Receita salgada que peça tempero fica sempre melhor
com alho.
Ao lado da cebola – literalmente, refogadinho com
ela antes de acrescentar os outros ingredientes –, ele deixa os pratos muito
mais saborosos. Além disso, há séculos o alho é usado como um “medicamento
natural” para amenizar sintomas de gripes e resfriados e melhorar o sistema
imunológico.
Dizem até
que na Grécia antiga o alho era usado pelos corredores para aumentar o
desempenho nos treinos e nas provas.
Diante de estudos e evidências científicas que
temos hoje em dia, o que o alho realmente é capaz de fazer pela nossa saúde?
Conversamos com a endocrinologista Carla Tamanini
Ferrari e com a nutróloga Nathália Credidio para saber.
Quais são as propriedades nutricionais do alho?
O alho tem concentração de uma variedade enorme de
vitaminas, minerais e outros nutrientes. Os destaques são:
– Vitaminas A, C, E, B1 e B6
– Minerais zinco, selênio, enxofre, manganês,
ferro, magnésio, fósforo, cobre e potássio
– Fonte de alicina, fibras e proteínas
– Fonte de compostos bioativos como flavonoides,
oligossacarídeos e arginina
E quais são os “poderes” dos nutrientes do alho?
A alicina, além de ser a origem do odor
característico do alho, é potente no combate a vírus, bactérias e fungos – ou
seja, o uso da planta para evitar ou amenizar os sintomas de gripes e
resfriados se confirma eficaz.
Aliada a ela, a vitamina C também aumenta a
imunidade e atua nesse combate.
O selênio e o zinco têm forte ação antioxidante, o
que ajuda a prevenir a demência e a doença de Alzheimer, pois protegem o
cérebro dos danos causados pelos radicais livres.
No
conjunto da obra, os nutrientes mencionados acima ajudam a prevenir:
– Aterosclerose, por reduzirem o colesterol ruim
(LDL) e os triglicerídeos
– Doenças do coração, por reduzirem o colesterol e
também por facilitarem a circulação sanguínea (o que diminui a pressão
arterial)
– Problemas respiratórios, como a asma
– Desgaste ósseo, especialmente nas mulheres, por
atuarem na produção do hormônio estrogênio
O alho também é um anti-inflamatório natural
Graças à alicina – e ajuda a proteger os órgãos
internos contra a ação de metais pesados, como o chumbo – é o enxofre que
confere essa proteção.
O alho realmente ajuda a combater o câncer?
As evidências científicas ainda são um pouco
limitadas, mas apontam para um auxílio na prevenção de câncer de cólon
(intestino), estômago, bexiga, próstata e esôfago.
A alicina impulsionaria a defesa do organismo e
cooperaria para que o sistema imune inibisse as mutações das células
cancerígenas.
Mas não custa reforçar: as evidências são fracas e
o alho não substitui um tratamento indicado por uma equipe multidisciplinar
chefiada por um oncologista.
Beber chá de alho beneficia a saúde?
Sim! Ele fortalece o sistema imunológico, dando aquela
força contra os sintomas de gripes e resfriados de que falamos ali em cima.
A temperatura também ajuda a aliviar a tosse e o
catarro preso e os sintomas da sinusite.
Faz diferença consumir o alho cru, cozido ou frito
nas receitas?
Nutricionalmente, sim. Quando os dentes do
alho são cortados, triturados ou mastigados crus, a liberação de alicina é mais
poderosa.
Colocar os dentes partidos para refogar ou ferver
diminui a liberação desse nutriente e, consequentemente, os benefícios dele
para a saúde.
Quanto alho é necessário comer por dia para ter
esses benefícios para a saúde?
Não existe um consenso mundial, mas o Ministério da
Saúde do Canadá e a Agência Federal Alemã de Saúde recomendam 4 gramas de alho
cru (um dente e meio de alho) ou 8 miligramas de óleo essencial de alho por dia
para ajudar no controle do colesterol e todos os outros benefícios.
© Wako Megumi/Getty Images.
Raquel
Drehmer.
Conteúdo Portal MSN.
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