Doença renal e doença
cardiovascular: Uma relação muito perigosa
A
saúde do seu coração e dos seus vasos está ligada à saúde dos seus rins. E
vice-versa. Ter uma doença cardíaca coloca-o em risco de doença renal.
À
medida que o coração envia sangue para todo o corpo, os rins filtram esse
sangue, removendo as suas impurezas, de forma a assegurar que o sangue tenha as
quantidades certas de nutrientes e minerais.
Ajudam
também a manter a pressão arterial em valores controlados e contribuem para a
formação de hormônios e vitaminas.
Na
doença renal crônica estas funções vão-se degradando progressivamente,
inicialmente sem sintomas, pelo que apenas com análises podemos aperceber-nos
de algum problema.
Nos
países ocidentais aproximadamente um em cada dez adultos tem doença renal
crônica.
As
pessoas com doença renal crônica (DRC) têm maior risco de morte por doença
cardiovascular do que por uma causa renal. Isto deve-se a vários fatores,
nomeadamente:
Porque
a DRC leva à acumulação de substâncias tóxicas que agridem os vasos e o coração
e aumentam o risco de arritmias por vezes fatais;
Pelo
aumento da pressão arterial (hipertensão) que ocorre na DRC e que é o maior
fator de risco para acidente vascular cerebral e o segundo, logo atrás do
colesterol, para o enfarte agudo do miocárdio.
A
hipertensão leva também à lesão dos vasos nos rins e em conjunto com a diabetes
constituem a maior causa de doença renal crônica entre nós.
É
importante assim o controlo da pressão arterial e da glicemia, de modo a
reduzir as complicações renais. Fazer exercício, não fumar, cumprir a medicação
para a hipertensão arterial ou para a diabetes, são fundamentais para manter os
rins saudáveis.
Escolha
alimentos e bebidas com baixo teor de açúcar e sódio (sal).
A
Medicina Interna dedica-se ao diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças
com repercussão em diversos sistemas.
É
exatamente isso que acontece nestes doentes. Os fatores de risco para doença
renal e cardiovascular são muitas vezes os mesmos (já aqui falámos da diabetes
e da hipertensão arterial).
A
DRC conduz também a alterações a nível ósseo e à anemia, em grande parte pela
menor produção de eritropoietina pelo rim. A eritropoietina tem como função
principal estimular a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea.
A
presença de anemia implica um maior esforço do coração para fazer com que a
mesma quantidade de oxigênio, transportado pelos glóbulos vermelhos, chegue a
todo o organismo.
A
longo prazo a doença cardiovascular e renal levam a insuficiência cardíaca.
Esta é a maior causa de internamento nas enfermarias de Medicina Interna e uma
causa significativa de mortalidade nos doentes mais frágeis.
Ocorre
pela falência do coração, que não consegue como dantes enviar o sangue consoante
as necessidades do nosso corpo.
O
cansaço, a falta de ar para esforços progressivamente menores, ou o edema
(inchaço) das pernas são sinais e sintomas de uma potencial insuficiência
cardíaca, mas podem ter muitas outras origens, pelo que a avaliação por um
médico é necessária para chegar a uma conclusão correta.
O
especialista em Medicina Interna tem um papel integrador de cuidados nestes
doentes com doença cardíaca e renal, colaborando com especialidades como a
Nefrologia, a Cardiologia e a Medicina Geral e Familiar, avaliando estas
pessoas como um todo, de forma a prevenir a doença e a diagnosticá-la e
tratá-la precocemente, evitando complicações irreversíveis.
© DR Artigo de Opinião de Francisco Araújo, Internista e Membro do Núcleo
de Estudos de Prevenção e Risco Vascular (NEPRV).
Portal
MSN.
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