Assegurando o futuro do 5G: Quais são os
problemas?
O plano do Reino Unido de permitir
que a gigante chinesa de telecomunicações Huawei tenha um papel restrito em
suas redes móveis de próxima geração é parte de um acalorado debate
internacional sobre os riscos de segurança que a chamada tecnologia 5G apresenta.
O Reino Unido planeja permitir o
acesso da Huawei a partes não centrais de suas redes de quinta geração, ou 5G,
em uma base restrita e bloqueá-la de todas as chamadas partes centrais,
disseram fontes à Reuters.
A decisão foi tomada em meio a
pedidos do Reino Unido para que países impeçam a presença da Huawei em redes
5G, por causa de preocupações de que seu equipamento possa ser usado por Pequim
para espionagem ou sabotagem.
O 5G promete conexões de alta
velocidade que, segundo os evangelistas tecnológicos, transformarão a maneira
como vivemos nossas vidas, possibilitando serviços desde carros autônomos até
cirurgias remotas e fábricas totalmente automatizadas.
Mas isso aumenta drasticamente o
risco à segurança, dizem autoridades norte-americanas, devido ao papel cada vez
mais central que as telecomunicações desempenharão em nossas vidas e ao
esperado aumento dramático de dispositivos conectados na internet.
À medida que o 5G é incorporado em
tudo, desde hospitais a sistemas de transporte e usinas de energia, a
tecnologia rapidamente se tornará parte da infraestrutura nacional crítica de
cada país.
Isso faz com que as consequências de
uma falha nas redes ou de ato de sabotagem sejam significativamente mais
sérias.
"O 5G vai realmente começar a
tocar em todas as partes de nossas vidas, porque será a infraestrutura
subjacente para muitos dos serviços críticos que são fornecidos ao
público", disse Robert Strayer, o principal diplomata de política
cibernética do Departamento de Estado dos EUA.
MAIS CONEXÕES
Com velocidades de dados muito mais
rápidas, os especialistas prevêem que haverá bilhões de dispositivos
conectados.
Estes aparelhos incluirão as
tradicionais conexões móveis e de banda larga, mas também dispositivos
habilitados para internet, desde máquinas de lavar louça até equipamentos
médicos avançados.
A indústria prevê que o número de
dispositivos habilitados para internet triplicará para 25 bilhões até 2025.
Quanto maior a rede, mais
oportunidades existem para os hackers atacarem, o que significa que há um
sistema cada vez mais complexo com mais partes que precisam ser protegidas.
Uma das maiores mudanças entre o 4G e
o 5G é a capacidade de levar o poder de computação avançado geralmente mantido
no "núcleo" protegido de uma rede e distribuí-lo para outras partes
do sistema. Isso fornecerá conexões de alta velocidade mais confiáveis.
Mas também significa que os
engenheiros não poderão mais delimitar claramente as partes mais sensíveis do
sistema, dizem autoridades dos EUA. Alguns legisladores britânicos concordam.
"Permitir à Huawei entrar na
infraestrutura 5G do Reino Unido faria com que os aliados duvidassem de nossa
capacidade de manter os dados seguros e iria corroer a confiança essencial para
a cooperação dos Five Eyes", disse Tom Tugendhat, presidente do Comitê
Britânico de Relações Exteriores.
A aliança Five Eyes é um grupo de
compartilhamento de inteligência que compreende Estados Unidos, Canadá, Reino
Unido, Austrália e Nova Zelândia.
"A definição de central e não
central é muito difícil de se estabelecer com o 5G", acrescentou.
Reuters
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de Reuters.
Portal
TERRA.
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