Apesar da crescente conscientização da necessidade de se manter
um peso saudável, os indícios atuais revelam que a população mundial está
engordando. Assim, para alcançar esse objetivo ainda têm um longo caminho pela
frente.
Em um extremo do espectro, tanto em países desenvolvidos quanto
naqueles em desenvolvimento, o número de pessoas acima do peso está, em média,
aumentando.
No outro extremo, distúrbios alimentares como a anorexia e a
bulimia nervosa são uma preocupação crescente.
Engordando mais rápido
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014,
quase dois bilhões de adultos – cerca de um terço da população global – estavam
acima do peso.
Destes, mais de 600 milhões eram obesos.
A obesidade é hoje considerada um dos mais graves desafios à
saúde pública enfrentados pelos países desenvolvidos, um risco até maior à
saúde do que fumar.
Ainda mais preocupantes são os dados sobre crianças acima do
peso e obesas, com o número de crianças acima do peso com menos de cinco anos
de idade estimado em mais de 42 milhões.
Embora a taxa de crescimento tenha diminuído, a tendência ainda
é de crescimento, e isto tem implicações para a saúde global no longo prazo,
porque é muito provável que crianças acima do peso tornem-se adultos obesos e
acima do peso.
Há muito mais em jogo do que apenas ter boa aparência.
O excesso de peso afeta seriamente a expectativa e a qualidade
de vida por aumentar o risco de doenças evitáveis, como o diabetes tipo 2 – que
está agora ocorrendo em adultos mais jovens – e doença cardiovascular.
Por causa das consequências econômicas e sociais da obesidade,
um número cada vez maior de países está adotando políticas de saúde pública a
fim de diminuir a velocidade de crescimento do número de casos.
Nossa
crescente população. BRASIL:
O Brasil está incluído entre as nações com os maiores índices de
obesidade do mundo, ocupando o terceiro lugar entre os países integrantes do
Brics (logo atrás da África do Sul e da Rússia), bloco composto por países com
economias de mercado emergentes, que têm uns dos maiores índices de pessoas
acima do peso.
No país, 54,4% da
população adulta encontra-se acima do peso, sendo 17,9% o índice de obesos
entre esse grupo. Estima-se que a obesidade atinja ainda 5% das crianças abaixo de cinco anos.
Então, por que o controle eficaz do peso é um problema tão
grande hoje em dia?
E por que tanta gente acha difícil conquistar um pedo saudável e
mantê-lo ao longo da vida?
Por que estamos engordando?
A resposta simples é que há um desequilíbrio entre a quantidade
de calorias que ingerimos por meio de alimentos e bebidas e a quantidade de
energia que gastamos para manter nosso corpo funcionando e executar atividades
da vida cotidiana.
Há três motivos principais para isto:
A tendência a um estilo de vida mais sedentário, estimulado
pelos avanços na tecnologia;
• A disponibilidade de
alimentos calóricos, possibilitada pelos avanços no processamento da comida nos
últimos 70 anos;
• O funcionamento do
corpo humano, que foi concebido para armazenar gordura a fim de assegurar a
sobrevivência no mundo precário dos caçadores-coletores.
Além disso, o estresse e as tensões da vida moderna podem
desencadear a alimentação reconfortante, mais provavelmente o consumo de
alimentos com alto teor de gordura e açúcar.
Como o corpo armazena a energia não utilizada na forma de
gordura corporal, quando nossa ingestão é maior que a energia que despendemos, nós engordamos.
Estilo de vida sedentário.
A tecnologia moderna reduziu a quantidade de atividades físicas
que praticamos na vida cotidiana em todos os níveis, do transporte pessoal aos
aparelhos que economizam trabalho no lar e no escritório.
Tanto a concepção do ambiente urbano, que desestimula as
atividades físicas e a mobilidade ativa, quanto a disponibilidade generalizada
do automóvel tiveram enorme impacto nos níveis diários de atividades da pessoa
comum:
Caminhar a um ritmo moderado, por exemplo, queima cerca de 250
kcal em uma hora, ao passo que dirigir queima 100 kcal por hora.
Alimentos com alto teor energético
Ao mesmo tempo, mudanças nos hábitos sociais nos fizeram comer
refeições menos estruturadas, refeições prontas compradas no supermercado, ou
refeições para viagem com elevado teor de gordura, suplementadas com lanches frequentes
com alto teor energético.
Pesquisas mostram que até 45%
da ingestão alimentar de algumas crianças provêm de lanches, e não de refeições
regulares.
Nosso corpo:
O problema maior é inerente à fisiologia humana – nosso corpo
foi concebido para o mundo dos caçadores-coletores. Durante milhares de anos, a
busca por comida exigiu altos níveis de dispêndio de energia. Alimentos ricos
em gordura e açúcar eram capazes de salvar vidas.
Depois, quando a agricultura se desenvolveu, era necessário
esperar meses entre o plantio e a colheita. Sobreviver era uma luta.
Os indivíduos que não possuíam um suprimento de energia sob a
forma de gordura corporal para quando a comida era escassa não sobreviviam.
Marcha lenta da sobrevivência.
Nosso organismo é programado para lidar com períodos de
semi-inanição – se comermos menos, o corpo se torna mais eficiente para
funcionar com menos comida.
O metabolismo desacelera a fim de conservar energia. Por isso é
difícil continuar perdendo peso apenas fazendo dieta. O corpo se adapta à
mudança na ingestão de comida e desacelera todas as funções não essenciais.
Como lutar contra isso.
Se seu estilo
de vida moderno ajudou você a engordar:
Dica 1:
Reduza a ingestão de gorduras e açúcares. Restrinja seu consumo
de alimentos processados, fast-food e bebidas açucaradas.
Dica 2:
Aumente a ingestão de frutas, hortaliças, grãos integrais e
nozes. Prepare as refeições em casa.
Dica 3:
Aprenda a reconhecer a diferença entre fome e apetite, e a parar
de comer quando você não tem necessidade física de combustível. Fique atento às
porções.
Dica 4:
Transforme as atividades físicas em parte de sua vida – são
recomendados 150 minutos por semana para adultos e 60 minutos por dia para
crianças.
Uma caminhada diária com um amigo, uma partida de futebol
semanal, uma aula de dança – existem
muitas formas agradáveis!
Imagem:
abrycs/iStock.
Por: Rayane
Santos.
Conteúdo:
Revista SELEÇÕES.
Portal MSN.
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