Ter filhos é terrível para o salário das mulheres.
Maternidade: as mulheres muitas vezes se afastam da
carreira porque o trabalho não remunerado se torna mais exigente.
Nova
York – Bebês são fofos. São afáveis, geralmente cheirosos e, vamos combinar,
são necessários para a sobrevivência da raça humana.
Mas
para as mulheres, a chegada de um bebê coincide com um evento
econômico significativo: o momento em que o poder aquisitivo feminino começa a
diminuir em relação aos colegas do sexo masculino.
No
início de carreira, a renda de homens e mulheres é praticamente equivalente.
Quando ambos os gêneros têm mais ou menos 45 anos, as mulheres ganham em média
55% do salário dos
homens.
Claudia
Goldin, professora de economia da Universidade de Harvard e especialista em
disparidade salarial entre gêneros, diz que a maior parte dessa diferença, não
toda, pode ser atribuída a mulheres que trabalham pelo menos um pouco menos do
que os homens.
Ou
trabalham menos por salário: sua pesquisa aponta que as mulheres muitas vezes
se afastam da carreira porque o trabalho não remunerado, cuidar de uma criança,
se torna mais exigente.
Em
um estudo feito por alunos de MBA da Universidade de Chicago por 15 anos,
Goldin e seus colegas descobriram que a diferença salarial começa a aumentar um
ou dois anos depois que a mulher tem seu primeiro filho.
“Essas
mulheres são extraordinariamente motivadas e dedicadas ao que estão fazendo”,
disse. “Elas dão o máximo que podem, mas em algum momento, as demandas do lar
realmente chegam.”
Em
sua segunda temporada, o premiado podcast da Bloomberg, “The Pay Check”, está
analisando detalhadamente o que acontece com as carreiras das mulheres quando
têm filhos e o que acontece com a economia global se decidirem não ter.
Embora
cerca de 70% das mulheres trabalhem fora nos EUA, elas ainda fazem muito
serviço de casa. Segundo uma pesquisa da Secretaria de Estatísticas
Trabalhistas, as mulheres gastam mais tempo em casa cuidando de filhos do que
os homens. Elas também gastam mais tempo em tarefas domésticas, como limpar e
lavar roupa.
Essas
responsabilidades a mais muitas vezes fazem com que as mulheres limitem o tempo
para os empregos remunerados.
O
esforço das mulheres para lidar com essas demandas conflitantes é
frequentemente confundido com falta de dedicação ou ambição na carreira. Essa
percepção também contribui para a disparidade salarial entre gêneros, diz
Goldin.
E
quando os salários das mulheres diminuem dessa maneira, a dinâmica de poder com
um parceiro começa a mudar. Em um casal, faz sentido financeiramente para um
dos pais, que tem uma profissão, estar disponível para trabalhar essas longas
horas e colher os dividendos financeiros, mas isso aumenta as responsabilidades
do parceiro em casa.
Normalmente,
o parceiro profissional acaba sendo o homem.
Para
as mulheres que não têm filhos, diz Goldin, a disparidade salarial entre
gêneros é muito menor. E para as mulheres que têm, essa disparidade começa a diminuir
à medida que se aproximam do fim da carreira, quando os filhos saem de casa ou
são geralmente mais independentes.
Conteúdo: Revista
VOCÊ S/A.
Janet
Paskin, da Bloomberg.
Foto:©
Tuan Tran.
Portal
MSN.
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