Solidão faz mal à saúde?
O que é, o que é? Tem sintoma, mas não é doença. Faz mal à saúde, mas não é excesso de peso. Pode até matar, mas não é tabagismo. Acertou quem disse: solidão.
Parece brincadeira, mas o assunto foi alçado a problema de saúde pública. A primeira-ministra britânica, Theresa May, criou um ministério só para cuidar do mal que ela define como “a triste realidade da vida moderna”.
Na terra da rainha, o isolamento social involuntário atinge 9 milhões de cidadãos, algo em torno de 15% da população. Desses, um em cada três, na casa dos 75 anos, afirma que o sentimento de não ter com quem contar está fora de controle.
Nesse contexto, a ONG inglesa Campanha para Acabar com a Solidão, fundada em 2011, lançou um vídeo com a seguinte pergunta: “Você conseguiria passar uma semana sem falar com ninguém?”.
Em uma de suas enquetes, apurou que 52% dos entrevistados gostariam de ter com quem conversar, 51% sentiam falta de ouvir risadas de alguém e 46% se queixavam de não receber um abraço.
“Todos nós, governo e sociedade, temos uma missão a cumprir. De nossa parte, criamos o movimento “Seja Mais Nós”, que encoraja pequenas conexões diárias, como cumprimentar desconhecidos na rua, convidar os vizinhos para um chá ou telefonar para algum solitário em potencial.
Dez minutos de bate-papo fazem a diferença”, conta Laura Alcock-Ferguson, diretora da entidade.
O fantasma da solidão não tira o sono apenas dos britânicos. Estimativas apontam que uma em cada quatro pessoas no mundo não tem amigos pra valer, vive longe da família ou se sente desconectada socialmente.
A psicóloga Julianne Holt-Lunstad, da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, revisou estudos englobando, ao todo, 3,7 milhões de voluntários, e chegou a uma conclusão alarmante: sentir-se sozinho faz tão mal à saúde como estar acima do peso, ser sedentário ou fumar 15 cigarros por dia!
“Se medidas não forem tomadas, a solidão poderá atingir proporções epidêmicas até 2030”, prevê.
O brasileiro é solitário?
Mas e o Brasil? Somos um povo solitário ou sociável? Levantamento da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, revela que lideramos o ranking dos países em que as pessoas menos vivem sozinhas. Bom, né? Nem tanto.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia perguntou a 2 mil pessoas acima dos 55 anos qual o pior medo que sentiam. Três em cada dez não tiveram dúvidas em responder que é “acabar sozinho”.
O receio de não conseguir enxergar ou se locomover ficou em segundo lugar, e o de ter uma doença grave em terceiro.
“Por definição, solidão corresponde à diferença entre o que você espera de um relacionamento e o que ele tem a oferecer. Por esse motivo, muitos relatam se sentir solitários mesmo vivendo em uma casa cheia de gente”, explica a neurocientista Stephanie Cacioppo, da Universidade de Chicago.
Por essas e outras, será que a criação de um Ministério da Solidão, parecido com aquele do Reino Unido, teria serventia por aqui? Na opinião da psicóloga Cecília Carmona, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sim.
Autora do estudo A Experiência de Solidão e a Rede de Apoio Social de Idosos, ela acredita que uma pasta ou uma estrutura para tratar exclusivamente do assunto seria essencial à implantação de políticas públicas eficientes.
“Estar só e sentir solidão são coisas diferentes. Estar só remete à ideia de prazer, relaxamento e satisfação. Já solidão é sinônimo de abandono, tristeza e desamparo. Sem o enfrentamento necessário, a solidão pode evoluir para a depressão e, em casos mais severos, levar ao suicídio“, alerta Cecília.
Darwin também explica
Em 1967, quando compôs os versos de Wave, Tom Jobim (1927-1994) postulou: “É impossível ser feliz sozinho!” O psicólogo John T. Cacioppo, também de Chicago, vai além: “É impossível sobreviver sozinho”.
Se você está lendo SAÚDE, é porque nossos ancestrais – lá atrás, ainda na era das cavernas – se sentiram sós. Sem vínculo social, a espécie humana já teria desaparecido há muito tempo.
“A dor física protege o indivíduo dos perigos físicos. A dor social, também conhecida como solidão, protegia o indivíduo de permanecer isolado”, escreve Cacioppo em Solidão – A Natureza Humana e a Necessidade de Vínculo Social (Editora Record).
“Os primeiros humanos tinham mais chance de sobreviver quando se mantinham juntos.”
Com a evolução da espécie, a solidão tornou-se um fenômeno histórico. Condição incompreendida e estigmatizada, é vista com desconfiança por uns e utilizada como punição por outros.
“Na escola, as crianças birrentas são mandadas para a biblioteca. No casamento, uma praga comum em momentos de ódio é: Você vai morrer sozinho! No sistema carcerário, o pior castigo que existe é a solitária, dá exemplos o historiador Leandro Karnal, que acaba de lançar O Dilema do Porco Espinho - Como Encarar a Solidão (Editora Planeta).
Do ponto de vista médico, solidão não é doença. Mas possui sintomas – choro frequente, perda de apetite, baixa autoestima… – e pode ser classificada como crônica ou aguda. Todos nós, em algum momento, estamos sujeitos a “picos de solidão”.
Na infância ou na adolescência, quando mudamos de cidade ou de escola. Na vida adulta, quando perdemos o emprego ou os filhos saem de casa. Na velhice, quando nos aposentamos ou ficamos viúvos.
Existem evidências, aliás, de que, quanto mais jovem é a pessoa, mais solitária ela se sente. A geração americana de 18 a 22 anos apresentou, em uma pesquisa da Universidade da Califórnia, o maior índice de solidão, no comparativo com as turmas de 23 a 37 e de 52 a 71 anos.
Em uma investigação inglesa, a faixa dos 16 aos 24 também compõe a dos mais sozinhos.
“Na maioria das vezes, episódios de solidão, quando você muda de bairro e precisa fazer novos amigos, por exemplo, são inevitáveis e não trazem sequelas. O problema é quando essa sensação persiste”, analisa a psicóloga Pamela Qualter, da Universidade de Manchester, na Inglaterra.
Um bom exemplo de solidão aguda que pode se tornar crônica é a do luto. Superar a perda de um ente querido nunca é fácil. Mas a tarefa de seguir adiante pode se tornar ainda mais difícil em casos de mortes repentinas, violentas, múltiplas ou de filhos.
O que precisa ser observado é se tais sintomas perduram por muito tempo ou impedem o enlutado de retomar sua vida”, esclarece a psicóloga Ingrid Esslinger, do Laboratório de Estudos sobre a Morte da Universidade de São Paulo.
“Há pessoas que, mesmo depois de anos, ainda se emocionam ao falar da perda que sofreram ou não conseguem se desfazer dos pertences do morto.” Quando isso acontece, pode ser bem-vinda uma sessão com o psicólogo.
Caso suspeite que a solidão já passou dos limites no seu caso, você pode fazer um teste aprovado pela ciência para saber qual seu grau de isolamento e se é preciso buscar ajuda.
Solidão e saúde
Nos últimos anos, cientistas vêm esmiuçando os possíveis efeitos fisiológicos da solidão. Uma das descobertas é que seu impacto é semelhante ao do estresse.
Em estado de tensão constante, você tende a relaxar menos e a dormir mal. No organismo, o cortisol, apelidado de hormônio do estresse, vai às alturas. Tá, mas o que isso significa na prática? Ora, uma maior exposição a problemas de saúde.
Na Universidade de Newcastle, também em solo inglês, uma equipe detectou que a alta do cortisol eleva o risco de doenças cardiovasculares e, por sabotar a imunidade, nos deixa mais propensos a gripes, resfriados e outras infecções.
Num balanço geral, os pesquisadores de Chicago chegam a estimar um aumento de 26% na probabilidade de morte prematura entre quem vive sozinho demais.
Antes das repercussões físicas, porém, é provável que a desconexão social impacte a esfera mental. Indivíduos muito solitários estão no grupo que mais sofre de ansiedade, fobia e depressão.
A solidão afeta uma área do cérebro, o córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões.
E isso ajuda a explicar por que sujeitos que se sentem isolados do mundo tendem a dormir menos, se alimentar mal, abusar do álcool e levar uma vida sedentária.
Resumo das repercussões físicas da solidão pelo corpo
No cérebro:
A tensão e a tristeza aumentam os episódios de ansiedade e colocam o indivíduo mais próximo da depressão.
No coração:
A solidão profunda lembra um estresse crônico. A liberação de alguns hormônios mexe com a pressão e os batimentos.
Na imunidade:
Existem indícios de que o estado criado pela solidão diminui a atuação do sistema imune, aumentando o risco de infecções.
Como lidar com a solidão
Por não se tratar de uma doença em si, não existe vacina ou remédio para a solidão. Existem, porém, medidas eficazes para minimizá-la e reduzir suas influências na saúde.
Isso envolve desde tarefas simples, como fazer um favor a alguém, a atitudes que demandam mais tempo e atenção, como exercer trabalho voluntário. A prática de exercícios e a adoção de um animal também costumam dar bons resultados.
Outro conselho é engajar-se, aos poucos, em atividades sociais, seja num clube de leitura, seja na academia do prédio. “A interação social tem que ser positiva para ambas as partes.
Ao puxar assunto, priorize temas agradáveis. Falar sobre impostos ou doenças pode não ser uma boa ideia”, aconselha Stephanie Cacioppo.
Na hora de fazer amigos, dê preferência aos de carne e osso. Um experimento da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, indica que, em vez de resolver o problema, o uso excessivo de redes sociais pode até agravá-lo.
A psicóloga Melissa Hunt chegou a tal conclusão após entrevistar 143 estudantes da instituição onde dá aula. Durante três semanas, parte dos voluntários limitou seu tempo de uso de Facebook e afins a dez minutos por dia. Enquanto isso, o restante da turma continuou a acessá-los à vontade.
Terminado o experimento, adivinhe qual grupo se queixou mais de solidão. Sim, o que ficou livre e desimpedido para mergulhar nas mídias sociais.
“Fazer amigos virtuais não é a melhor estratégia para enfrentar o isolamento. Sugiro sair da frente do computador e interagir com pessoas do mundo real”, recomenda Melissa.
“Somos animais sociais e, como tal, precisamos nos conectar com outros para manter o bem-estar físico, mental e emocional”, defende a pesquisadora.
Não é preciso forçar a barra nem acabar com os momentos a sós. Mas, se a solidão começar a bater, que tal convidar aquele amigo que você não vê há tempos para tomar um café?
O lado bom de ficar sozinho
Ao contrário da solidão, estar só costuma ter seu lado positivo. Em 1997, o escritor norueguês Jo Nesbo descobriu que o voo que o levaria de Oslo, na Noruega, onde mora, até Sydney, na Austrália, onde passaria as férias, levaria 32 horas.
O que ele fez? Abriu seu laptop e começou a trabalhar ali mesmo. Seu primeiro livro nasceu a bordo de um avião. “Às vezes, é bom tirar férias do mundo e passar um tempo só com você mesmo”, afirma o psicólogo Gregory Feist, da Universidade Estadual de San Jose, nos Estados Unidos.
Outra vantagem do que alguns chamam de “solitude”, como o historiador Leandro Karnal, é o recolhimento e a introspecção. “De vez em quando, estar só traz alívio contra o estresse”, reforça a psicóloga Julie Bowker, da americana Universidade de Buffalo.
Man walking alone on Digha Beach. (Photo by: India Picture/UIG via Getty Images).
André Bernardo.
Conteúdo: Revista SAÚDE.
Portal MSN.


5 passos para uma vida longa – prevenindo o diabetes.
Essas pequenas mudanças podem ajudar a proporcionar uma vida longa e a evitar o diabetes ou a se proteger dos seus piores efeitos.
O diabetes não para de aumentar – espantosos 350 milhões de pessoas sofrem da doença no mundo inteiro. Isso significa mais infartos, mais AVCs e uma expectativa de vida menor, mesmo que, fora o diabetes, a pessoa seja saudável.
Coma direito, faça mais exercícios – o conselho é simples, mas às vezes difícil de seguir. O que os especialistas sugerem para ajudar?
1.  Coma a salada junto.
Quando comer pratos ricos em carboidratos (macarrão, batata ou arroz), sirva-se de salada também, e tempere-a com vinagre.
Consumir 1,5 colher de sopa de vinagre pode baixar a glicemia em 42%, como mostrou um pequeno estudo em 2010.
2. Prepare corretamente o macarrão.
Manter a capacidade das células de reagir à insulina é fundamental para evitar o diabetes, porque a insulina é o hormônio que tira açúcar do sangue.
Eis um modo eficaz e saboroso de conseguir isso: refogue o macarrão em azeite extravirgem (e junte alguns legumes para completar).
Numa pesquisa recente, essa abordagem aumentou substancialmente a sensibilidade à insulina em mulheres com sobrepeso. Os pesquisadores dizem que refogar em azeite os alimentos ricos em carboidratos ajuda a manter a glicemia estável.
3. Mexa-se
Basta uma sessão de exercícios moderados para melhorar o controle do açúcar no organismo, como mostram novas pesquisas; surtos pequenos de atividade parecem ser tão eficazes quanto exercícios contínuos.
(Passar horas sentado aumenta o risco de várias doenças, mesmo que, em outros momentos, você seja ativo.) Mexa-se pelo menos 30 a 45 minutos por dia.
É possível aproveitar os minutos durante os anúncios da TV ou em outros momentos do dia, desde que se mexa intensamente. 
4. Imponha o blecaute
Se não consegue dormir 7 a 8 horas na maioria das noites, o risco de ter diabetes ou de piorá-lo aumenta entre 37% e 88%, conforme um estudo recente.
Para dormir mais e melhor, fique no escuro, porque até um pouquinho de luz na hora de dormir retarda a produção de melatonina, hormônio que nos deixa com sono.
Luzes de leitura e telas acesas bastam para despertar. Se quiser ler na cama, tente usar um par de óculos baratos com lentes cor de âmbar; eles bloqueiam as ondas de luz azul que são prejudiciais à melatonina.
Vai usar o computador antes de dormir? Baixe programas gratuitos que filtram a luz azul, como F.lux (stereopsis.com/flux).
5. Troque as batatas por nozes
As batatas elevam a glicemia e, com o passar dos anos, têm grande probabilidade de engordar, como indicou um recente estudo.
As nozes são ricas em gordura, mas, segundo os pesquisadores, beliscar algumas em vez de batatas fritas ajuda a emagrecer. E alguns estudos recentes mostraram que pistaches, amêndoas e amendoins têm um poder surpreendente de manter a glicemia estável.
Conteúdo Revista SELEÇÕES.
Foto:© ratmaner/iStock
Portal MSN.


Comidas afrodisíacas realmente aumentam a libido e o prazer sexual?
Historicamente, alimentos considerados afrodisíacos eram difíceis de encontrar, raros ou caros, diz pesquisadora.
Batizados com o nome de Afrodite, a deusa grega do amor, afrodisíacos são alimentos que muitos acreditam aumentar a libido, a potência e o prazer sexual.
Quem não ouviu falar que chocolates, morangos e ostras podem ter um efeito tão poderoso?
Historicamente, os afrodisíacos incluíram até mesmo alimentos bem peculiares - incluindo uma mosca tóxica espanhola, chifres de rinoceronte moídos e extratos de plantas raras.
De fato, durante a pesquisa de seu livro Intercourses, sobre alimentos afrodisíacos, a coautora Martha Hopkins descobriu que quase todos os alimentos foram considerados afrodisíacos em algum momento.
"Historicamente, os alimentos considerados afrodisíacos eram difíceis de encontrar, raros ou caros, como trufas, foie gras e caviar, ou em forma de órgão sexual, como aspargos ou alcachofras, e até mesmo testículos de animais", diz Hopkins.
Se hoje tendemos a pensar em afrodisíacos em termos de luxúria, romance e libido, no século 17 - quando tudo, de pombos a amêndoas foram considerados afrodisíacos .
Eles estavam associados a reprodução e fertilidade e eram dados aos casais como medicamentos, diz Jennifer Evans, palestrante sênior em história da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, e pesquisadora sobre comida e fertilidade.
Mas um alimento pode realmente afetar o desejo e o desempenho sexual? E por que essa ideia é tão persistente?
Alguns alimentos podem melhorar o fluxo sanguíneo
Para aqueles que têm problemas de circulação sanguínea, é verdade que certos alimentos podem ajudar de maneira semelhante ao medicamento Viagra - relaxando os vasos e melhorando o fluxo do sangue para os genitais.
O aminoácido arginina, encontrado em alimentos como abóboras, nozes e carne bovina, é transformado em óxido nítrico no organismo, o que aumenta o fluxo sanguíneo. Alimentos ricos em ácidos graxos ômega 3, incluindo salmão e abacate, fazem o mesmo.
Outra substância que ajuda é a quercetina. Encontrada em maçãs, frutas vermelhas, uvas, vinho tinto, alho e chocolate amargo, possui propriedades anti-inflamatórias que podem melhorar o fluxo do sangue.
No entanto, apenas pessoas com o fluxo sanguíneo comprometido perceberão qualquer melhora na função sexual ao ingerir esses alimentos, diz Lauri Wright, porta-voz da Academia Americana de Nutrição e Dietética. Alguém com uma boa circulação provavelmente não verá nenhuma alteração.
Mas, quando a maioria de nós pensa em afrodisíacos, não pensa em desempenho sexual. Pensa em desejo.
Uma comida que há muito se acredita que aumenta o desejo sexual é o chocolate. Estudos mostraram que o cacau pode aumentar o fluxo sanguíneo em partes do nosso corpo.
Mas quando sua relação direta com o desejo sexual foi estudada, não surgiram evidências que sustentassem seu uso como afrodisíaco.
De fato, nenhum indício foi encontrado para provar que qualquer alimento aumente a excitação ou desejo sexual.
Há uma exceção: o álcool. Vários estudos mostraram que o consumo de álcool está ligado à maior excitação. Mas também pode prejudicar o desempenho sexual.
O vinho tinto, em especial, pode estar indiretamente ligado à função sexual por causa de seus possíveis benefícios à saúde do coração, diz Michael Krychman, obstetra, ginecologista e conselheiro sexual clínico do Centro de Saúde Sexual e Medicina de Sobrevivência do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Mas é importante notar que a ligação entre o vinho tinto e a saúde cardiovascular permanece inconclusiva.
A reputação do vinho como afrodisíaco também pode vir do fato de fazer parte da dieta mediterrânea, composta principalmente por alimentos como frutas, legumes, cereais integrais, legumes, nozes, peixe, azeite, queijo e carne vermelha, e relativamente pobre em açúcar.
Mais do que um simples estilo de vida, a dieta mediterrânea pode ter qualidades afrodisíacas.
O poder de uma dieta e estilo de vida saudáveis
"A pesquisa descobriu que o vinho tinto afeta a função sexual, mas não sabemos se é a dieta, ou uma combinação de dieta, estilo de vida e genética", diz Krychman.
"O que sabemos é que, para as pessoas que se exercitam, têm uma dieta saudável e têm menos estresse, todos esses elementos trabalham juntos para uma vida sexual melhor".
Nossa dieta pode funcionar como um afrodisíaco por meio de benefícios como um melhor fluxo sanguíneo, um aumento de hormônios ou humor melhor, diz Wright.
Um estudo envolvendo 600 mulheres com diabetes tipo 2 identificou que a dieta mediterrânea estava ligada a níveis mais baixos de disfunção sexual, enquanto outro estudo concluiu que a dieta também pode estar associada a uma melhora da disfunção erétil.
"A conclusão é que uma dieta saudável com frutos do mar, carnes magras, nozes, frutas, legumes e cereais integrais, o que é basicamente a dieta mediterrânea, ajuda na função nervosa, no fluxo sanguíneo e na produção de hormônios", diz Wright.
Há uma boa razão pela qual não há evidências de que qualquer alimento específico seja afrodisíaco: uma comida que tenha um efeito tão potente assim seria perigosa, diz Jessica Abbott, palestrante sênior em ecologia evolutiva da Universidade de Lund, na Suécia.
"A maioria dos alimentos que ingerimos não têm efeitos colaterais, o que é reconfortante. Se o fizessem, não seria seguro comê-los regularmente", diz ela.
"Qualquer erva que tenha sido considerada afrodisíaca é do tipo de alimento que normalmente não comeríamos muito, como plantas e raízes que têm compostos usados na defesa contra herbívoros."
O poder da mente sobre a matéria
Então, por que algumas pessoas juram que certos alimentos têm qualidades afrodisíacas?
Pode ser simplesmente porque eles acreditam que são, diz Krychman. "Há evidências limitadas das ostras sobre o desejo sexual, mas falta uma avaliação rigorosa [que comprove essa relação] - em parte porque o efeito placebo é grande", diz ele.
O fato de que o desejo sexual é tão multifacetado e individual pode funcionar a favor dos afrodisíacos, diz Nan Wise, psicoterapeuta e terapeuta sexual da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.
"O desejo é físico, psicossocial e relacional e envolve muitas variáveis. Se você acredita que um alimento aumenta o desejo, a psicologia do efeito placebo afeta nossa capacidade de ficar excitado ou não", diz Wise.
Tudo depende do contexto, acrescenta Evans, da Universidade de Hertfordshire. "Você não pensa em chocolate como afrodisíaco toda vez que come algum. Você precisa do contexto certo", diz ela.
Nossas experiências individuais também podem ser determinantes para quais alimentos aumentam o desejo sexual em cada um de nós, diz Jean-Christophe Billeter, professor de comportamento social e sexual da Universidade de Groningen, na Holanda.
"Humanos são muito influenciáveis, e o cérebro mantém memórias fortes de quando temos um sucesso sexual. Dependendo da situação, se algo aconteceu no ambiente em que uma pessoa fez sexo, isso se tornará algo para desencadear o desejo no futuro."
A relação entre a comida e o sexo
De fato, pode ser que qualquer alimento possa ter qualidades afrodisíacas. No mínimo, se uma pessoa está morrendo de fome e não há comida por perto, faz sentido que seu desejo sexual caia.
"Evolutivamente falando, os seres humanos têm o desejo de ter relações sexuais para se reproduzir, e precisamos ter um peso saudável e uma dieta que forneça os nutrientes certos para isso", diz Billeter.
Há evidências de que a comida aparece regularmente na pornografia do século 17 pela mesma razão, diz Evans: estava lá para ajudar a alimentar um casal para a próxima rodada.
Em seus experimentos com moscas da fruta, Billeter descobriu que os padrões de acasalamento mudam significativamente quando a comida não está próxima.
Se as moscas estão em um ambiente onde há comida, elas acasalam com o primeiro macho que encontram até sete vezes ao dia. Se não há comida, só acasalam uma vez.
Há também evidências na natureza de que comemos certos alimentos para ficar mais atraentes para o sexo oposto. Considere certas aves em que os machos são mais coloridos porque as fêmeas acham atraente, e eles conseguem essa cor comendo alimentos com carotenoides.
Isso se aplica também aos humanos. "No passado, as mulheres consideradas mais atraentes tendiam a ser mais gordas, já que ser gordo, quando não havia muita comida por perto, poderia indicar que a mulher seria uma boa reprodutora", diz Billeter.
Também pode haver uma qualidade afrodisíaca inerente à prática de dar comida a um parceiro sexual - o que talvez explique a verdadeira razão pela qual uma caixa de chocolates ou uma refeição caseira possam induzir ao desejo.
"As aranhas capturam moscas para apresentar às fêmeas para acasalar, enquanto uma espécie de grilo produz uma estrutura gelatinosa para induzir as fêmeas ao acasalamento", diz Abbott.
A ideia de que afrodisíacos são bons para nossa vida sexual persiste há tanto tempo porque as pessoas sempre foram atraídas por conceitos que prometem juventude, longevidade e fertilidade, argumenta Evans.
E, por esse motivo, é provável que continuemos a acreditar neles nos próximos séculos.
Conteúdo BBC Brasil.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
Fotos:© Getty Images
Portal MSN.


10 dicas para fazer boas compras no supermercado
Faça compras em dias da semana.
A maioria das pessoas deixa para fazer as compras nas manhãs de sábado ou domingo, quando o supermercado está lotado e, muitas vezes, com as prateleiras vazias.
Considere fazer compras noturnas no meio da semana. Ou seja, você poderá entrar e sair rapidamente, e ainda encontrar o estabelecimento cheio de produtos.
Coma antes de ir.
Se você estiver com fome, será facilmente tentado a colocar qualquer coisa gostosa no carrinho.
Antes que você perceba, aquele sorvete (que não estava na sua lista) estará passando pelo caixa.
Só compre vegetais que você planeja comer.
Quantos de nós já compraram saladas, vegetais e frutas com a intenção de nos mantermos saudáveis, mas vimos estes estragarem na geladeira?
Isso porque são alimentos com prazo de validade bem curto. Ou seja, se planeje e compre apenas os vegetais que você pretende comer.
Atenção aos preços.
Aquele item que custa apenas cinco reais pode parecer um bom negócio, mas na verdade pode ser mais caro do que a caixa de oito reais ao lado.
Considere o peso do produto ao olhar o preço e tome sua decisão com base em todos os fatores.
Leve as crianças.
Convide as crianças para fazer as compras. Compre com seus filhos e mostre a eles como escolher frutas e vegetais saudáveis.
Pode ser um jeito divertido de ensinar a boa alimentação.
Faça uma lista de compras.

Faça uma lista de compras antes de ir e você ficará menos propenso a jogar um monte de guloseimas no carrinho.
Se você está tendo dificuldade em decidir o que deve estrar em sua lista, comece planejando um cardápio de comida para a semana.
Se programe.
Considere gastar um pouco mais de tempo planejando as suas compras. Faça listas, verifique folhetos de lojas, promoções em aplicativos e compare preços unitários em pacotes. Vai ser um ótimo jeito de economizar.
Compre genérico.
As marcas de lojas geralmente são tão boas ou melhores do que as marcas de nomes mais caras.
Compare listas de ingredientes e painéis de informações nutricionais para escolher o melhor produto.
Evite comprinhas.
Você sabia que um estudo feito pelo Marketing Science Institute descobriu que os compradores que fazem "viagens rápidas" aos supermercados compram uma média de 54% mais mercadorias do que planejavam?
Vale fazer um planejamento de compras semanais. Assim, você não precisa ir ao mercado todos os dias e evita se render a algo que não estava na sua lista.
Considere os congelados.
Um estudo feito pela Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, apontou que suco de laranja pronto para beber tem quantidades significativamente menores de vitamina C do que o suco congelado.
Além disso, os vegetais também perdem nutrientes se ficarem mais de uma semana na geladeira. Se você não comerá o alimento amanhã, vale considerar o congelado.
Fotos:© Foto: Shutterstock.
Portal MSN.