvolver doenças mentais, diz pesquisa.
A ingestão
de Ômega 3 reduziu o risco de desenvolver psicoses e esquizofrenia durante sete
anos, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (11) na revista Nature
Neuroscience. A pesquisa acompanhou pessoas com risco altíssimo de
desenvolvimento de esquizofrenia. Elas ingeriram Ômega 3 em cápsulas de óleo de
peixe durante três meses.
Cápsulas de
Ômega 3, suplemento alimentar de ácidos graxos
A maioria dos participantes que ingeriu o suplemento não teve
comprometimento funcional grave e nem sinais de alerta para o desenvolvimento
de psicoses nos sete anos seguintes.
Segundo Paul Amminger e seus colegas da Universidade de
Melbourne, na Austrália, apenas 9,8% do grupo que tomou Ômega 3 desenvolveu
psicoses comparado ao grupo que tomou um remédio sem efeito (placebo). Cerca de
40% do grupo placebo, formado por pessoas com propensão alta de desenvolver
esquizofrenia, apresentou um início mais rápido da doença e maior incidência de
outros problemas psiquiátricos.
Em 2010, os pesquisadores já haviam mostrado que o Ômega 3 havia
atrasado em até um ano o primeiro episódio de desordem psicótica em
participantes de 13 a 25 anos. Estudos anteriores mostravam que a falta de
Ômega 3 e Ômega 6 era um fator presente no desenvolvimento de várias doenças
mentais e outros testes já haviam mostrado que a suplementação com Ômega 3 é
capaz de reduzir sintomas psicóticos.
O Ômega é essencial para desenvolvimento e funcionamento neural.
É um componente essencial do tecido cerebral e a falta desses ácidos graxos
está associada a diversas desordens mentais, inclusive a esquizofrenia.
O Ômega 3 é um ácido graxo poliinsaturado (PUFA, na sigla em
inglês) encontrado em peixes marinhos de águas frias e algumas sementes de
plantas, como a linhaça.
A esquizofrenia é uma condição mental caracterizada por
alucinações e problemas cognitivos que geralmente se manifestam na adolescência
e no início da idade adulta. O início pode ser abrupto ou gradual, mas a maioria
das pessoas têm um desenvolvimento gradual de vários sinais e sintomas.
A doença não afeta apenas a saúde mental, mas também aumenta a
mortalidade em mais de uma década em relação à população em geral,
principalmente por causa de problemas metabólicos do coração.
Nos últimos 20 anos, o interesse de pesquisadores em encontrar e
intervir em casos de pessoas com sintomas potenciais de psicoses cresceu. O
estudo tomou como base uma pesquisa anterior para classificar os participantes
de acordo com seus sintomas, a intensidade e tempo de duração dos mesmos, além
de predisposição genética.
Apesar de o tratamento precoce estar associado a resultados
melhores, ainda não foi encontrada uma cura para a doença.
Problemas para adormecer ou para permanecer dormindo; sono que
raramente é revigorante e satisfatório.
Paula Moura
Do UOL, em
São Paulo (SP)
Getty Images
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