Use estas 4 técnicas para
manter uma conversa interessante.
A situação é familiar: você está socializando e, de
repente, tem alguém novo no grupo. Ou ainda: vocês estão sozinhos e o silêncio
(e o desconforto) reinam.
O que você pode fazer para manter uma conversa
interessante antes que a pessoa vá “pegar uma água” ou, pior ainda, saque o
celular?
A primeira coisa a se fazer é combater a paralisia,
que pode ser tanto da timidez (e que pode ser enfrentada com um simples “oi”)
quanto do medo de falar a coisa errada (e que cria tantos cenários que dão
errado na sua cabeça que você prefere não falar nada).
Em seguida, é hora de colocar os milhares de anos
de evolução para funcionar: seres humanos são seres sociais e gostam de se
comunicar, mesmo aos trancos e barracos – que sempre parecem mais desastrosos
do que costumam ser, vale lembrar.
Conversação, como
tantas outras coisas, é uma prática que melhora com o tempo.
Caso você realmente esteja travado, a boa notícia é
que é possível decorar alguns caminhos e estratégias para começar.
Uma boa regra geral é pensar em suas experiências:
que tipo de perguntas você acha interessantes e quais preferia não responder?
Que conversas você teve no passado com quem não
conhecia e que foram surpreendentemente boas? E as que foram ruins? Há pessoas
que você conhece que têm facilidade para conversar? O que elas fazem?
Conversar com alguém não precisa ser uma quimera. E
lembre-se: todo mundo já foi estranho para você um dia, mesmo seus melhores
amigos.
Técnicas
de especialistas para manter uma conversa
1. Técnica: A pedra que afunda
Rob Riker, do site The Social Winner, é um expert em conversas. Uma de suas técnicas
preferidas é “a pedra que afunda”, uma metáfora para pular a parte superficial
de uma conversa e realmente engajar seu interlocutor através da emoção.
Para isso, é
preciso seguir três passos:
1. Tenha um fato sobre a outra pessoa
O que ela gosta, o que ela faz ou já fez, algo que
disse ou mencionou. Mantenha o gancho pessoal, mas não pessoal demais.
2. Pergunte sobre uma emoção relacionada ao fato
Por exemplo: “Você gosta desse assunto?” ou “Quais
são os maiores desafios de quem lida com esse assunto normalmente?”
3. Entenda porque aquela emoção surgiu
“Por que ele é tão interessante para você?” ou “Ah,
eu imaginei que esse assunto funcionasse de outra forma. O que te levou a
aprender tanto sobre ele?”
Se estiver atento às respostas, você vai aprender
muito sobre alguém, e rapidamente. Assim, novos assuntos podem surgir com mais
naturalidade – e você vai genuinamente se divertir.
2. Técnica: Escuta ativa
O termo está em voga, e por um bom motivo: com
tanta gente falando sobre tudo o tempo inteiro, que realmente escuta tem uma
vantagem.
A
escuta ativa é aquela em que sua atenção está
realmente dedicada ao que a pessoa está dizendo, não só em busca de uma pausa
para colocar sua própria opinião.
E pode ajudar muito a manter uma conversa e fazê-la
ser mais fluída, já que dali podem surgir novos tópicos para ambos.
Quando
alguém engata em algum assunto, você pode escutar atentamente ao assunto e
entender melhor qual é a relação entre ele e seu interlocutor.
E
não se preocupe em parecer que está prestando bastante atenção: se realmente
estiver prestando atenção, isso estará claro.
Por que aquele assunto é interessante e como o
descobriram, por exemplo? Como aparece no dia a dia da vida da pessoa? Teve
algum impacto na sua vida? Caso o assunto realmente te interesse, há alguma
referência que ela recomenda? E por aí vai.
Outra boa regra?
Pense em uma paixão sua. O que gostaria que as
pessoas te perguntassem sobre ela?
3. Atitude: Pense como um jornalista
Entre as diversas TED Talks sobre conversação disponíveis,
uma das mais charmosas é da jornalista Celeste Headlee.
“Pode soar como uma questão engraçada, mas temos de
nos perguntar: Existe uma habilidade mais importante no século 21 do que ser
capaz de manter uma conversa coerente e tranquila?”, indaga.
Para manter uma conversa assim com diversos tipos
de pessoa, de caminhoneiros a vencedores do prêmio Nobel, ela criou 10 regras
básicas. “Tudo se resume ao mesmo conceito básico, que é o seguinte: estar
interessado nas outras pessoas.”
Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade)
1 Não seja multitarefa
“E não falo só de deixar o celular de lado, o tablet
ou as chaves do carro, ou o que tiver nas mãos. Quero dizer: esteja presente.”
2 Não dê lições
“Se quiser dar sua opinião sem qualquer
oportunidade para reação ou discussão, objeção ou evolução, escreva um blog.”
3 Faça perguntas abertas
“Comece
as perguntas com quem, o quê, quando, onde, por quê ou como”, diz Headlee.
“Deixe-os descrever [experiências] e tente perguntar ‘como foi aquilo?’ e ‘como
foi passar por isso?’.”
4 Deixe fluir
“Pensamentos vão surgir na sua mente e você precisa
deixá-los passar.” Mantenha-se atento ao que a pessoa está falando, não no
próximo passo.
5 Se você não sabe algo, assuma
“Melhor pecar pelo excesso de cautela.”
6 Não compare experiências
“Todas as experiências são individuais. E, mais
importante ainda, não se trata de você. Não precisa pegar aquele momento para
provar como você é incrível ou quanto você sofreu.”
7 Evite ser repetitivo
“É realmente muito chato. E tendemos a fazer isso
demais.”
8 Não mergulhe nos detalhes
“Francamente, as pessoas não ligam para os anos, os
nomes, as datas, todos esses detalhes que você está lutando para se lembrar.
Elas ligam para você.”
9 Ouça de verdade
“Sei muito bem que exige esforço e energia
realmente prestar atenção em outra pessoa, mas, se não consegue fazer isso,
você não está numa conversa. São apenas duas pessoas bradando sentenças
desconexas no mesmo lugar.”
10 Seja breve
É
isso.
4. Atitude: Não finja
Manter uma conversa não significa sair esgotado
dela. A dica é: não finja.
Não finja interesse naquilo que não te interessa de
verdade – seja quando estiver ouvindo outra pessoa ou falando sobre seus
próprios interesses –, nem finja curiosidade. Se a pergunta parece falsa para
você, chances são de que parecerá falsa para o outro também.
Utilize sua emoção e sua energia da maneira correta.
Quando você está genuinamente envolvido, interessado e otimista, a chance do
outro se sentir da mesma maneira aumenta.
E verdade seja dita, talvez dali não saiam novos
amigos ou uma interação memorável. Mas terá sido, pelo menos, uma experiência agradável
para os dois.
Conteúdo
Revista VOCÊ/A.
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